Deutsche Bank lidera as perdas nesta sexta-feira, 24 (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Repórter Exame IN
Publicado em 24 de março de 2023 às 10h20.
Última atualização em 24 de março de 2023 às 10h59.
Apertem os cintos... o piloto sumiu. Ao menos é o que parece ao se observar os índices das principais bolsas de valores em todo o mundo na manhã desta sexta-feira, 24. Há menos de uma semana da venda do Credit Suisse para o UBS, numa ação costurada a muitas mãos, em especial as das autoridades suíças, parece que nada é capaz de tranquilizar o investidor e sinalizar que uma possível crise bancária ficou para trás.
Há pouco, nas bolsas europeias, todos os índices iam para o campo negativo, puxados especialmente pelas ações dos bancos. O destaque negativo de hoje é o Deutsche Bank, da Alemanha. Às 10h do horário de Brasília, a ação caía 12,4%, mas já havia registrado mais de 14% de recuo.
Desempenho dos indicadores perto das 10h (de Brasília):
Em um relatório, o analista Emmanuel Cau, chefe de estratégia de ações europeias do Barclays diz que "há questões específicas do banco com as quais se preocupar, como regulamentação e segurança de depósitos”.
No caso do alemão Deutsche Bank, cujas ações já haviam cedido expressivamente durante o colapso do Credit nos últimos dias, o que tem pressionado o papel é o custo de seguro contra a inadimplência da dívida, que aumentou acentuadamente.
O Wall Street Journal observa que as ações chegaram ao menor nível desde o outono do hemisfério norte, numa análise com estações do ano que é bastante comum aos mercados norte-americano e europeu.
As falas de ontem da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, trouxeram algum nível de tensão. Yellen afirmou que medidas de emergência podem ser implantadas novamente em meio a preocupações com bancos americanos. Isso se contrapõe a falas anteriores da secretária, que disse a senadores que o Tesouro não considera nenhum plano de garantia dos depósitos bancários sem aprovação do Congresso.