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Ação do Grupo Mateus sobe após IPO

Papel da empresa varejista de alimentos subia 1,34% às 11h50 do pregão desta terça-feira, 13

Grupo sediado em São Luiz, no Maranhão, fez estreia no Novo Mercado da B3 (B3/Divulgação)

Grupo sediado em São Luiz, no Maranhão, fez estreia no Novo Mercado da B3 (B3/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 11h57.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 14h51.

O Grupo Mateus (GMAT3), uma das maiores redes varejistas de alimentos das regiões Norte e Nordeste, concluiu nesta terça-feira, 13, a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na B3. No pregão de estreia, às 11h50, o papel do grupo valorizava 1,34%.

Realizado em formato de live, atendendo às medidas de distanciamento social, o evento contou com a participação do CEO da B3, Gilson Finkelsztain, e de Ilson Mateus, presidente do Grupo Mateus, conectados com os demais executivos da companhia e conselheiros de administração diretamente de São Luis, no Maranhão, onde fica a sede do grupo.

A oferta foi feita nos termos da ICVM 400, sob a coordenação da XP (coordenador líder), Banco Bradesco BBI (agente estabilizador), banco BTG Pactual, banco Itaú BBA, BB Investimentos, banco Santander e banco Safra S.A. (coordenadores da Oferta).

Os recursos captados pela oferta do Grupo Mateus serão direcionados para expansão orgânica da rede. Com a realização do IPO, o Grupo Mateus passa a ser a 156ª empresa listada no Novo Mercado, segmento com elevados padrões de governança corporativa.

Maior IPO de 2020

A varejista criada há 34 anos por um ex-garimpeiro de Serra Pelada chegou à B3 quebrando dois recordes. Com arrecadação de R$ 4,63 bilhões, será o maior IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) de 2020, até agora. Além disso, a companhia fará a maior estreia de uma empresa com origem na Região Nordeste da história da Bolsa brasileira. A demanda foi robusta desde o lançamento da oferta, batendo cinco vezes o volume ofertado. Além do lote principal, a companhia também colocou no mercado cerca de 75% do lote adicional.

O Grupo Mateus é o quarto maior atacarejo do País, hoje com 137 lojas no Maranhão, Pará e Piauí. Ilson Mateus construiu a rede que hoje emprega mais de 20 mil pessoas do zero, começando com uma pequena mercearia.

O negócio foi crescendo até atingir quase R$ 10 bilhões de faturamento, em 2019. Apesar da atuação regionalmente restrita, a companhia hoje só fica atrás do Assaí (do GPA), Atacadão (do Carrefour) e do grupo chileno Censosud no nicho de atacarejos.

No mercado financeiro, o fundador do Grupo Mateus está sendo chamado de “Sam Walton brasileiro”. Walton é o fundador da americana Walmart, maior rede de varejo do mundo. Com a oferta e dinheiro no caixa, o objetivo do empresário é acelerar a expansão do grupo.

Do total da oferta, R$ 3 bilhões serão destinados para expansão orgânica. Ilson Mateus e seus familiares foram parte do grupo de vendedores na oferta secundária, mas seguirão no controle do negócio, com cerca de 80% do capital.

“Apesar de ser uma empresa de capital 100% nacional, atuando em um mercado altamente competitivo, o Grupo Mateus se destaca como principal player da região Norte e Nordeste, atuando em pé de igualdade com as multinacionais no que diz respeito às condições comerciais e com custo de distribuição menor, mesmo considerando que sua área de atuação é uma das regiões mais pobres (...) do País”, afirmaram os analistas da Eleven Financial, em relatório.

Antes de começar a trajetória de varejista, o fundador do Grupo Mateus atuou por cerca de um ano como garimpeiro. Depois de deixar o local sem encontrar ouro, ele começou outro negócio: a compra e venda de garrafas de vidro. Foi assim que ele chegou a Balsas, no sul do Maranhão, onde percebeu que havia demanda de migrantes do Rio Grande do Sul - que chegaram à área para plantar soja - por produtos básicos.

Obstáculo

Apesar de ter desde o início conquistado os investidores, um acidente em uma das suas lojas no meio do roadshow trouxe um imprevisto a uma oferta que vinha bastante tranquila: a queda de prateleiras em uma das unidades, que matou um funcionário e deixou outras pessoas feridas.

No entanto, os investidores entenderam a tragédia como uma fatalidade, destoante do histórico da empresa. Mesmo assim a empresa teve, no meio do caminho, que alterar o prospecto da oferta para incluir informações sobre o ocorrido e ainda abrir uma porta para os investidores que já tinham feito reserva pudessem desistir.

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