Empresa está em queda na bolsa desde pediu proteção contra credores (Ambipar/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 15h13.
Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 15h21.
As ações da Ambipar (AMBP3) sofrem mais uma baixa nesta segunda-feira, 6, chegando a operar abaixo de R$ 1 durante uma parte do dia. Na mínima da sessão, até agora, o papel chegou aos R$ 0,93. Às 15h02 (horário de Brasília), a ação AMP3 caía 28,57%, a R$ 1.
Há menos de duas semanas, a companhia conseguiu na Justiça um pedido de proteção contra os seus credores. De lá para cá, os papéis recuaram mais de 90%.
O pedido, segundo a empresa, foi motivado pelos “impactos financeiros negativos” decorrentes de operações com derivativos ligados aos green bonds (“títulos verdes”, em português) emitidos pelo grupo. A empresa de gestão ambiental destacou que essa medida visa garantir a continuidade de suas operações e proteger seus ativos enquanto negocia alternativas com os credores.
Santander e Bradesco são os bancos com maior exposição à Ambipar, com um total de cerca de R$ 600 milhões e R$ 300 milhões em dívidas, respectivamente, segundo fontes ouvidas pelo INSIGHT.
Cerca de R$ 6 bilhões estavam em bonds no mercado internacional e outros R$ 3 bilhões em debêntures.
Na petição enviada à Justiça do Rio, a Ambipar afirma que entrou com processo por não concordar com a cobrança de chamadas de margem em contratos de derivativos em empréstimos firmados com o Deutsche Bank, que teriam chegado a mais de R$ 200 milhões nos últimos dias.
Olhando o balanço da Ambipar, é difícil entender por que a companhia entrou com um pedido de proteção contra execução de dívidas e está flertando com a recuperação judicial.
Ao fim de junho, a liquidez era abundante: quase R$ 5 bilhões em disponibilidades, dos quais R$ 2,6 bilhões em caixa ou outras aplicações de resgate imediato e mais R$ 2,1 bilhões num fundo de direito creditório (FIDC) com resgate entre 30 e 60 dias.
A medida extrema tomada pela Ambipar reforça uma dúvida que vinha pairando sobre o mercado e os credores nas últimas semanas: onde está o dinheiro da companhia?