Corona: grupo detentor da marca apresentou uma queda de 2% em vendas em relação a 2024 (Ambev/Divulgação)
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Publicado em 3 de julho de 2025 às 06h18.
O consumo de cerveja nos Estados Unidos caiu — e as políticas migratórias de Donald Trump podem ser o motivo.
Durante a apresentação dos resultados de vendas do primeiro trimestre, a Constellation Brands — dona da cerveja Corona — reportou US$ 2,23 bilhões em vendas da bebida, uma queda de 2% em relação ao ano anterior.
A empresa informou que os principais estados em vendas, que concentram maiores populações hispânicas, registraram redução no consumo da cerveja. Clientes hispânicos representam cerca de 50% da base de consumidores da empresa, afirmou o CEO da Constellation Brands, Bill Newlands, em uma teleconferência de resultados realizada em abril.
A companhia decidiu, então, realizar uma pesquisa entre seus consumidores, que revelou um dado importante: mais de 80% dos consumidores manifestaram preocupações em relação ao ambiente socioeconômico nos EUA, enquanto mais da metade dos clientes hispânicos apresentou apreensão com as mudanças nas políticas de imigração, de acordo com o Business Insider.
O levantamento mostrou que os consumidores estão evitando se reunir em grupos, tanto em espaços públicos quanto em casa, além de deixar de fazer compras em lojas de conveniência e postos de gasolina.
Empresários de bairros com grande população imigrante já haviam relatado anteriormente, ao Business Insider, uma queda no movimento, devido ao medo dos clientes de ações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
O segundo mandato de Trump no país tem sido marcado por políticas rigorosas contra a imigração ilegal. Durante um comício de campanha, em novembro de 2024, o republicano afirmou que implementaria o “maior programa de deportação” da história americana.
A Constellation Brands, que também é dona da marca de cerveja Modelo e do vinho Kim Crawford, registrou uma queda geral de 6% nas vendas no último trimestre em comparação ao ano anterior, totalizando uma receita de US$ 2,52 bilhões.
A categoria de vinhos e destilados da empresa teve um desempenho ainda pior do que a de cervejas, despencando 28% nas vendas líquidas no trimestre. Segundo especialistas, o consumo de vinho diminuiu globalmente para o menor nível desde 1961.