(3R Petroleum/Reprodução)
Repórter
Publicado em 17 de abril de 2023 às 11h44.
Última atualização em 17 de abril de 2023 às 17h58.
As ações da 3R Petroleum desabam mais de 10% no pregão desta segunda-feira, 17, liderando as perdas do Ibovespa. A forte desvalorização ocorre após a empresa informar a aprovação de seu Conselho de Administração para a realização de um aumento de capital privado de R$ 600 milhões a R$ 900 milhões mediante a subscrição de novas ações.
O preço por ação foi definido em R$ 24,45, 25,62% abaixo da cotação do último fechamento, de R$ 32,87.
A precificação da operação foi definida como base em um deságio de 20% sobre o preço médio por ação ponderado pelo volume dos últimos 30 pregões anteriores a 11 de abril, dia anterior à aprovação da operação pelo Conselho.
"Esse deságio foi determinado em nível compatível com práticas de mercado e leva em consideração a forte volatilidade enfrentada pelas ações nos últimos 30 pregões" justificou a 3R.
Os investidores que estiverem na base de acionistas da empresa no dia 19 de abril terão direito de preferência na subscrição das novas ações. O direito de subscrição será de 0,181 nova ação por ação.
Acionistas que não exercerem seu direito de subscrição terão participação na 3R diluída em, no máximo, 15,344% e, no mínimo, de 10,78%. O prazo para exercer o direito de preferência será até o dia 19 de maio. Eventuais negociações da cessão do direito de preferência deverão ser feitas até o dia 17 de maio.
Os recursos levantados com o aumento de capital, segundo a 3R, terão três objetivos principais :
As justificativas, no entanto, foram insuficientes para sanar as dúvidas do mercado. Analistas do Itaú BBA consideraram o aumento de capital da 3R como "surpreendente". Em relatório, o banco afirmou que "atualmente não está claro para a maioria do mercado se a empresa realmente precisa levantar capital, considerando a atual curva de produção divulgada e a alocação de capital planejada."
"Isso pode gerar preocupação entre os investidores, dada a combinação de um preço de emissão com desconto significativo e pouca visibilidade sobre o que pode ter desencadeado a decisão", afirmaram os analistas do Itaú.
Analistas do Goldman Sachs endossaram as preocupações sobre os planos da companhia e também se disseram "surpresos" com o anúncio. "A nosso ver, a empresa já havia garantido financiamento para os custos de aquisição para este ano (...) Esperamos uma reação negativa do mercado após a potencial diluição e o tamanho do desconto das ações anunciado na oferta", afirmaram em relatório.