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Ação da OGX derrete e arrasta Ibovespa para o vermelho

Mercado está decepcionado com a empresa de petróleo e gás de Eike Batista

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2012 às 14h03.

São Paulo - As ações da OGX derretiam quase 30 por cento nesta quarta-feira e arrastavam o principal índice de ações brasileiras para o vermelho, refletindo a decepção do mercado com a empresa de petróleo e gás de Eike Batista.

Às 13h04, o Ibovespa recuava 0,5 por cento, a 53.567 pontos. Enquanto isso, OGX despencava 27 por cento, a 6,11 reais, e respondia por 23 por cento do volume financeiro total da bolsa na sessão, que era de 2,8 bilhões de reais.

"O mercado está sendo derrubado pela desvalorização da OGX, com forte saída de estrangeiros do papel", disse Eduardo Dias, analista de investimentos da Omar Camargo Corretora. "Essas notícias de produção mais baixa que o esperado acabam gerando descrédito entre investidores." O tombo das ações da OGX ocorre após a companhia ter anunciado na véspera estimativas de produção consideradas decepcionantes para poços no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Em comunicado, a OGX informou que definiu a vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) diários por poço em Tubarão Azul, muito abaixo das estimativas de analistas. "Esse volume gera grande incerteza sobre o potencial de óleo recuperável da companhia, bem como sobre o potencial de volume máximo em seus sistemas de produção", afirmou o JPMorgan em relatório.

"Enxergamos grande risco devido à utopia envolvendo esses papéis, porque não existe nada tangível nas empresas de Eike Batista, é quase tudo projeto", disse Henrique Kleine, analista-chefe da corretora Magliano. "O mercado mostra que não está para brincadeira com empresas que não apresentam resultados." Outros papéis 'X' também recuavam na sessão. Também parte do Ibovespa, LLX caía 7,88 por cento, a 2,22 reais, e MMX tinha queda de 6,02 por cento, a 6,09 reais. Fora do índice, OSX recuava 11,41 por cento, a 10,64 reais, PortX caía 7,69 por cento, a 3 reais, e MPX tinha baixa de 5,87 por cento, a 31,10 reais.

Enquanto isso, as ações preferenciais da Petrobras recuavam 0,83 por cento, a 17,87 reais, e as da Vale cediam 0,18 por cento, a 28,86 reais.

Em sentido oposto, a alta das ações do setor bancário e serviços financeiros ajudava a segurar a queda do Ibovespa. Itaú Unibanco subia 2,58 por cento, a 27,85 reais, enquanto a o papel da BM&FBovespa tinha alta de 2,21 por cento, a 10,18 reais.


A bolsa paulista informou na véspera que aprovou novo programa de recompra de ações, limitado a até 60 milhões de papéis, o que equivale a 3,11 por cento do total de ações em circulação. Mais cedo, o governo brasileiro divulgou mais um pacote para tentar estimular a economia, no valor de 8,43 bilhões de reais em compras governamentais. Também foi anunciada a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6 por cento para 5,5 por cento ao ano. "Marcopolo e Random, por exemplo, estão subindo hoje respondendo ao pacote. Essas medidas trazem benefícios para a indústria, é um pacote válido, mas o resultado não é imediato, vai acontecer ao longo do segundo semestre e em 2013", afirmou Kleine, da Magliano.

Fora do índice, a ação da Marcopolo subia 6,53 por cento, a 8,65 reais, enquanto Random tinha alta de 4,70 por cento, a 9,13 reais.

No exterior, os mercados operavam na expectativa da cúpula dos líderes da União Europeia que começa na quinta-feira. Em Wall Street, o Dow Jones subia 0,72 por cento, enquanto o principal índice das ações europeias fechou em alta de 1,37 por cento.

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