Às 16h03, a ação ordinária da empresa disparava 4,8 por cento, para 28,40 reais, tendo avançado quase 7 por cento na máxima (Kiko Ferrite)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 16h18.
São Paulo - As ações da Usiminas aceleravam a alta nesta sexta-feira, em meio a rumores renovados sobre eventual alteração no grupo de controle da maior produtora de aços planos do país e desdobramentos do terremoto que atingiu o Japão nesta sexta-feira.
Os rumores circulavam apesar de os principais acionistas da Usiminas (Nippon Steel, Camargo Corrêa e Votorantim) terem acertado em fevereiro um acordo que trava o grupo de controle da siderúrgica até 2031.
"É especulação sobre mudança de controle na empresa de novo. Mas é especulação, porque acabaram de refazer acordo de acionistas", afirmou o analista Pedro Galdi, da corretora SLW.
Para ele, a ação ordinária da Usiminas está "num patamar perigoso" de preço, por já se encontrar perto de seu valor justo, o que pode ser o gatilho para uma queda do papel.
Às 16h03, a ação ordinária da empresa disparava 4,8 por cento, para 28,40 reais, tendo avançado quase 7 por cento na máxima.
No caso da ação preferencial da Usiminas, muito pressionada nos últimos meses, analistas vinculavam a valorização nesta sexta-feira a possíveis efeitos do terremoto ocorrido no Japão mais cedo. O papel preferencial da companhia mostrava alta de 4,52 por cento, a 21,05 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,66 por cento.
O tremor que atingiu uma série de indústrias na região nordeste japonês pode afetar as exportações de veículos e autopeças nos próximos meses. O desastre natural fez a Sumitomo Metal, que está em processo de fusão com a Nippon Steel, suspender operações em dois alto-fornos de sua usina em Kajima.
"Tem essa questão no Japão, que poderia significar algum tipo de alavancagem nas vendas externas (da Usiminas)", disse o operador Gustavo Brunetto, da Solidus Corretora, em Porto Alegre." Galdi também comentou que o tremor poderia gerar aumento nas vendas de aço da Usiminas, apesar de ser prematuro afirmar com certeza que isso acontecerá. "Pode até ser que o Japão importe mais aço, mas é muito prematuro... Tem excedente de aço no mundo e aço mais barato no restante da Ásia por causa do frete em relação ao Brasil", disse.
A analista Daniella Maia, da corretora Ativa, afirmou que conversou com representantes da Usiminas nesta sexta-feira, mas que a empresa ainda não recebeu um posicionamento oficial da Nippon Steel e que não tinha informações sobre eventuais encomendas.
"O mercado especula que a Nippon, sendo controladora da Usiminas, poderia fazer encomendas diretas para a Usiminas", disse Daniella.
Além disso, com uma redução na oferta de aço do Japão, os preços internacionais dos produtos siderúrgicos poderiam avançar, também ajudando a Usiminas.
"Mas o principal ponto que o mercado está olhando agora seria o incremento de volume (de vendas), o que aumentaria significativamente a receita da companhia e ajudaria a diluir os custos fixos", afirmou a analista.