Invest

Acionistas da Gafisa (GFSA3) rejeitam acusações contra administração e membros do Conselho

Fundo de Nelson Tanure havia informado aumento de participação na empresa horas antes da AGE

Obra da Gafisa: acionistas rejeitam propostas da Esh Capital (Alexandre Battibugli/Exame)

Obra da Gafisa: acionistas rejeitam propostas da Esh Capital (Alexandre Battibugli/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 09h43.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 10h53.

Acionistas da Gafisa (GFSA3) rejeitaram por maioria dos votos as acusações da Esh Capital sobre a propositura de ação de responsabilidade contra administradores e membros do Conselho Fiscal por alegados prejuízos causados à companhia por supostos atos ilícitos e operações irregulares ocorridos entre 2019 e 2021. Os acionistas também rejeitaram por maioria a proposta de destituição dos membros do Conselho Fiscal e de Administração e o cancelamento do aumento de capital privado.

As três votações encerraram com placares similares, com cerca de 19 milhões de votos contrários à aprovação das medidas propostas, 10 milhões favoráveis, além de pouco mais de 2,4 milhões de abstenções.

Entre as alegações da Esh estava a acusação de que o investidor Nelson Tanure seria o "controlador oculto" da Gafisa e que estaria adotando diversas práticas que caracterizam o exercício do "poder de controle abusivo e dissimulado". A Esh ainda alegava que a Gafisa havia realizado operações de compras de terrenos da Wotan Realty por meio de "estruturas para acobertar o interesse de Nelson Tanure".

Na AGE, a Esh Capital reforçou os questionamentos sobre o aumento de capital "injustificável", que recebeu o aval do Tibunal de Justiça de São Paulo às vésperas da assembleia. Anexo da ata da AGE mostra que a Esh questionou se as ações subscritas no âmbito do aumento de capital dariam direito na ordem do dia que previa o cancelamento do próprio aumento de capital. Nesse caso, a Esh alegou que o exercício do voto estaria em condição de "conflito de interesse e/ou visando benefício particular".

O preço de subscrição no aumento de capital definido pela Gafisa foi de R$ 5,89, o que, segundo a Esh, causaria uma "diluição injustificada". A gestora ainda afirmou que a empresa desistiu de fazer uma oferta pública de ações, em que "poderia encontrar melhores condições" de preço. Na época da fixação do preço por ação, o papel era negociado próximo de sua mínima histórica.

A queda, segundo a Esh, havia sido provocada pelo volume de vendas de fundos geridos e administrados pelo Banco Master, que segundo Esh, estaria agindo em favor dos interesses de Tanure. De acordo com as alegações da Esh, também foram os fundos ligados ao Banco Master que impulsionaram os preços das ações nos últimos dias, quando chegaram a superar 440% de alta em sete pregões.

Horas antes da AGE, o fundo MAM Asset Management, de Nelson Tanure, avisou a Gafisa sobre seu aumento de participação na empresa para 26,50%. O mesmo fundo havia informado, na noite de quinta-feira, 5, a redução de participação para 11,42%. No dia seguinte, quando a Gafisa registrou a maior queda de sua história na bolsa, o fundo informou aumento de participação para 15,41%.

Acompanhe tudo sobre:AcionistasAçõesGafisa

Mais de Invest

Investir em ações brasileiras no Brasil ou nos EUA: saiba como decidir

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Mega-Sena sorteia prêmio estimado em R$ 3,5 milhões nesta quinta