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Ação da CSN não está blindada, mas é a preferida do HSBC no aço

Banco reduz preço-alvo da companhia para refletir as pressões sobre o preço do aço no mercado doméstico

Para analista, saída de dois altos executivos da CSN envia “um mau sinal ao mercado”  (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

Para analista, saída de dois altos executivos da CSN envia “um mau sinal ao mercado” (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2011 às 14h33.

São Paulo – Apesar da deterioração nas perspectivas para a indústria siderúrgica no Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) continua sendo a favorita do setor na opinião da equipe de pesquisa do HSBC, embora a empresa não esteja “imune” aos efeitos negativos que cercam as produtoras de aço.

O analista Jonathan Brandt reduziu nesta quinta-feira (16) o preço-alvo para as ações ordinárias da companhia (CSNA3), de 32,50 para 24,50 reais até o final de 2011, mas a recomendação de alocação acima da média do mercado foi mantida (overweight). Os papéis da empresa são negociados a um múltiplo de 8,1 vezes o preço sobre o lucro (P/L), o que representa um desconto de 40% para a média do setor no Brasil.

Segundo o HSBC, a companhia segue como a mais lucrativa no universo de cobertura do banco. Apesar disso, ela não está imune aos efeitos negativos do setor, principalmente levando em conta as pressões que devem impactar o preço do aço no mercado doméstico, além das preocupações relacionadas às mudanças na diretoria da empresa.

Preocupação com fundamentos

Na medida em que os preços globais do aço caíram e a moeda brasileira (real) continua valorizada frente ao dólar, Brandt prevê que haverá pressão sobre o valor do produto no mercado doméstico.

“Originalmente projetávamos um aumento de 10% no preço do aço em 2011, mas reduzimos essa estimativa para o número já anunciado de 5%”, afirma o analista do HSBC. Além disso, ele revisou para baixo sua previsão de volume de vendas de minério de ferro da CSN em 2011 e 2012.

“Adotamos uma perspectiva mais cautelosa a respeito da execução do projeto, considerando a contínua revisão para baixo no guidance”, ressalta.

Rotatividade na diretoria

“Acreditamos que a perda de dois altos executivos nas últimas duas semanas envia um mau sinal ao mercado”, afirma Brandt. O ex-diretor financeiro Paulo Penido, que deixou a empresa por “razões pessoais”, era "a cara" da CSN nos últimos dois anos, diz o analista. Era ele o responsável por representar a empresa nas teleconferências trimestrais e nas reuniões com investidores.

A perda de Jayme Nicolato na diretoria de mineração também gera incertezas sobre a execução dos projetos. Segundo o analista do HSBC, o mercado questiona agora “se o guidance (meta) existente de minério de ferro pode ser atingido, uma situação com a qual a CSN enfrentou dificuldades mesmo enquanto o executivo estava à frente da unidade de mineração”.

Penido foi substituído por Alberto Monteiro, atualmente Diretor de Tesouraria, ao passo que Daniel Santos - que trabalhou anteriormente na BHP Billiton e na Vale e está na CSN há poucos anos – substituiu Nicolato.

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