Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2012 às 11h40.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2020 às 12h24.
São Paulo/Nova York - As intervenções do governo no mercado de câmbio levaram o real a ser a moeda com maior queda de volatilidade no mundo e, com isso, trouxeram de volta a atratividade dos títulos de dívida denominados na moeda do país.
Se no início do ano o Banco Central e o Ministério da Fazenda fizeram compras de dólares e taxaram operações para enfraquecer o real, desde maio o governo tenta sustentar o real, que tem o pior desempenho entre moedas da América Latina. Isso reduziu as expectativas dos investidores de volatilidade do real em 2,5 pontos percentuais desde o fim de junho, para 12,5 por cento, com base na volatilidade implícita de três meses para as opções na moeda.
Menores flutuações estão dando aos investidores em carry-trade a chance de lucrar com os títulos da dívida brasileira depois que a queda do real no primeiro semestre minimizou os ganhos dos títulos em dólar. Apesar de o Brasil ter reduzido a taxa Selic de 12,25 por cento para 8 por cento desde agosto, a taxa ainda é bem maior do que a dos Estados Unidos, que está próxima de zero.
Nas operações de carry-trade, o investidor pega dinheiro emprestado de países com taxa de juros básica menor para comprar papéis de países com taxas mais altas.
“O real está estável na faixa em que vem se mantendo”, disse Marjorie Hernandez, estrategista de moedas do HSBC Securities USA, em entrevista por telefone de Nova York. “Quando isso acontece, tende a criar algumas oportunidades. O BC está ativo nas duas pontas.”