A disputa pelo comando da mineradora Vale está prejudicando os títulos da companhia. Na foto, Roger Agnelli, atual presidente-executivo da empresa. (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 09h25.
São Paulo - Aqui está o que você precisa saber:
1 – Agenda: dados de EUA, Japão e novos balanços no Brasil. As atenções dos investidores estarão voltadas para a divulgação, nos Estados Unidos, das receitas e despesas do consumidor americano, das vendas de casas contratadas e da atividade manufatureira calculada pelo escritório regional de Dallas do banco central americano. No calendário corporativo brasileiro, a Copel (Companhia Paranaense de Energia), Gafisa, Cemig, CPFL Energia e a Cyrela Brazil Realty divulgam resultados. Nos Estados Unidos e na Europa, não estão previstos balanços que possam ter impacto nos mercados.
2 – Mercados: câmbio, Vale, Japão e Alemanha dominam atenções. O receio com o aumento da radiação no Japão derruba os preços do petróleo e metais. As bolsas oscilam sem tendência e o euro cai com a derrota política da chanceler Angela Merkel em eleições na Alemanha. Os juros dos títulos do Tesouro americano avançam. O mercado acompanha nesta semana dados de emprego nos Estados Unidos e o relatório trimestral de inflação no Brasil, além da possibilidade de medidas cambiais e de troca de comando na Vale. O governo anunciou hoje o aumento do imposto para compras no exterior por cartão de crédito.
3 – Disputa pelo comando da Vale prejudica títulos da mineradora. A investida do governo para destituir Roger Agnelli da presidência da Vale e ganhar influência sobre o comando da maior produtora mundial de minério de ferro está prejudicando a rentabilidade dos títulos da dívida da empresa. Os papéis em dólar da Vale com vencimento em 2020 acumularam perda de 1% na semana passada, enquanto títulos de empresas brasileiras tiveram ganho de 0,4%, de acordo com o índice CEMBI do JPMorgan Chase & Co. Papéis de empresas de países emergentes em geral subiram 0,2%.
4 – Focus: Analistas ignoram Tombini e elevam estimativa de inflação para 6%. Os economistas do mercado financeiro ignoraram as recentes declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o quadro inflacionário está sob controle. O boletim Focus do Banco Central (BC), que colhe semanalmente as previsões de analistas de cerca de 100 instituições financeiras, elevou de 5,88% para 6,00% a estimativa para a inflação oficial neste ano. Nas últimas 16 semanas, houve 15 altas.
5 – Governo sobe IOF para compras com cartão no exterior para 6,38%. O governo decidiu elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as compras com cartão de crédito no exterior de 2,38% para 6,38%, segundo decreto no Diário Oficial da União. A alteração na alíquota vale a partir de hoje. A medida tem como objetivo conter a queda do dólar ao desestimular o uso do cartão de crédito na importação.
6 – Governo reajusta tabela de Imposto de Renda em 4,5% até 2014. O Diário Oficial da União publica hoje a medida provisória (MP) que reajusta a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em 4,5%. A MP foi assinada na última sexta-feira (25) pela presidenta Dilma Rousseff. Com a correção, a faixa de isenção do IR para os ganhos de 2011 passa de 1.499,15 reais para 1.566,61 reais por mês. A MP não altera as regras para a declaração de 2011, referente aos ganhos de 2010.
7 – CTEEP registra lucro líquido de R$ 812,2 milhões no ano de 2010. A Cia. de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) teve lucro líquido de 812,2 milhões de reais em 2010, contra um ganho de 862 milhões de reais do ano anterior, disse hoje a empresa em comunicado enviado à Comissào de Valores Mobiliários (CVM). A receita líquida, por sua vez, caiu 4,40% no período em analise, diminuindo de 1,815 bilhão para 1,735 bilhão de reais.
8 – Lucro da Light cai 80% no 4º trimestre com pior resultado financeiro. A empresa fluminense de energia Light divulgou na madrugada de sábado que teve lucro líquido de 60 milhões de reais no quarto trimestre de 2010, queda de 80% contra igual intervalo de 2009. A queda no lucro líquido é explicada por um avanço das despesas operacionais em ritmo mais acelerado que a receita e por uma piora no resultado financeiro da empresa.
9 – "Não temos limite para investir", diz presidente da GVT. Adquirida há um ano pela Vivendi por 7,7 bilhões de reais, a GVT será o motor de crescimento do grupo francês de mídia, que decidiu abrir o caixa da matriz para o Brasil. "Não temos limite para investir", disse à Folha de S. Paulo o presidente da GVT, Amos Genish. Nos próximos cinco anos, a operadora pretende atender 80 novas cidades, passando a cobrir 180 no total, sendo 22 em São Paulo. O investimento chegará a 10 bilhões de reais.
10 – FGV: inflação na construção civil é de 0,44% em março. A inflação na construção civil ganhou força em março, segundo dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M), que mede a evolução de preços no setor, subiu 0,44% este mês, acima do resultado de fevereiro, quando houve alta de 0,39%. Até março, o INCC-M acumula alta de 1,21% no ano e aumento de 7,45% em 12 meses. O INCC-M representa 10% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M).