Educação financeira: planejamento e conhecimento são a chave para estruturar a liberdade financeira (Guido Mieth/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2020 às 19h14.
Última atualização em 7 de outubro de 2020 às 17h23.
Você trabalha o mês inteiro, chega no dia 30, olha sua conta, que está quase zerada, ou até no vermelho, e tenta lembrar no que foi que você gastou seu dinheiro. Você não comprou nada de valor, não viajou, não guardou dinheiro, mas mesmo assim terminou o mês mal conseguindo pagar as próprias contas.
Essa é a sensação de muitos brasileiros. Para ser mais exato, 62% da população do país termina o mês sentindo algo próximo dessa confusão e com a sensação de não conseguir guardar dinheiro. De acordo com a pesquisa “Raio X do investidor brasileiro”, feita pela Anbima, apenas 38% das pessoas no Brasil conseguiram poupar algum dinheiro em 2019. E apesar do número ser baixo, ainda é preciso comemorar, porque o índice é maior do que o registrado em 2018, quando apenas 33% da população guardou alguma quantia.
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A pesquisa reforça o que já era conhecido: no geral, o brasileiro não faz planejamento nem controle financeiro. Para começar a se planejar, é preciso adotar alguns hábitos. Confira, abaixo, quatro dicas para entender melhor seus gastos e, finalmente, conseguir guardar parte de seu salário:
1. Coloque tudo no papel
O primeiro passo para você perceber para onde seu dinheiro vai todo mês é bem mais simples do que você imagina. É só pegar um papel e uma caneta e anotar todos os seus gastos. Anote absolutamente tudo, desde a cartela de medicamento avulsa na farmácia até a vassoura que comprou na loja de utensílios às pressas porque a de casa quebrou. Quando você coloca seus gastos no papel, é possível visualizar para onde vai o dinheiro. O somatório de todos os gastos diários — que podem parecer bobos e pouco importantes — faz toda a diferença na conta final. Procure fazer esse controle todos os dias, use uma agenda ou até mesmo o seu celular (existem vários aplicativos gratuitos que podem ajudar).
2. Monitore seu controle de gastos
Passear no shopping no domingo e voltar sem nada é quase impossível, certo? Errado. Ou pelo menos, deveria ser errado. Depois de colocar no papel todos os seus gastos, você deve sentar e avaliar cada um. Não basta apenas fazer uma lista com o que você gastou e deixar parada, guardada numa gaveta. Isso não resolveria nada. Você precisa analisar cada um de seus gastos e decidir o que realmente é importante e necessário ali. Quase sempre compramos por impulso objetos e bens que não precisamos e que nem mesmo vamos usar. Nossa mente está programada para comprar, e se você pretende mudar sua vida financeira, vai precisar reprogramá-la. Depois de analisar tudo que gastou naquela semana ou naquele mês, lembre-se de evitar comprar mais coisas desnecessárias. Não significa que você não possa se dar um presente um dia ou outro com o famoso “eu mereço”, mas procure criar um limite para isso, apenas uma vez por mês, ou a cada dois, três meses. É preciso ter um controle consciente, porque, afinal, nós “merecemos” todos os dias, não é?
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3. Cuidado com os aplicativos
Você sabia que de 20 em 20 reais no Uber e no iFood, você chega a uma conta de 800 reais (ou mais) no fim do mês? Certamente você já se assustou quando pegou sua fatura de cartão de crédito e viu mais de 1.000 reais só em aplicativos de transporte e comida. Os apps já são parte de nossa rotina e, de fato, facilitam muito a vida, mas é preciso tomar muito cuidado para não gastar todo seu dinheiro nisso. Eles são alguns dos motivos para você olhar sua conta todo final de mês e não fazer ideia de onde seu dinheiro foi parar. Quando você pensar em pedir um Uber, um iFood ou um Rappi, analisa se é realmente necessário. Uma dica valiosa — e que pode ajudar muito — é retirar os aplicativos da tela principal do seu smartphone. Deixe-os em lugares de menos destaque; talvez o tempo que você precise investir para procurar o aplicativo seja o necessário para repensar aquele pedido.
4. Pesquise preços
Ler, escrever e pesquisar. Você pode estar pensando que guardar dinheiro é quase como estudar. E essa ideia não está totalmente errada não; afinal, para poupar é preciso educação financeira, que exige estudo e dedicação. Mas a pesquisa nesse caso é diferente, é sobre preços. Quando for comprar algo, desde uma peça de roupa até um eletrodoméstico ou um presente para alguém, pesquise antes. Não compre na primeira loja ou site que você olhar, não compre por impulso. Faça do processo de compra quase que uma análise de consciência. Com certeza ao pesquisar em vários lugares, você vai encontrar o melhor custo-benefício e também vai ter uma boa noção de preço para negociar os valores nas lojas.