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Ação do Pão de Açúcar pode ganhar com tropeços dos concorrentes

“O Carrefour está com problemas contábeis e o Walmart Brasil com problemas internos”, afirma HSBC; recomendação é de compra

Ações do Pão de Açúcar (PCAR5) registram queda de 13% em 2011 (Arquivo)

Ações do Pão de Açúcar (PCAR5) registram queda de 13% em 2011 (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 13h35.

São Paulo - Dias melhores virão para as ações do Pão de Açúcar (PCAR5). A expectativa está no relatório do HSBC desta sexta-feira (11), no qual o banco eleva a recomendação dos papéis para alocação acima da média de mercado (overweight). Os papéis, que já caíram 13% em 2011, ganharam o preço-alvo (dez/11) de 74 reais, um potencial de valorização de 25,5%.

O analista Francisco Chevez afirma que daqui para frente é esperada volatilidade nos lucros da companhia, considerando a adição da Casas Bahia nos números. Em paralelo, o risco é tolerável considerando o atual preço da ação, de 60 reais. “Esperamos que o Pão de Açúcar divulgue um lucro por ação consolidado de 0,89 real no quarto trimestre de 2010, impulsionado pelo varejo de alimentos, mas prejudicado por uma diluição de 0,05 real vinda do segmento de eletrônicos”.

Chevez projeta que as baixas nas margens do segmento de eletrônicos prejudiquem o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado. Mas, ao mesmo tempo, são esperadas menores despesas financeiras, que devem aumentar o lucro líquido. “Nossa estimativa de Ebitda consolidado para o quarto trimestre de 2010 é de 709 milhões de reais, alta de 48,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, estima o analista.

Nada de arroz e feijão!

O relatório revela também que a própria administração do Grupo Pão de Açúcar indicou que, atualmente, sua base de clientes compra produtos de maiores preço e margem, como perecíveis, em vez de produtos básicos como arroz, feijão e óleo de cozinha, que antes representavam a maior parte das compras.

“Isto significa que o formato de supermercado de médio porte está bem posicionado para atender esses clientes. Acreditamos que, no futuro, os clientes do Pão de Açúcar também vão comprar mais produtos genéricos, que representam crescimento mais rápido e maiores margens. Nessas mesmas linhas, a transição das antigas lojas CompreBem e Sendas em Extra Supermercados foi bem recebida pelos clientes do grupo e isso tem ajudado a melhorar a produtividade das lojas”, afirma Chevez.

O HSBC estima que a expansão no segmento de varejo de alimentos em 2011 seja sustentada por um aumento de 7% na área de vendas, combinado a um crescimento de 7% ou 8% nas vendas mesmas lojas (considera apenas as lojas com no mínimo 12 meses de operação).

Momento oportuno

Outro ponto positivo indicado por Francisco Chevez é o bom momento do consumo das famílias no Brasil, o que deve incrementar os próximo números da empresa.

Além disso, o analista acredita que o Pão de Açúcar conta com uma boa posição para conquistar a participação de mercado de seus dois principais concorrentes, cuja atenção está desviada.“O Carrefour está com problemas contábeis e o Walmart Brasil com problemas internos. Ademais, nos últimos dois anos, o Pão de Açúcar foi beneficiado por ter uma forte presença em São Paulo, estado que registra o crescimento mais rápido no consumo das famílias no Brasil”, avalia.

Casas Bahia: Ebitda = zero

O Grupo Pão de Açúcar iniciou o processo de consolidação com a Casa Bahia a partir de 9 de novembro de 2010. A expectativa é que a diluição trazida por este segmento no quarto trimestre comece a agregar valor gradualmente durante 2011, conforme lembra o relatório.

Porém, não se trata de uma situação simples. “O desafio para a administração é grande. Esperamos que o Ebitda (4T10) Casas da Bahia, isoladamente, seja zero, devido às altas despesas com vendas, gerais e administrativas. Levará tempo para reverter essa tendência. Embora a o Pão de Açúcar esteja otimista sobre as perspectivas da Casa Bahia em 2011, queremos ver pelo menos um trimestre completo de resultados antes de adotarmos uma visão mais positiva sobre a ação”, avisa Chevez.

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