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Kit Milei: 3 formas de lucrar com a alta da bolsa da Argentina

Principal índice de ações de Buenos Aires acumula mais de 70% de alta em menos de dois meses

Javier Milei: novo presidente da Argentina tem animado investidores (Luis ROBAYO/AFP)

Javier Milei: novo presidente da Argentina tem animado investidores (Luis ROBAYO/AFP)

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 13h50.

Última atualização em 14 de dezembro de 2023 às 08h41.

A chegada um novo nome para comandar a Argentina trouxe alguma esperança aos investidores, que seguem à espera de dias melhores para a economia local. Uma das maiores potências da América Latina, o país tem sofrido nos últimos anos com a desvalorização da moeda e recessão. Mesmso que Javier Milei, que assumiu a presidência no fim de semana, ainda gere incertezas, as primeiras reações às medidas anunciadas para reestruturar a economia argentina contribuiu para a alta da bolsa de Buenos Aires, que fechou o último pregão em sua máxima histórica.

Na segunda-feira, 13, após os anúncios, o índice Merval fechou pela primeira vez acima de 1 milhão de pontos, sendo que somente em dezembro sua alta acumulada supera 20%. Em menos de dois meses a bolsa de Buenos Aires acumula mais de 70% de alta.

As principais medidas anunciadas por Milei envolvem o corte de gastos, como o fim de subsídios de energia e transporte. O objetivo é zerar o déficit do país, que está em 5,2% do produto interno bruto (PIB).

Apostar empresas frágeis financeiramente e desacreditadas é uma forma como alguns fundos atuam no mercado para obter retornos expressivos. Efeito semelhante ocorre quando se investe em um país que passa a ser visto com outros olhos pelo mercado. Mas como qualquer investimento, os potenciais de retorno são proporcionais ao risco. A diferença, no caso da Argentina, é que além da variação dos preços das ações, o investidor ainda fica exposto ao câmbio local.

As altas expressivas registradas em Buenos Aires podem aumentar o interesse de investidores mais afeitos ao risco. Por meio da B3, investidores podem ter acesso a diversos mercados, como o indiano ou o sul-coreano. Essa exposição pode ser feita por meio de BDRs de ETFs, que são fundos passivos que seguem à risca a composição dos principais índices de referência. Não há, contudo, BDRs de ETFs atrelados aos índices da Argentina, o que pode dificultar o acesso dos investidores a esse mercado. Ainda assim, há formas de lucrar com a alta da bolsa argentina.

Investimento direto

Não há a possibilidade, no entanto, de o investir na Argentina por meio da B3. Para isso, investidores podem abrir conta em uma corretora local. Assim como as brasileiras, elas oferecem serviço de abertura de conta online, o que possibilita o investimento sem ter que ir para o país vizinho. Com a conta aberta em uma corretora argentina, o investidor pode realizar seus aportes na bolsa local, comprando ações ou mesmo ETF atrelado ao Merval.

Via Nova York

Outra forma de investir na Argentina é por meio do mercado americano. Por meio dos Estados Unidos, investidores podem adquirir tanto os ETFs atrelados ao Merval como ADRs (semelhante aos BDRs, mas americanos) de empresas específicas da Argentina. Essa forma pode ser mais simples para investidores brasileiros, já que existem plataformas voltadas especialmente para brasileiros que querem investir no mercado americano, o que pode facilitar o entendimento da plataforma.

Fundos de investimentos

Há ainda a possibilidade de investir por meio de fundos de investimento que tenham alguma exposição ao mercado argentino, como os voltados para mercados emergentes. Mas há ainda fundos que podem fazer movimentos táticos de entrar no país para buscar algum retorno de curto prazo. Estratégia semelhante foi empregada recentemente pela gestora brasileira Vista Capital, que se beneficiou da alta da bolsa de Buenos Aires em novembro.  A vantagem, nesse caso, é que o gestor pode avaliar a melhor hora para entrar ou sair do país, sem que o investidor precise ficar monitorando os soluços da economia e política local.

Em carta a investidores, a gestora chegou a defender o novo presidente da Argentina. "Antes acusado de problemas psíquicos por alguns e questionado por potenciais problemas de governabilidade, o Milei pós-eleições tem se mostrado mais político e sensato do que muitos observadores antecipavam (...) entendemos que Milei foi e ainda é subestimado pelos atuais observadores, o que acentua ainda mais o nosso ímpeto de aprofundar a nossa investigação analítica sobre a tese de investimentos", escreveu a Vista Capital.

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