Reeleito presidente, agora Barack Obama terá que lidar com a ameaça do "abismo fiscal" (REUTERS/Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2012 às 14h00.
São Paulo - Com poucos destaques econômicos, as atenções do mercado estarão voltadas a questões políticas na próxima semana. Após a reeleição do Barack Obama, nos Estados Unidos, agora os investidores estarão atentos aos próximos passos do presidente para resolver a questão do “fiscal cliff”, o “abismo fiscal” em português.
Estados Unidos
O problema se refere ao fim de incentivos fiscais implementados pela administração Bush e ao início de cortes automáticos no orçamento em programas sociais e militares a partir de janeiro de 2013. O valor a ser retirado da economia chega a 607 bilhões de dólares. O temor dos economistas é de que o crescimento do PIB desacelere ou que afunde para uma nova recessão.
“De forma geral, a próxima semana é neutra, os mercados estarão de olho na agenda política nos Estados Unidos, com as discussões a respeito da questão fiscal, e na Europa, com as decisões em relação às medidas de austeridade na Grécia”, diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Os EUA comemoram o dia dos veteranos na segunda-feira e, apesar de ser feriado, o mercado de ações estará aberto. Já o mercado de títulos não funcionará.
Ainda nos EUA, na quarta-feira serão divulgados os dados das vendas no varejo. As previsões indicam que o resultado de outubro deve apresentar leve queda de 0,1% em relação à setembro.
No mesmo dia, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central americano (Federal Reserve – Fed) será divulgada. Na reunião que aconteceu dia 24 de outubro, o Fed manteve seu plano de estímulo à economia até que se note melhora no mercado de trabalho. As taxas de juros continuam próximas de zero até meados de 2015.
Encerrando a semana, na sexta-feira, os dados de produção industrial nos EUA. Segundo André, a expectativa é de um pequeno crescimento, de 0,2%, em relação ao mês anterior.
Grécia
Na segunda-feira, dia 12, os ministros das finanças da zona do euro, o Eurogroup, se reúnem para discutir a liberação da próxima parcela de empréstimos de emergência para a Grécia. O país precisa de dinheiro para pagar vários bilhões de euros em títulos do Tesouro que vencem dia 16.
A expectativa, no entanto, é de que não haja ainda uma decisão final, visto que, segundo o que disse uma autoridade sênior da União Europeia à Reuters, ainda não há clareza de como fazer com que a dívida da Grécia seja sustentável.
Alemanha
Na Europa, além da Grécia, os mercados estarão olhando para os dados preliminares do PIB da Alemanha, divulgados na quinta-feira, dia 15. Na quarta-feira passada, dados apontaram que as exportações do país recuaram no ritmo mais rápido desde o final de 2011 e que as importações também caíram em setembro, ampliando as evidências de que a crise da zona do euro começou a afetar com força a maior economia do bloco.
Serão anunciados também a produção industrial (dia 14) e o PIB preliminar da zona do euro (dia 15). A expectativa é de números fracos.
Brasil
No Brasil, o boletim Focus, divulgado na segunda-feira, dia 12, deve trazer projeções mais otimistas em relação à inflação. Na última semana, a projeção, medida pelo IPCA, registrou leve queda, após seguidas semanas de alta. O mercado projetou uma taxa de 5,44%, ante 5,45%.
Na quinta-feira, dia 15, os mercados não abrem no Brasil em função do feriado da Proclamação da República.