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Ação da Kraft Heinz sobe 13% com lucro melhor do que o esperado

Apesar do resultado, a gigante de alimentos ainda precisa recuperar o crescimento das vendas de produtos como ketchup e cream cheese

Kraft Heinz: Nos Estados Unidos, que representam cerca de 70% da receita da companhia, a demanda pelos produtos do grupo continua em queda (Oli Scarf/Getty Images)

Kraft Heinz: Nos Estados Unidos, que representam cerca de 70% da receita da companhia, a demanda pelos produtos do grupo continua em queda (Oli Scarf/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 19h10.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 19h18.

São Paulo - O balanço agridoce da indústria de alimentos Kraft Heinz fez com que as ações da companhia subissem 13,44% nesta quinta-feira (31). A explicação para a alta expressiva é que o lucro (em especial, o lucro por ação) superou as expectativas dos analistas. No entanto, a gigante continua enfrentando um problema grave. As vendas de alguns produtos, como ketchup e cream cheese, estão em queda em mercados importantes, como nos Estados Unidos.

Não à toa, no horário estendido do pregão (chamado de after hours), os papéis negociavam em queda de 0,25%, um prenúncio de correção de preços na sexta (1). No ano, as ações recuam 28,7%, ante a alta de 20% do fundo de índice de empresas de consumo, o Consumer Staples Select Sector SPDR ETF. Isso mostra que o problema não é o setor e, sim, a empresa.

"Apesar de os resultados do terceiro trimestre estarem abaixo do nosso potencial, mostramos melhorias sequenciais versus o primeiro semestre, e eu acredito que estamos começando a operar melhor o negócio", disse Miguel Patricio, presidente da Kraft Heinz, em nota. "Estamos fazendo bom progresso em identificar e endereçar as principais causas da nossa performance no passado, assim como em acertar a direção estratégica."

O executivo se refere ao plano que está sendo desenhado para 2020 para revigorar os negócios da companhia, que vem enfrentando queda na receita nos últimos trimestres. A Kraft Heinz reportou um lucro líquido de 899 milhões de dólares entre julho e setembro, alta considerável frente aos 619 milhões de dólares registrados no mesmo período do ano passado. Excluindo os ganhos com a venda da unidade de queijos no Canadá, o lucro ajustado por ação ficou em 0,69 dólar, quando o esperado pelos analistas era um valor menor, de 0,54 dólar por papel.

Por sua vez, a receita líquida caiu 4,8% nesse intervalo para 6,08 bilhões de dólares. Nessa linha do balanço, os analistas projetavam um resultado melhor, de 6,13 bilhões de dólares.

Nos Estados Unidos, que representam cerca de 70% da receita da Kraft Heinz, a demanda pelos produtos do grupo continua em queda. Apesar da alta 1,5 ponto percentual nos preços de itens como os frios de Oscar Mayer, Philadelphia Cream Cheese e Lunchables, as vendas líquidas nesse mercado caíram 1,6%.

Em setembro, a 3G Capital vendeu 25 milhões de ações da companhia no mercado com desconto. A operação movimentou 712,95 milhões de dólares e reduziu a sua participação na Kraft de 22,14% para 20,1%. Mesmo assim, o grupo de investidores de origem brasileira - que inclui Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira -, continuou a ser o segundo maior investidor na companhia norte-americana, atrás da Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett.

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