Mercados

13 razões para comprar a Petrobras (agora), segundo banco

Credit Suisse acredita em uma mudança iminente na percepção dos investidores sobre a estatal brasileira de petróleo


	Dilma (à esq.) com Graça Foster: os interessem agora parecem mais alinhados
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma (à esq.) com Graça Foster: os interessem agora parecem mais alinhados (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 07h36.

São Paulo – 2013 é o ano chave para saber se a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, realmente “pegou o touro pelos chifres”. O termo foi usado pela equipe de análise do HSBC após a primeira apresentação ao mercado da recém-eleita executiva em junho do ano passado. A equipe do banco disse, à época, que o evento foi “raro mesmo entre as empresas mais transparentes".
 
Sabe-se que algumas decisões na Petrobras não partem do escritório da sede no Rio de Janeiro, mas de Brasília. Ainda assim, o perfil linha-dura de Foster tem conquistado parte do mercado, como é possível verificar em uma análise publicada nesta sexta-feira pelos analistas do Credit Suisse, Emerson Leite, Vinicius Canheu e Andre Sobreira.
 
Após um mês em reuniões com investidores nos Estados Unidos, Europa, Brasil e nos demais países da América Latina, os analistas do Credit Suisse identificaram 13 assuntos mais debatidos e que se traduzem cada um em motivos para comprar as ações da estatal brasileira de petróleo. Há uma única ressalta: a ideia é fazê-lo agora.

Acompanhe os 13 pontos:
 
Abril é o mês quando a Petrobras receberá as ofertas pela sua parcela no processo de venda de ativos, lembra o Credit Suisse. Os analistas citam os ativos como Xerelete, Maromba e BC-10 como dentro do pacote à venda. Outros empreendimentos na Argentina, Nigéria e no Golfo do México também devem entrar na lista ainda no curto prazo. O objetivo da Petrobras é levantar 10 bilhões de dólares com as vendas. A maior parte ainda em 2013.
 
Em maio, a mistura do etanol na gasolina irá aumentar de 20% de volta para 25%. Esse incremento é significante porque reduz a necessidade de importação de gasolina. E mais do que isso, a mudança permite que as próprias refinarias da Petrobras aumentem a produção de gasolina com baixa octanagem.
 
No mês de junho, a produção finalmente deve aumentar após o final da temporada de manutenção e a entrada em operação de três novas plataformas. “Desta vez, a virada será estrutural. Além disso, se há um momento no qual a Petrobras pode surpreender positivamente, esse momento é precisamente agora, quando veremos o início de produção e um melhor mix com os potentes poços do pré-sal”, avalia o Credit Suisse.


4º O primeiro trimestre deve representar o pior momento no desempenho financeiro da Petrobras. Já o segundo trimestre, a situação deve mudar com o efeito do aumento de 5% nos preços do diesel implantados a partir de março e também com o incremento do nível de etanol na gasolina. A partir do terceiro trimestre, o aumento de produção deve roubar a cena.

Se eleitos para o Conselho de Administração e Fiscal, Mauro Cunha, Reginaldo Alexandre e Walter Albertoni devem começar a jogar luz sobre a discussão dos preços na área downstream (relacionada à logística), além de avaliar o papel fiduciário do Conselho.

“Também não subestimamos o possível impacto que dois membros verdadeiramente independentes no Conselho Fiscal pode ter sobre a transparência da contabilidade financeira”, ressalta o banco.

O Credit Suisse acredita que governo federal está mais alinhado à administração da empresa e não vê a possibilidade de emissão de novas ações. O banco espera mais um aumento de preços no segundo semestre de 2013.

A presidente da Petrobras deve ter uma definição mais clara sobre as novas refinarias no Nordeste em três a quatro meses. A decisão de investimentos deverá ser acompanhada de perto para confirmar a mudança de postura da companhia sobre a atuação nesta área.

O Credit Suisse argumenta que a Petrobras tem conseguido elevar a produção das refinarias existentes, o que reduz a dependência das importações.


Qual é a melhora ação para se posicionar? Para o Credit Suisse, com a atual diferença de 11% entre as classes de ações ordinárias e preferenciais, a melhor escolha é a da primeira.

10º O banco avalia que a decisão de investir agora nas ações da Petrobras está mais relacionada à uma oportunidade com a crença de um ponto de inflexão para os papéis do que uma visão mais estrutural. Entretanto, os analistas consideram que o investimento pode se tornar uma recomendação estrutural.

11º Ao contrário do ano passado, em 2013 as ações da Petrobras podem ter um desempenho melhor que o mercado (Ibovespa).

12º A Petrobras também deve apresentar um desempenho acima das grandes petroleiras mundiais.

13º O Credit Suisse revela que ficou surpreso com a pequena rejeição dos investidores sobre a observação de que a Petrobras está em um momento mais favorável. A discussão não é mais sobre a possibilidade de uma reviravolta, mas sobre quando ela virá.

“Os investidores parecem esperar para ver dados positivos primeiro, para então começar a aumentar a exposição. E se esse for o caso, e o mercado inteiro está esperando para ver os dados positivos, acreditamos que é melhor se posicionar antes que isso aconteça”, finalizam os analistas.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3bancos-de-investimentobolsas-de-valoresCapitalização da PetrobrasCredit SuisseEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEmpresas suíçasEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroPETR4PetrobrasPetróleo

Mais de Mercados

Volta de Trump pode afetar independência do Fed

"O Brasil deveria ser um país permanentemente reformador", diz Ana Paula Vescovi

Tesla bate US$ 1 trilhão em valor de mercado após rali por vitória de Trump

Mobly assume controle da Tok&Stok com plano de sinergias e reestruturação financeira