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Apple e Facebook apresentam fortes resultados; como ficam os BDRs?

De acordo com o analista de BDRs da EXAME, Bernardo Carneiro, o lado político e econômico neste momento pode mexer mais com o mercado do que os resultados das empresas

 (NurPhoto/Getty Images)

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A Apple e o Facebook anunciaram nesta quarta-feira, 27, seus respectivos resultados trimestrais referentes ao período de setembro a dezembro de 2020.

A Apple obteve pela primeira vez em sua história um faturamento acima de US$ 100 bilhões em um trimestre, atingindo R$ 111,4 bilhões. Em relação ao mesmo intervalo de 2019, o aumento da receita foi de 21%.

O Facebook também apresentou um resultado positivo, com lucro líquido de US$ 11,22 bilhões no período. O valor foi 52,6% maior do que o apresentado no mesmo intervalo do ano anterior, quando a companhia teve lucro de US$ 7,35 bilhões.

Como isso pode influenciar o bolso do investidor brasileiro?

De acordo com o especialista em BDRs da EXAME Research, Bernardo Carneiro, CFA, apesar da divulgação dos resultados das empresas, o que pesa mais neste momento é o lado político e o macroeconômico quando se trata da bolsa.

"Como o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros, talvez isso tenha repercutido negativamente no mercado. A atividade econômica no Estados Unidos também está fraca, veio um pouquinho abaixo do esperado, e isso afetou bastante o mercado", afirmou Carneiro.

No Brasil, há muitos investidores que possuem BDRs (que são recibos de ações listadas em bolsas no exterior) como uma alternativa para a carteira de investimentos. Isso porque este tipo de ativo pode proteger a carteira em alguns momentos, já que o seu risco é diversificado ao aportar parte de seu capital em frações de empresas estrangeiras.

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Os BDRs também possibilitam que os brasileiros invistam em empresas que não possuem nicho na bolsa brasileira ainda, como provedoras de streaming, fabricantes de celulares, marcas famosas de refrigerantes etc.

A Apple surpreendeu em seu resultado trimestral do quarto trimestre de 2020, assim como o Facebook. Durante parte do ano passado, a gigante americana de eletrônicos sofreu com o fechamento de lojas e o atraso no lançamento de seus novos modelos de iPhone (seu principal produto).

A pandemia de coronavírus foi responsável pelo adiamento da produção e, consequentemente, pelo lançamento dos smartphones. A demanda global pelos aparelhos da marca também foi enfraquecida pela pandemia.

A receita do Facebook também veio forte, ficando em US$ 28,07 bilhões, um crescimento de cerca de 25% em relação ao resultado do quarto trimestre de 2019, de US$ 21,08 bilhões. Apesar dos bons números das empresas, o Facebook teve leve alta de 0,86% no after market da Bolsa de Nova York, enquanto a Apple teve queda de 2,86%.

"A queda das ações na noite desta quarta nada tem a ver com os resultados das empresas. Está ocorrendo um movimento de aversão a risco nos EUA, com bolsas caindo e investidores embolsando os lucros das fortes altas do final de 2020 e início de 2021. Se o mercado estivesse em condições normais, as ações da Apple e do Facebook estariam subindo no after market", salientou Carneiro.

Segundo o especialista em BDRs da EXAME Research, apesar de haver muita história pela frente em relação à situação econômica e política, é fato que o S&P 500 subiu muito desde março de 2020, quando a pandemia de coronavírus foi desencadeada em grande parte do mundo.

"O índice subiu 70% e é um momento de realização, um momento de venda. Pode ser que mesmo as duas empresas que divulgaram resultados acima do esperado -- a Apple, principalmente -- de repente não tenham alta nesta quinta porque o mercado inteiro pode cair. Tem que ver o mercado inteiro, se vai ser um dia bom ou ruim."

"Facebook também teve um resultado bom, não tão forte e impactante como a Apple, mas, em condições normais, as ações do Facebook e os BDRs têm tudo para ir bem nesta quinta. Mas depende do mercado como um todo", concluiu Carneiro.

O analista ainda destacou que a decisão do Fed desta quarta e outros fatores importantes como a segunda onda de Covid-19 e o desemprego nos Estados Unidos podem fazer com que os BDRs tenham alta ou não nesta quinta, 28.

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