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10 ações boas e baratas para investir no longo prazo, segundo a Ativa

Magazine Luiza (MGLU3), MRV (MRVE3) e Hapvida (HAPV3) estão entre as recomendações da corretora

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 18 de julho de 2022 às 08h30.

Última atualização em 27 de julho de 2022 às 15h32.

“Comprar na baixa e vender na alta” é um dos mantras repetidos à exaustão no mercado de ações. A estratégia consiste em superar as apreensões e sair às compras quando a bolsa estiver em seu pior momento. 

Por aqui, investidores e analistas já começam a especular que esse momento chegou. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, tem queda acumulada de 26% desde sua máxima histórica, em junho do ano passado. Apenas neste ano, o índice já caiu quase 8%.

“Estamos perto do fundo do poço e o desconto atual no preço das ações dá uma margem de segurança muito grande para investir. É um bom ponto de entrada”, diz Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.

A corretora divulgou relatório nesta segunda-feira, 18, em que lista 10 ações consideradas boas e baratas para investir com foco no longo prazo. O foco é no setor doméstico, nos papéis mais ligados à economia local. As ações são, justamente, as que foram mais prejudicadas pelo cenário de alta nos juros e na inflação que derrubou a bolsa nos últimos meses.

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Nas últimas semanas, no entanto, o cenário ficou mais turbulento para as exportadoras – em especial as de commodities – o que tem trazido as atenções dos investidores de volta para o mercado interno. 

“As exportadoras estão perdendo espaço porque não se sabe como será a trajetória de alta de juros nos Estados Unidos e nem como a política de Covid zero na China pode impactar os papéis. Para fugir dessa incerteza, focamos mais em nomes domésticos”, explica Serra.

O analista destaca, no entanto, que o momento continua desafiador para as ações ligadas à economia local. Isso implica que os papéis podem cair ainda mais. 

“Existe a dúvida se essa já é a melhor hora para entrar. A melhor resposta para isso é aceitar que não será possível acertar o melhor ponto de entrada. Mas podemos dizer que o preço já está atrativo. O ganho é muito relevante para ficar de fora”, diz.

Confira abaixo as principais escolhas da corretora para aproveitar pechinchas na bolsa:

1. Magazine Luiza (MGLU3)

Uma das ações que mais sofreram no Ibovespa em 2022, o Magazine Luiza (MGLU3) cai 61% no acumulado do ano. Por outro lado, o papel registrou ganhos nos últimos pregões, e avança 18% em julho.

Para a Ativa, a ação ainda enfrenta dificuldades no curto prazo, principalmente pela competição no setor com players locais e internacionais. Ainda assim, a estratégia de diversificar a oferta de produtos no marketplace pode se pagar no longo prazo.

“Com a retomada do poder de compra e um crescimento mais racional dos players internacionais, vemos a Magazine Luiza bem posicionada para continuar expandindo suas vendas expandindo sua base de clientes e rentabilizando cada vez mais esse consumidor dentro da plataforma. Além disso, acreditamos que o valuation atual da companhia está muito descontado pelo cenário de alta de juros atual e que há uma grande distorção no preço”, informa o relatório. 

O preço-alvo para a ação é de R$ 8, o que representa um potencial de valorização (upside) de 174,9%.

2. MRV (MRVE3)

A construtora MRV (MRVE3) sofreu com a inflação, que encareceu o preço do aço e dos materiais de construção enquanto corroía a renda dos consumidores do produto.

A tese da Ativa é de que a MRV tem um portfólio diversificado que pode ajudar a empresa a enfrentar o período mais agudo da crise. Um exemplo disso foi a prévia operacional da companhia, que surpreendeu positivamente na operação da divisão americana Resia.

“Além disso, o grande déficit habitacional da população brasileira tenda a indicar que, mesmo no segmento de residências populares [no qual a MRV tem seu negócio principal], a demanda de longo prazo e o apoio governamental, independentemente de matizes ideológicos, permanecerão fortes”, afirmam os analistas.

O preço-alvo para os papéis é de R$ 12,90 – um upside de 43,2%.

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3. Hapvida (HAPV3)

Antiga queridinha dos investidores, as ações da Hapvida (HAPV3) passaram por uma derrocada desde sua fusão com a Intermédica. O imbróglio envolve pressão da inflação, preços elevados no setor e desafios na integração – ainda que o modelo de negócios seja considerado promissor no longo prazo. E é justamente nas sinergias futuras que a Ativa aposta ao recomendar a ação. 

“A consolidação que o setor de saúde deve continuar forte nos próximos anos e, com o aumento gradual da demanda, acreditamos que a Hapvida está extremamente bem posicionada para capturar todos esses ganhos com seu modelo verticalizado [com negócios em toda a cadeia de produção]”, dizem.

O preço-alvo para a ação é de R$ 10,10 – um upside de 64,8%.

4. Rede D’Or (RDOR3)

Do mesmo setor, a Rede D’Or (RDOR3) é outra empresa que pode se beneficiar após cair com o aumento de custos do último ano.

“No longo prazo, acreditamos que a empresa conseguirá manter suas margens repassando o aumento dos custos e despesas no ticket, como historicamente sempre conseguiu”, afirmam os analistas.

Outro ponto de atenção é o processo de aquisição da SulAmérica (SULA11) pela Rede D’Or, que é classificado pelos analistas como “transformacional”.

O preço-alvo para o papel é de R$ 52,10 – um potencial de valorização de 89,3%.

5. Yduqs (YDUQ3)

Os papéis da Yduqs (YDUQ3) caíram quase 30% no acumulado do ano, dando continuidade à baixa no setor de educação que sofre na bolsa desde que foi atingido pela pandemia.

Os analistas da Ativa enxergam a Yduqs como a empresa melhor posicionada no setor para aproveitar as novas vias de crescimento: ensino à distância (EAD) e cursos de medicina. 

“A empresa já possui 55% de sua receita proveniente do segmento premium e EAD, e seus polos de medicina ainda estão em maturação, ou seja, ainda existe espaço de crescimento de sua base de alunos em mais de 50% nos próximos 6 anos, no mínimo”, afirmam.

O preço-alvo para o papel é de R$ 28, com upside de 97,9%.

6. Grupo Soma (SOMA3)

O grande foco do Grupo Soma (SOMA3) é reunir um portfólio de marcas, abrangendo diferentes perfis de consumidores. Atualmente a companhia conta com três vertentes: expansão da Farm Global, aceleração do crescimento da NV, sua marca nativa digital, e reestruturação da Hering.

“Vemos o Grupo Soma bem posicionado para capturar o potencial de crescimento nas diferentes frentes, uma vez que acreditamos na capacidade de execução da empresa que, combinado ao nível descontado de valuation, representa uma oportunidade considerável de investimento”.

O preço-alvo para o papel é de R$ 18,30 – um upside de 94,3%.

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7. Totvs (TOTS3)

A Totvs (TOTS3) acompanhou a tendência mundial que penalizou empresas de tecnologia e alto crescimento à medida que os juros entravam em trajetória de alta. As ações da empresa caíram quase 20% no acumulado do ano. A Ativa, no entanto, vê oportunidades no papel.

“A Totvs detém mais de 40% de participação de mercado no segmento de gestão, que é altamente gerador de caixa. Além disso, seus novos segmentos de techfin e business performance apresentam ótimas perspectivas de longo prazo”, afirmam.

O preço-alvo para a ação é de R$ 23,24, com upside de 55,3%.

8. Movida (MOVI3)

A montadora Movida (MOVI3) pode ser beneficiada em uma mudança em seu mix de produtos, que ganhou maior destaque de seminovos durante a pandemia. 

“Embora o segmento de seminovos tende a voltar para as suas margens padrões com a normalização na oferta de automóveis, a Movida aumentou consideravelmente seu poder de barganha com as montadoras, onde não devemos ver a empresa com margens negativas novamente”, afirmam os analistas.

Segundo cálculos da Ativa, a Movida está negociando a um múltiplo de 2,9x EV/Ebitda, sendo que nos últimos três anos a média foi de 7,6x. O preço-alvo é de R$ 29, com upside de 137,7%.

9. Vibra (VBBR3)

No caso da Vibra (VBBR3), os analistas da Ativa acreditam que as ações não acompanham as diferenças de momento operacional, gestão financeira e governança que a companhia tem perante os pares. Um exemplo disso seria a negociação da companhia a um múltiplo de 6,2x EV/Ebitda contra 7,6x do concorrente Grupo Ultra (UGPA3).

“Ressaltamos ainda que as suas iniciativas para melhor colocação no processo de transição energética do país, como as aquisições da Targus Energia, Zeg Biogás, CooperSucar e a Comerc, não se encontram absorvidas em seus múltiplos atuais”, informou o relatório.

O preço-alvo para o papel é de R$ 33 – um upside de 63%.

10. Ambipar (AMBP3)

Para a Ambipar (AMBP3), especializada em soluções ambientais, a questão está na pressão que as ações vêm sofrendo devido ao seu viés de crescimento. Segundo a Ativa, os papéis estão pressionados por buscarem crescimento em um momento de juros mais altos, no qual o acesso ao capital custa mais caro.

“Vemos a companhia sendo negociada a 6,3x EV/Ebitda enquanto seus concorrentes mais próximos negociam a dígitos duplos”, dizem os analistas. A Ativa destaca o potencial de duas operações da empresa: o gerenciamento de resíduos (Environment) e as respostas à emergências (Response).

O preço-alvo para a ação é de R$ 51, com upside de 123%.

Leia também: Como começar a investir: passo a passo para investidores iniciantes

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