Mercados

Ações da Eletrobras sobem quase 50% com privatização

Ministério de Minas e Energia anunciou na noite de ontem a intenção de desestatizar a empresa de energia elétrica

 Eletrobras: governo prevê obter 20 bilhões de reais com privatização (Adriano Machado/Bloomberg)

Eletrobras: governo prevê obter 20 bilhões de reais com privatização (Adriano Machado/Bloomberg)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 10h32.

Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 18h08.

São Paulo -- As ações da Eletrobras disparam nesta terça-feira com a notícia de que o Ministério de Minas e Energia vai propor a privatização da companhia. Na bolsa brasileira, os papéis preferenciais terminaram o dia em alta de 32,36% a 23,60 reais, enquanto os ordinários tinham ganhos de 48,94%, a 21,15 reais.

No dia, o Ibovespa avançou 2,01%, acima dos 70 mil pontos. A última vez que o principal índice da Bolsa atingiu essa marca foi em janeiro de 2011.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de ontem, a estatal informou que a efetivação da operação ainda depende de autorizações governamentais, avaliação das autorizações legais e regulatórias que serão necessárias, avaliação do modelo a ser adotado e observância dos procedimentos específicos.

O Ministério de Minas e Energia disse, ontem, que a expectativa é que a medida traga mais competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, “sem as amarras impostas às estatais”. De acordo com a pasta, a operação pode gerar uma arrecadação de até 20 bilhões de reais para a União. 

Formato da venda

O governo não revelou a fatia da Eletrobras que será colocada à venda.  Também não há consenso sobre o modelo de desestatização. 

Ontem, o ministro do MME , Fernando Coelho Filho, disse à agência Reuters que o processo deve ser feito com a emissão de novas ações. A informação, no entanto, não foi confirmada pelo Ministério da Fazenda.

Na manhã de hoje, o secretário-executivo do pasta, Eduardo Guardia, disse que a operação pode ser feita por venda de controle ou por diluição de ações e que a modelagem relativa à desestatização "não pode" ser adiantada.

Condições

Entre as condições que serão propostas ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos está o retorno financeiro à União e o atendimento dos mais elevados requisitos de governança corporativa do mercado de capitais.

Também está prevista a limitação do poder de voto dos acionistas com maior participação acionária, a fim de garantir a democratização do capital no controle da Eletrobras.

Está prevista também a ação de classe especial do capital social da Eletrobras à União, que lhe confira poderes especiais em relação a alterações da razão social, objetos sociais ou sedes da Eletrobras ou empresas por ela controladas.

Está ainda entre as condições, a oferta de parte das ações representativas do capital da Eletrobras aos seus empregados e aos empregados das empresas por ela controladas direta ou indiretamente.

Ainda na lista de condições está a redução de encargos do setor de energia elétrica, com direcionamento prioritário para o custeio da Tarifa Social de Energia Elétrica; a comercialização de energia elétrica em regime de produção independente; e o desenvolvimento, direta ou indiretamente por meio de sua subsidiária Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), de programa de revitalização dos recursos hídricos da Bacia do São Francisco.

 

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresEletrobrasMinistério de Minas e EnergiaPrivatização

Mais de Mercados

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump

Ibovespa fecha em queda de 1,61% pressionado por tensões políticas

Dólar fecha em alta de 0,73% após Bolsonaro ser alvo de operação da PF