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Ação da Hapvida despenca mais de 30% após balanço fraco

Para o BTG Pactual, a contração de quase 20% do Ebitda foi uma surpresa negativa

Hapvida: balanço decepciona analistas (Leandro Fonseca/Exame)

Hapvida: balanço decepciona analistas (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 11h00.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 11h28.

As ações da Hapvida (HAPV3) recuam, na manhã desta quinta-feira, 13, quase 40% a R$ 19,62 às 11h27. Prejuízo líquido considerando efeitos não-recorrentes, Ebitda menor, receitas com serviços médicos-hospitalares recuando, resultado financeiro líquido no negativo, aumento das despesas financeiras e estabilidade no número de beneficiários no balanço do terceiro trimestre de 2025 são alguns dos motivos que explicam a queda das ações.

Considerando efeitos não-recorrentes, como a desvalorização de ativos intangíveis da empresa, o impacto de programas de remuneração e ressarcimentos ao SUS, houve prejuízo líquido de R$ 57 milhões — no entanto, menor que o saldo negativo de R$ 71,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 2,1% na mesma base de comparação, para R$ 746,4 milhões. Em relação ao segundo trimestre, a queda foi de mais de 17%.

Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a contração de quase 20% no Ebitda, de um trimestre para o outro, surpreendeu o banco de maneira negativa.

O resultado financeiro líquido da companhia ficou negativo em R$ 354,5 milhões, 35,5% maior do que o prejuízo de R$ 261,7 milhões registrado um ano antes. As despesas financeiras aumentaram em 45,1% na mesma base de comparação, para R$ 725,7 milhões.

O número de beneficiários de planos de saúde da Hapvida ficou praticamente estável, em 8,869 milhões clientes. O período registrou 614 mil cancelamentos. O tíquete médio dos planos cresceu 6,1% de um ano para o outro, para R$ 292,7 por mês.

Na visão do BTG, a Hapvida apresentou um trimestre de números fracos que podem aumentar a percepção de risco do mercado sobre a empresa.

Os custos assistenciais e sinistralidade caixa, que incluem sinistros judiciais e provisões de ressarcimento ao SUS, cresceram 8,9% ano a ano, para R$ 6,13 bilhões. As provisões para o SUS, aliás, mais que dobraram de um ano para o outro, chegando a R$ 119,8 milhões.

Segundo os analistas do banco, a sinistralidade ficou bem acima do esperado e a base de beneficiários teve crescimento orgânico pouco expressivo. Eles também destacam a dinâmica de fluxo de caixa livre, que consumiu R$ 51,9 milhões no trimestre.

"Nem é preciso dizer que esses resultados devem pesar de uma forma relevante nas expectativas de resultados para os próximos trimestres e anos", escreveram os analistas do BTG. O banco revisou as próprias estimativas, pois não espera mais expansão de margem para o próximo ano.

Nas novas projeções, Hapvida deve ter Ebitda ajustado de R$ 3,747 bilhões em 2026, uma queda de 20% em relação à estimativa anterior, e lucro líquido ajustado de R$ 1,22 bilhão, ante R$ 2,08 bilhões nos cálculos prévios.

A Hapvida terminou o trimestre com dívida líquida de R$ 4,25 bilhões. A alavancagem medida pela relação dívida líquida e Ebitda ficou em uma 1 vez.

No entanto, a receita líquida da companhia somou R$ 7,78 bilhões no período, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas com planos de saúde e planos odontológicos cresceram, respectivamente, 5,5% e 6,6%. Já a com serviços médicos-hospitalares recuaram 6,8%.

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