Mercados

Em abril, notícias externas impulsionam ações de setores defensivos

Papéis de Cesp, Sabesp e Souza Cruz fecharam o mês com posição de destaque na BM&FBovespa

Usina da CESP: ações da companhia fecharam o mês em alta de 7% (.)

Usina da CESP: ações da companhia fecharam o mês em alta de 7% (.)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2010 às 19h05.

São Paulo - O movimentado fim de abril mexeu com a tendência que a bolsa brasileira apresentava durante quase todo o mês. As más notícias relacionadas aos problemas de dívida de Grécia, Portugal e Espanha aumentaram a tensão dos investidores e provocaram um movimento de procura por aplicações mais seguras. Até o dia 28, os estrangeiros retiraram 938 milhões de reais da bolsa.

Por causa da volatilidade, a qual levou o Ibovespa de volta aos 66 mil pontos, os papéis com melhores perspectivas de dividendos ganharam evidência."Nos últimos dias, as ações defensivas têm se comportado bem. Empresas como a Sabesp (SBSP3) e a Cesp (CESP6), além de serem boas pagadoras de dividendos, têm uma receita estável", explica João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.

As ações da Cesp subiram 7,71% no mês, enquanto os papéis da Sabesp registraram uma valorização de 6,26%. A Souza Cruz (CRUZ3), também considerada uma tradicional boa pagadora de dividendos, terminou o mês com uma alta acumulada de 9,24%. Os papéis da Lojas Renner (LREN3) terminaram o mês com quase 11% de valorização, ocupando a primeira posição do índice.

Grande parte do bom desempenho se deve aos resultados trimestrais anunciados pela companhia nesta quinta-feira (29/4). O lucro líquido disparou 239,8%, chegando a 36,9 milhões de reais. Para Brugger, o mercado tinha boas expectativas de resultados, muito em função da prévia dos resultados das vendas da companhia. O crescimento da Renner é uma continuação do bom momento vivido pela empresa no fim de 2009, e reflete a recuperação do setor de varejo, com a melhora dos dados relacionados ao consumo.

Antes da crise

O cenário da bolsa era diferente antes do aumento das preocupações com os países europeus, o topo do Ibovespa era ocupado por empresas ligadas à exploração de recursos minerais. A siderúrgica Gerdau (GGBR3) (GGBR4) e a petroleira OGX (OGXP3) se revezaram como as mais valorizadas durante a maior parte do mês. Apesar da volatilidade, as duas empresas devem apresentar um bom desempenho durante o ano. Para a analista da corretora Ágora Invest, Cristiane Viana, o aumento de investimentos em infraestrutura e construção civil no país deve favorecer a Gerdau ao longo do ano.

"A perspectiva continua positiva, sobretudo se também considerarmos os investimentos para os eventos esportivos dos próximos anos", diz. Além disso, os esforços do governo para diminuir o déficit habitacional devem resultar em novos lançamentos imobiliários. No caso da OGX, muito de seu bom desempenho pode ser atribuído às informações que seu proprietário, o milionário Eike Batista tem divulgado.

O executivo revelou a intenção de vender 20% de um dos blocos de exploração de petróleo da empresa. Para o analista William Alves, da corretora XP Investimentos, as declarações têm contribuído para que o investidor entenda melhor o valor da companhia. Segundo Alves, as melhores oportunidades de ganhos com ações da OGX devem vir de uma estratégia de longo prazo.
 

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCESPEmpresasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasServiços

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado