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2026 já começou: eleições preocupam mais o investidor que cenário fiscal, diz BTG

Investidores estão mais propensos a tomar risco na bolsa brasileira, ainda que com pouca convicção, mostra pesquisa conduzida durante a CEO Conference de 2025

Pesquisa que mede o sentimento do investidor foi conduzida durante a CEO Conference de 2025, em São Paulo (Reprodução/Getty Images)

Pesquisa que mede o sentimento do investidor foi conduzida durante a CEO Conference de 2025, em São Paulo (Reprodução/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 6 de março de 2025 às 17h41.

Última atualização em 6 de março de 2025 às 17h48.

O próximo ciclo político no Brasil a partir de 2026 superou as preocupações fiscais como tema dominante entre os investidores — 47% se preocupam mais com o primeiro, contra 42% que se preocupam mais com o segundo. É o que afirma a nova Pesquisa de Sentimento do Investidor do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) de fevereiro, conduzida durante a CEO Conference de 2025.

Apenas um mês antes, em janeiro, os dois temas estavam em posições trocadas. Enquanto apenas 28% se preocupavam com o ciclo eleitoral de 2026, o cenário fiscal tirava o sono de 60%. Pressão inflacionária e desaceleração da atividade continuaram em terceiro e quarto lugar.

Já no cenário global, a preocupação de 72% é a perspectiva para as taxas de juros dos Estados Unidos, seguida pelas tarifas de Trump, com apenas 17%. Geopolítica e desafios estruturais da China são alvo principal da preocupação de 6% e 7%, respectivamente.

Investidor mais otimista

Os investidores também se mostraram ligeiramente mais otimistas com o Ibovespa — e inclinados para adicionar risco, embora ainda com pouca convicção. Em fevereiro, 31% dos investidores disseram estar otimistas e 9% muito otimistas. No mês anterior, 29% estavam otimistas e 6% estavam muito otimistas.

Para 62%, o preço do principal índice da bolsa brasileira está subvalorizado — e para 22% está extremamente subvalorizado. Como próximo movimento, 45% querem aumentar as alocações, enquanto 44% pretendem mantê-las. Já 11% querem reduzir as alocações.

Quando o assunto é apetite ao risco, 49% dos investidores procuram adicionar risco, acima dos 36% de janeiro.

Quanto ao alvo do Ibovespa, 39% acreditam que o índice deve atingir entre 130 mil a 140 mil pontos. Enquanto isso, 8% estão mais pessimistas, acreditando que o índice deve ficar abaixo dos 120 mil pontos.

Os setores favoritos

De acordo com a pesquisa, o setor de utilities, que inclui empresas de energia elétrica e saneamento, continua sendo o favorito para posições "compradas" (long) por uma ampla margem. Houve, inclusive, um aumento acentuado na preferência por este setor, passando de 37% dos votos no mês anterior para 57% dos votos neste mês.

As ações favoritas são Equatorial, Itaú e Eletrobras.

Em contrapartida, o setor de varejo ainda é o favorito para posições "vendidas", embora com um pouco menos de consenso em relação ao mês anterior (35% contra 39%). Os principais alvo de shorts são Ambev, Bradesco e Lojas Renner.

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