Mercados

Ação da Tereos é negligenciada e subavaliada pelo mercado, diz HSBC

No ano, os papéis caem 18%, mas podem valorizar 78% nos próximos 12 meses, segundo analistas

Em 2011, as ações da Tereos registram uma desvalorização de 18,5% e nos últimos 12 meses a queda chega a 30% (Kiko Ferrite/EXAME)

Em 2011, as ações da Tereos registram uma desvalorização de 18,5% e nos últimos 12 meses a queda chega a 30% (Kiko Ferrite/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2011 às 17h28.

São Paulo – As ações ordinárias da Tereos (TERI3) são negligenciadas e extremamente subavaliadas pelo mercado. A afirmação está num relatório de hoje do HSBC.

A equipe de análise do banco, formada por Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain, elevou o preço-alvo em 12 meses às ações ordinárias da companhia, de 4 para 4,50 reais, um potencial de valorização de 78%. A recomendação também foi elevada, de neutra para alocação acimada da média de mercado (overweight).

Em 2011, as ações da Tereos registram uma desvalorização de 18,5% e nos últimos 12 meses a queda chega a 30%. Os papéis da companhia negociam ao múltiplo (valor da empresa/Ebitda) em 4,7 vezes para 2012.

Fundamentos positivos

Após sofrerem uma forte queda, os preços do açúcar mostraram uma recuperação nos últimos três meses, passando de US$0,20 para US$0,30 a libra (lb), em virtude de projeções mais fracas que o esperado para a produção do produto no Brasil.

Desde o final de março, a Unica (União Nacional da Indústria da Cana-de-Açúcar) reduziu duas vezes suas estimativas para a produção de açúcar e etanol em 2011-12 em 3 milhões de toneladas e 4,5 bilhões de litros, respectivamente. As condições da safra deterioraram significativamente devido a problemas climáticos e investimentos limitados na renovação das lavouras e em projetos novos.

“Esperamos que o grupo da indústria da cana-de-açúcar reduza duas projeções de moagem ainda mais; portanto, os preços devem continuar elevados no médio prazo”, afirmam os analistas.

Atualmente, a Unica projeta 510 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas na safra 2011 – 12, uma queda de 8% na comparação anual, representando uma redução de 10% frente à sua projeção de março.

“Isso deve resultar em cerca de 32 milhões de toneladas de açúcar, uma queda de 6% na passagem anual e de 9% em relação a março, e 21 bilhões de litros de etanol, queda de 17% na mesma base de comparação e 4,5 bilhões de litros abaixo de sua projeção de março”, projeta o HSBC.

Syral

A unidade europeia Syral, uma das principais fabricantes de produtos à base de amido, foi afetada pelos preços voláteis do trigo, devido à diferença entre os aumentos de custos e receitas, uma vez que os contratos são renegociados duas vezes por ano.

Para os analistas do HSBC, a divisão de etanol da Europa tem mostrado bom desempenho, pois os custos são diretamente vinculados aos preços do etanol através de uma fórmula similar à usada na Consecana no Brasil. “Esperamos que as margens da Syral mostrem recuperação no segundo semestre de 2012”, concluem os analistas.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasIndústrias de alimentosMercado financeiroTereos

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado