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A covid-19 e a economia: desemprego nos EUA pode chegar a 20 milhões

Dado semanal de pedidos de seguro-desemprego na maior economia do mundo deve trazer nova carga de volatilidade para as bolsas

Donald Trump: os EUA são o epicentro global da pandemia, com 680.000 casos  (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: os EUA são o epicentro global da pandemia, com 680.000 casos (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2020 às 06h30.

Última atualização em 16 de abril de 2020 às 06h53.

As quintas-feiras viraram um dia crítico para mapear o peso do coronavírus sobre a economia americana e, consequentemente, sobre a economia global. É quando os Estados Unidos divulgam o dado semanal de pedidos de seguro desemprego, uma informação que vem medindo, de sete em sete dias, a força devastadora da pandemia sobre a mão de obra do país mais rico do mundo.

Nas últimas semanas, mais de 15 milhões de americanos já pediram seguro-desemprego, um recorde histórico absoluto. Até antes da crise, o topo de pedidos havia sido de 600.000 na semana — agora, a conta passa facilmente dos milhões.

Nesta quinta-feira, a expectativa é que o número de pedidos passe de 20 milhões. É um dado que se soma a uma série de indicadores desalentadores. Ontem, o varejo anunciou uma queda recorde nas vendas em março, e a produção industrial teve o maior recuo desde 1946.

O desemprego no país pode, em semanas, passar de pouco mais de 3% (melhor marca da história) para mais de 10% — há quem preveja que possa chegar a 20%.

As previsões econômicas não dão muito lugar a otimismo. Segundo a agência Reuters, a economia americana encolheu 10,8% no primeiro trimestre, o que seria o maior recuo desde 1947. O Fundo Monetário Internacional prevê que a economia americana recue 5,9% em 2020, bem acima da previsão de queda de 3% para o mundo, e acima da queda prevista de 5,3% para a economia brasileira.

O impacto econômico tem sido fonte de uma volatilidade recorde nas bolsas. Investidores, hoje, devem acompanhar com lupa os dados de desemprego nos Estados Unidos.

Semana passada, a expectativa de que um pacote recorde de 2,3 trilhões de dólares pudesse segurar os efeitos da pandemia fez subir bolsas no mundo todo, inclusive no Brasil. Mas esta semana a temporada de balanços de empresas americanas vem fazendo o mundo real se impor.

Ontem, o Ibovespa recuou 1,36%, e o S&P 500 caiu 2,20%. Nesta quinta-feira, Tóquio fechou em queda de 1,3%, e Hong Kong recuou 0,58%. Mas na Europa, onde países como a Alemanha vêm reduzindo as medidas de isolamento, as bolsas abriram em alta: o alemão Dax subia 1% até as 7h. O total de casos no mundo chegou a 2,06 milhões, com 640.000 nos Estados Unidos, muito acima dos 180.000 contaminados na Espanha, o segundo país mais afetado. O Brasil tem 28.000 casos confirmados.

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