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A história do brasileiro que comandou o misterioso Banco do Papa

Após controvérsias financeiras que abalaram a confiança do Istituto per Opere di Religione, o brasileiro Ronaldo Schmitz assumiu a presidência interina buscando mais transparência na instituição

Natural de Porto Alegre, Ronaldo Schmitz iniciou sua trajetória profissional na Deutsche Treuhandgesellschaft em 1965. (Photo by Grabowsky/ullstein bild via Getty Images)

Natural de Porto Alegre, Ronaldo Schmitz iniciou sua trajetória profissional na Deutsche Treuhandgesellschaft em 1965. (Photo by Grabowsky/ullstein bild via Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 29 de abril de 2025 às 09h55.

Última atualização em 29 de abril de 2025 às 09h56.

O Istituto per Opere di Religione (IOR), ou simplesmente Banco do Vaticano, já teve um brasileiro ocupando um dos cargos mais altos. Relativamente secreta, a instituição foi criada em 1942 para administrar os ativos da Igreja, mas já esteve no centro de controvérsias financeiras que marcaram a história do menor país do mundo.

Foi em um destes momentos de crise que Ronaldo Schmitz, um gaúcho nascido em Porto Alegre, mas formado economista no Rio de Janeiro, foi parar no Vaticano. Ele foi nomeado vice-presidente e chegou a assumir a presidência interina do banco do país entre maio de 2012 e fevereiro de 2013.

A nomeação de Schmitz ocorreu em um momento de crise e necessidade de reformas no IOR, que enfrentava escândalos relacionados a lavagem de dinheiro e operações financeiras suspeitas. Ele substituiu Ettore Gotti Tedeschi, que foi destituído após resistir a pressões internas para implementar normas mais rígidas contra lavagem de dinheiro.

A escolha de Schmitz para o cargo foi feita pelo Papa Bento XVI, que buscava um gestor com experiência financeira e reputação para restaurar a credibilidade e a transparência do Banco do Vaticano.

Quem foi Ronaldo Hermann Schmitz?

Natural de Porto Alegre, Schmitz iniciou sua trajetória profissional na Deutsche Treuhandgesellschaft em 1965.

Dois anos depois, ingressou na BASF, onde ocupou cargos de liderança, incluindo a presidência da BASF Espanhola e a direção de finanças no conselho executivo da empresa.

Em 1990, Schmitz transferiu-se para o Deutsche Bank, assumindo responsabilidades nas áreas de consultoria a empresas e operações na América do Norte. Em 1991, tornou-se membro do conselho executivo do banco, posição que ocupou até sua aposentadoria em 2000.

Após sua aposentadoria, Schmitz continuou atuando em conselhos de administração de diversas empresas internacionais, como GlaxoSmithKline, Cabot Corporation e Sick AG.

Em 2006, Schmitz foi nomeado membro do conselho de supervisão do Banco do Vaticano. Em 2009, tornou-se vice-presidente da instituição. Em maio de 2012, após a destituição do então presidente Ettore Gotti Tedeschi, Schmitz assumiu interinamente a presidência do IOR, cargo que ocupou até fevereiro de 2013.

Durante sua gestão, enfrentou o desafio de implementar reformas para aumentar a transparência e a conformidade do banco com as normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro.

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