Mercados

Acabou a festa? CSN cai após salto de mais de 70% em 4 dias

Analistas dizem que fundamentos da companhia não justificam otimismo recente com os papéis e mantêm recomendações de venda


	Funcionário da CSN: empresa disparou 70% na Bolsa em 4 dias
 (Divulgação)

Funcionário da CSN: empresa disparou 70% na Bolsa em 4 dias (Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 14 de abril de 2016 às 14h29.

São Paulo - Até mesmo os mais experientes ficaram surpresos com a disparada de 71,5% das ações da CSN (CSNA3) nos últimos quatro dias.

Os papéis chegaram a despencar 12,44% hoje, para a mínima de R$ 11,40, por ora, mas o recuo não estava nem perto de ameaçar a forte valorização em 2016, que ultrapassou os 200% ontem.

No mercado, o sentimento era de que o sopro de otimismo com a ação da empresa deve chegar ao fim em breve, já que os fundamentos da companhia não justificam uma alta tão acentuada de seus papéis.

Segundo a Bloomberg, a CSN é a empresa de pior classificação no Ibovespa, com 13 recomendações de venda e nenhuma de compra.

Para o analista Luiz Francisco Caetano, da Planner Corretora, "a CSN está sofrendo, como todas as siderúrgicas do mundo, os efeitos de quatro anos de quedas nos preços do aço, a forte concorrência dos produtos provenientes da China e as recentes medidas 'antidumping' dos Estados Unidos".

Ele manteve a recomendação de venda para a ação da siderúrgica e reduziu o preço justo do papel de R$ 6,30 para R$ 3,80 ---bem longe do atual patamar, em torno de R$ 11.

No geral, a avaliação de especialistas é de que as ações da CSN têm refletido positivamente a sensação de que os preços das commodities já bateram no fundo do poço e, por isso, tanto o aço quanto o minério têm encontrado espaço para subir.

Mas isso não é suficiente para compensar outros grandes problemas. Um deles é a forte queda na demanda interna, com redução de 27,8% da produção de automóveis no Brasil durante o primeiro trimestre do ano, por exemplo.

"Apesar da melhora nas cotações de seus produtos neste início do ano, vemos ainda a CSN tendo resultados muito baixos em 2016 e 2017 e precisando vender ativos e cortar custos para reduzir seu endividamento", disse Caetano.

Em relatório, o BTG Pactual também manteve sua recomendação de venda para a ação da CSN e sinalizou que a recente alta das ações parece exagerada.

"A empresa vale R$ 18 bilhões na Bolsa, sem gerar caixa (mesmo em um cenário otimista), com o minério de ferro na casa dos US$ 60 a tonelada", afirmou a equipe de análise do banco. 

O BTG ressaltou que a empresa está bastante endividada e que não há grandes novidades sobre seu plano de venda de ativos. O preço-alvo para 12 meses do banco para o papel da CSN é de R$ 3.

Acompanhe tudo sobre:acoAçõesB3bancos-de-investimentoBloombergbolsas-de-valoresBTG PactualCSNEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasHoldingsIbovespaIndústriaMercado financeiroPlannerSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Mercados

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netflix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA