Mercados

Ação da Fiat sobe com Chrysler, mas preocupações continuam

Ainda há dúvidas sobre a possibilidade de a empresa usar a fusão para reduzir perdas na Europa


	Chrysler: analistas se preocuparam com a forma como o negócio vai aumentar a já pesada carga de dívida da Fiat
 (Gabriel Bouys/AFP)

Chrysler: analistas se preocuparam com a forma como o negócio vai aumentar a já pesada carga de dívida da Fiat (Gabriel Bouys/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 11h34.

Milão - As ações da Fiat saltavam nesta quinta-feira depois da montadora fechar um acordo de 4,35 bilhões de dólares para assumir o controle total da Chrysler Group LLC, embora ainda há dúvidas sobre a possibilidade de a empresa usar a fusão para reduzir perdas na Europa.

Investidores saudaram o acordo firmado pelo presidente-executivo da Fiat, Sergio Marchionne, pelo qual a companhia vai comprar a fatia de 41,46 por cento que ainda não possuía na terceira maior montadora dos Estados Unidos sem levantar recursos no mercado de ações.

Marchionne, que dirige as duas empresas desde a reestruturação financeira financiada pelo governo após pedido de concordata em 2009, pretende fundir os dois negócios para formar o sétimo maior grupo automotivo do mundo.

No entanto, analistas se preocuparam com a forma como o negócio vai aumentar a já pesada carga de dívida da Fiat, apesar de um preço relativamente baixo negociado por Marchionne depois de conversas mantidas por mais de um ano.

As ações da Fiat chegaram a subir até 16 por cento, a um patamar visto pela última vez em agosto de 2011, após o acordo anunciado na noite de quarta-feira, que pretende combinar os recursos das duas montadoras e rejuvenescer a linha de produtos da Fiat.

Às 11h58 (horário de Brasília), os papéis da montadora operavam em alta de 14,72 por cento.

"Eles pagaram menos do que o mercado esperava e não haverá aumento de capital para financiar isso, então não causa espanto que a ação esteja disparando", disse um operador de Milão.


"Enquanto ainda resta saber como isso afetará o futuro da Fiat, este é um bom começo de ano para uma empresa que tem percorrido um caminho muito difícil recentemente, especialmente na Europa." A Fiat vai comprar a participação na lucrativa montadora norte-americana de um fundo de seguro de saúde de funcionários aposentados afiliados ao sindicato United Auto Workers (UAW).

O fundo receberá 3,65 bilhões de dólares em dinheiro pela fatia, dos quais 1,9 bilhão de dólares da Chrysler e 1,75 bilhão de dólares da Fiat.

Depois de fechado o negócio, a Chrysler tem o compromisso de pagar ao UAW outros 700 milhões de dólares ao longo de três anos.

No entanto, analistas do Citigroup disseram que a dívida da Fiat se tornará a mais alta entre as fabricantes europeias de motores.

"A dívida líquida do grupo subirá para cerca de 10 bilhões de euros (13,8 bilhões de dólares) após a conclusão da transação ... com a empresa se tornando a mais endividada fabricante de equipamentos originais da Europa", disseram em um relatório.

"Continuamos tendo preocupações sobre a sustentabilidade desse pesado encargo de dívida." A possibilidade da fusão reduzir as perdas da Fiat na Europa permanece uma incógnita. A empresa tinha prometido alcançar o equilíbrio entre receitas e despesas na região em 2016. O plano de Marchionne depende da habilidade da Fiat em compartilhar redes de tecnologia, dinheiro e distribuidoras com a Chrysler, de forma fácil e barata.

Chrysler e Fiat atualmente têm de gerir suas finanças em separado. A fusão completa tornará a combinação dos dois caixas mais fácil --embora não de maneira automática--, dando à Fiat mais recursos para expandir sua linha de produtos.

Acompanhe tudo sobre:ChryslerEmpresasEmpresas italianasFiatMontadoras

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol