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4 dúvidas que deixam os investidores com a pulga atrás da orelha

Bank of America Merrill Lynch identificou os pontos mais importantes em uma reunião realizada em Washington

Inflação, juro, real e demanda do consumidor são os principais temas que intrigam os investidores americanos (Getty Images)

Inflação, juro, real e demanda do consumidor são os principais temas que intrigam os investidores americanos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 06h12.

São Paulo – Quatro perguntas têm deixado os investidores americanos com a pulga atrás da orelha. Essa foi a impressão da equipe do Bank of America Merrill Lynch durante uma conferência realizada em Washington na semana passada pelo banco em paralelo ao encontro do FMI (Fundo Monetário Internacional). Abaixo, as 4 dúvidas e também as respostas, conforme mostra um relatório publicado hoje:

1 - A inflação irá ficar dentro da meta?

“Achamos que sim”. Para o banco, o IPCA irá se manter entre o intervalo de 2,5% e 6,5% perseguido pelo Banco Central, a não ser que ocorra uma importante recuperação no panorama internacional. “É crucial neste ponto ancorar bem as expectativas de inflação e, em nossa visão, notícias positivas do lado fiscal iriam claramente ajudar”, explica o banco.

O BC, contudo, já começa a admitir que a inflação salte o teto de 6,5% em 2011. "Existe possibilidade de que a inflação este ano fique acima da meta", destacou nesta quinta-feira o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. A autoridade monetária subiu hoje a sua própria estimativa para o aumento dos preços de 5,8% para 6,4%.

2 - Quantos cortes na Selic devemos esperar?

Para a Merrill Lynch, vale a pena esperar por mais três cortes de 50 pontos-base na Selic. A taxa foi tesourada no mesmo montante no final de agosto pelo Copom (Comitê de Política Monetária), a levando para 12% ao ano. “Entretanto, dado à deterioração do panorama internacional, as chances de uma aceleração do ritmo do afrouxamento ou um ciclo mais prolongado estão crescendo”, explicam.


“Em nossa visão o BC já deu o passo mais difícil: começar o afrouxamento monetário. Se as condições deixarem, particularmente as globais, esperaríamos que o banco acelerasse o ritmo”, ressaltam. O banco avalia que a estimativa de cortes de 150 pontos-base já parecem conservadoras. A expectativa do mercado, medida pelo relatório Focus, é de que a Selic chegue ao final do ano a 11% e a 10,75% em 2012.

3 - A demanda irá desacelerar?

“Sim. Em nossa visão, o aperto implementado pelo Banco Central desde o ano passado ainda não foi sentido totalmente pela economia. Além disso, a deterioração internacional está mudando as expectativas, e deve se traduzir em uma atividade econômica mais fraca”, estima o banco. A avaliação do banco também é compartilhada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini.

"A recente reversão na política monetária tem defasagem. Temos ainda 125 pontos base de ajuste (de alta). A política monetária tem uma defasagem de seis a nove meses e parte dessa contração monetária ainda será sentida", afirmou durante um seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

4 - Para onde está rumando o real?

O banco estima que o real irá se estabilizar entre uma faixa de 1,75 e 1,85 real por dólar e que para isso o BC continuará a atuar com uma mão pesada para que o real não volte a se desvalorizar e a ficar em torno de 1,90 real contra o dólar, como aconteceu nos últimos dias, ou a ganhar corpo demais e voltar ao patamar de 1,55.

“O governo não quer a moeda negociando perto de 1,55, em nossa visão, mas caso ocorra uma grande depreciação o processo de relaxamento monetário poderá ser questionado. Durante as reuniões do FMI em Washington, o BC destacou que vê o movimento da semana passada perto de 1,95 como uma desvalorização excessiva, o que explica a rápida reação com os leilões de swap”, afirmam.

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