Livraria possui dívida de cerca de 674 milhões de reais (Saraiva Facebook/Divulgação/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 27 de agosto de 2019 às 13h00.
Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 14h10.
São Paulo - Os papéis da Saraiva dispararam após o jornal Valor Econômico noticiar, na segunda-feira (26), a saída do CEO da rede de livrarias, Jorge Saraiva Neto, e afirmar que os credores terão interferência direta na escolha do novo presidente. Desde a publicação da reportagem, as ações preferenciais da Livraria Saraiva (SLED4) chegaram subir 156% enquanto as ordinárias (SLED3) tiveram valorização de 638%.
De acordo com a reportagem, será formado um novo conselho administrativo com cinco membros, sendo que ao menos dois nomes serão indicados pelos credores. Segundo o Valor Econômico, esse conselho será responsável por indicar o presidente.
Na segunda-feira, o valor das ordinárias da Saraiva mais que triplicaram, passando de 1,99 reais para 6,50 reais no fechamento. Nesta terça-feira (27), o movimento de alta persistiu e, pouco antes do meio dia, a ação chegou a ser negociada a 14,70 reais - maior valor desde outubro de 2014. Já as ações preferenciais tiveram alta de 64,24% na segunda e, nesta terça, chegaram a valer 3,87 reais, ante 1,51 real na sexta-feira (23).
Com dívidas de 674 milhões de reais, a livraria entrou com pedido de recuperação judicial em novembro do ano passado e vem lutando para evitar a falência. Desde então, o preço das ações ordinárias da livraria sequer passou de 3 reais, marca que só foi quebrada no começo desta semana. Na terça-feira passada (20), o papel atingiu a mínima histórica ao fechar valendo 1,5 real.
No pedido de recuperação judicial, a Saraiva citou uma série de empecilhos que atrapalharam o sucesso da empresa, como surgimento de serviços de streaming e redução do preço médio do livro. Embora as ações tenham subido, os antigos problemas não desapareceram.