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3 riscos que podem atrapalhar o carnaval antecipado dos mercados

Lika Takahashi, da Fator Corretora, lista os fatores que a fazem continuar com um pé atrás

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 16h22.

São Paulo – Os mercados financeiros em todo o mundo engataram uma recuperação no começo do ano. O desempenho anima os investidores, todos bem alimentados por medidas de liquidez implementadas pelos bancos centrais ao redor do mundo.

Ou seja, mais uma vez, os touros estão vencendo os ursos. Mas isso tudo ainda não é suficiente para convencer a analista-chefe da Fator Corretora, Lika Takahashi, uma das analistas mais “pé no chão” do mercado financeiro.

Em um relatório publicado nesta semana, ela lista 3 riscos que podem jogar água na cerveja do carnaval antecipado dos investidores. “Continuo a sugerir cautela nos próximos meses, pois acredito que não houve mudanças consideráveis nos riscos que listei em dezembro”, ressalta.

Para Lika , os problemas globais, principalmente das economias desenvolvidas, são muito grandes para que possam ser resolvidas por injeção de liquidez, mas que o investidores insistem em surfar na onda e na crença de que as economias estão melhores. “Acredito que esse não seja o caso e que o mercado está sujeito a risco para baixo”, diz.

1º - Os bancos centrais estão preocupados (muito mais do que os mercados)

Lika chama atenção para a mensagem que está por trás do último comunicado do Banco Central americano, que promete o juro perto de zero no país até o final de 2014. “Bernanke [presidente do Federal Reserve] deixou claro que não há motivos para acreditar que os dados econômicos positivos recentes são sustentáveis”, explica.


E o mesmo acontece com o BC brasileiro, comandado por Alexandre Tombini. “ A última ata da reunião do Copom deixa clara a preocupação das autoridades monetárias em relação à desaceleração doméstica maior que a esperada no segundo semestre de 2011 e uma solução definitiva para a crise da zona do euro”.

2º - Causa de parte da recuperação da economia americana é a mesma que criou a bolha de crédito: mais crédito

A estrategista ressalta que em dezembro o crédito não rotativo nos EUA, composto por crédito ao consumo e automóveis, avançou pelo sexto mês consecutivo para quase 1,7 trilhão de dólares e superou o recorde anterior de julho de 2008. Tudo isso enquanto a taxa de poupança caiu para 3,5%.

“Isso significa mais álcool para quem ainda está bêbado – nada saudável”, critica.

3º - O colapso dos preços dos fretes marítimos

Lika lembra dos problemas que podem ser causados pela queda dos preços dos fretes marítimos. Apesar de não ser mais um indicador fiel para a demanda de minério de ferro em função da oferta grande de navios, ela diz que os investidores deveriam ficar preocupados por casa da exposição dos bancos europeus à indústria de transporte marítimo.

Ela cita um artigo publicado no The New York Times há duas semanas que calcula a exposição dos bancos europeus em 500 bilhões de dólares. As instituições financeiras poderiam perder cerca de 100 bilhões de dólares ao reestruturá-los.

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