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À espera do Copom, juros futuros recuam com dólar e inflação

As taxas já iniciaram o dia em baixa e aceleraram o ritmo ao longo do dia, acompanhando as influências dos cenários doméstico e internacional


	Sede do Banco Central: ontem o boletim Focus mostrou desaceleração das expectativas de inflação
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central: ontem o boletim Focus mostrou desaceleração das expectativas de inflação (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 17h35.

São Paulo - Uma conjunção de fatores levou o mercado futuro de juros a reduzir os prêmios de risco em toda a curva nesta terça-feira, 1.

As taxas já iniciaram o dia em baixa e aceleraram o ritmo ao longo do dia, acompanhando as influências dos cenários doméstico e internacional.

O cenário internacional favorável foi determinante para a queda das taxas desde cedo. A expectativa de adoção de novas medidas de estímulo na China, pela manhã, e a alta expressiva dos preços do petróleo, à tarde, aumentaram o apetite por risco.

Com isso as moedas de países emergentes foram favorecidas em relação ao dólar. No Brasil, a moeda americana esteve em queda superior a 1% durante todo o período da tarde, o que contribuiu para a redução das taxas.

A principal expectativa dos investidores, no entanto, girou em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que amanhã anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros.

Os investidores não têm dúvidas quanto à manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% ao ano, mas é grande a expectativa em relação ao placar da votação e ao teor do comunicado do comitê.

Nas duas últimas reuniões houve divisão de seis diretores que votaram pela manutenção e dois que defenderam uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica.

Na reunião de janeiro, a justificativa para a manutenção da Selic esteve embasada no potencial desinflacionário representado pela desaceleração econômica internacional.

Nos últimos dois dias, o discurso do BC, que em princípio teve pouca credibilidade no mercado, acabou por ganhar força.

Depois de oito semanas consecutivas de elevação das projeções, ontem o boletim Focus mostrou desaceleração das expectativas de inflação.

Fatores como a adoção da bandeira verde na conta de luz e os sinais de desaceleração dos reajustes de alimentos devem trazer alívio à inflação, segundo calculam os analistas.

Hoje, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) mostrou inflação de 0,76% em fevereiro, contra 1,78% na medição anterior.

A taxa ficou abaixo do piso das estimativas apuradas pelo AE Projeções (de 0,79% a 1,10%) e reforçou o discurso do BC.

Nos negócios na BM&F, o contrato de DI com vencimento em abril de 2016 chegou ao final do horário regular de negociação projetando taxa de 14,155%, ante 14,160% do ajuste de ontem.

O vencimento de janeiro de 2017 ficou com taxa de 14,025%, ante 14,180%. O DI para janeiro de 2018 projetou taxa de 14,30%, contra 14,56%.

Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 terminou o dia com taxa de 15,43%, ante 15,58%.

Outra notícia com repercussão positiva foi o resultado da balança comercial brasileira, que registrou superávit de US$ 3,043 bilhões em fevereiro, o melhor resultado para o mês em 27 anos.

As estimativas do mercado iam de um superávit de US$ 1,9 bilhão a US$ 2,9 bilhões, com mediana de US$ 2,570 bilhões.

No cenário político, destaque para a informação de que executivos da Andrade Gutierrez afirmaram em delação premiada que a empresa pagou despesas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010.

Os pagamentos teriam sido feitos por meio de contrato fictício de prestação de serviço com a agência de comunicação Pepper no valor de R$ 5 milhões.

Além disso, há a expectativa em torno da possibilidade de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) participe da delação premiada.

O senador formalizou na tarde de hoje sua renúncia à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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