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5 ações de empresas em recuperação judicial

Investir em ações de empresas em recuperação judicial é arriscado, mas é uma possibilidade para investidores de perfil mais arrojado

Ações de empresas em recuperação judicial podem gerar grande retorno (Germano Lüders/Exame)

Ações de empresas em recuperação judicial podem gerar grande retorno (Germano Lüders/Exame)

Grandes empresas também enfrentam dificuldades por diversos motivos, como recessão econômica, mudanças drásticas no mercado e falhas de gestão. Algumas companhias listadas na bolsa também passam por problemas parecidos, muitas inclusive, entram em recuperação judicial.

Recuperação judicial é um processo pelo qual uma empresa busca renegociar dívidas e pagamentos junto aos credores, colaboradores e fornecedores, com o objetivo de reverter o cenário de crise, manter a atividade econômica em vigor e evitar a falência.

Para companhias que continuam listadas na bolsa, em situação de recuperação judicial, a negociação de ativos é um caminho para que a empresa possa liquidar alguns papéis para negociar com as partes envolvidas.

Investir em ações de empresas envolvidas neste processo se torna uma possibilidade para investidores de perfil mais arrojado. Com valores normalmente bem baixos e com chance de alta valorização dado o resultado positivo da recuperação, estas operações se mostram atrativas.

Mas vale destacar que investir em uma empresa em recuperação judical  é arriscado, pois é possível que  processo de recuperação de fato não aconteça.

Até 2019, apenas 7% das empresas da bolsa que entraram neste processo, de fato saíram recuperadas financeiramente.

Um exemplo foi a da companhia Eneva (ENEV3) que após o anúncio de sua recuperação em abril de 2016, as ações foram de valer apenas R$ 0,03 para R$ 2,96 em 2 semanas.

Entendendo os riscos e retornos dessas ações, a EXAME Invest listou 5 ações de empresas da bolsa que estão em recuperação judicial para ficar de olho.

Ações de empresas em recuperação judicial

Oi (OIBR3/OIBR4)

Preço na quarta-feira (dia 18):  R$ 0,68 (OIBR3) e R$ 1,30 (OIBR4) | -10,67% (OIBR3) e +1,57% (OIBR4) desde janeiro

A companhia de telecomunicações entrou em processo de recuperação judicial em 2016, após acumular R$ 65 bilhões em dívidas divididos em 55 mil credores. Desde então a tele conseguiu aprovar um plano de recuperação que incluía venda de ativos, desconto nos pagamentos aos credores e prorrogação de prazos, apesar do plano ter diso alterado posteriormente.

O processo tinha como previsão sua finalização para outubro de 2021, mas recebeu aval dos credores para se estender até março de 2022 por causa da complexidade do processo. Com outro adiamento do fim sendo anunciado no final de março, o processo deve ter seu resultado divulgado até o fim de maio deste ano.

IGB Eletrônica (IGBR3)

Preço na quarta-feira (dia 18): R$ 29,50 | +11,4%  desde janeiro

Com pedido processo de recuperação judicial enviado em abril de 2018, a dona da Gradiente tinha uma dívida somada de R$ 442 milhões entre 250 credores.

A empresa já havia sofrido bastante com a alta competitividade do setor eletrônico na década seguindo o pedido de recuperação.

Recentemente, envolvida em disputa pelo uso de marca Iphone no Brasil, a empresa também teve diversas tentativas com o objetivo de alienar ações em leilões, com alguns não tendo performado como a companhia esperava.

Saraiva (SLED4)

Preço na quarta (dia 18):  R$ 5,61 | -8,44%  desde janeiro

A empresa teve seu pedido de processo de recuperação judicial aberto em 2018, declarando ter dívidas que somavam R$ 675 milhões.

Com o processo só homologado em setembro de 2019, o processo foi difícil nos primeiros anos, com tentativas da companhia de adiantamento em seu plano mas com demora na aprovação por parte dos credores.

A última mudança no processo foi feita em março de 2022 que deu mais fôlego para o planejamento da companhia e mostrou agradar os credores, que aprovaram a mudança do planejamento com 70% dos votos.

Eternit (ETER3)

Preço na quarta (dia 18):  R$ 13,45 | -34,26%  desde janeiro

Com o pedido de recuperação judicial efetuado em 2018 a companhia tinha declarado uma dívida total de R$ 228 milhões.

Com mais de 80 anos de operação a empresa se viu em uma situação difícil após a decisão do STF de proibir o uso do amianto no Brasil, que era a principal matéria prima na produção das telhas da companhia.

No final do ano de 2021, a companhia demonstrou um aumento de lucro de 192% comparado ao ano de 2020, totalizando R$ 251 milhões. A empresa, inclusive, realizou o pagamento de R$ 655 mil de dívidas apenas no quarto semestre de 2021.

Com prazo limite do processo para março de 2023, a companhia mostra recuperação constante e analistas da Planner se mostram otimistas.

Renova Energia (RNEW4)

Preço na quarta (dia 18):  R$ 1,55 | -28,83%  desde janeiro

Com dívidas somando mais de R$ 3 bilhões, a companhia teve seu pedido de recuperação judicial aprovado em dezembro de 2020.

O processo já está sendo marcado por diversas vendas e novas estratégias para geração de receita, porém ainda está muito no início.

Na última sexta, dia 13, a empresa anunciou a mudança de diretor-presidente da companhia. O novo diretor da companhia, Daniel Gallo, conta com 20 anos de experiência no setor elétrico e na condução de empresas de energia renovável.

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