(Ueslei Marcelino | Reuters/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 26 de dezembro de 2023 às 17h36.
Última atualização em 28 de dezembro de 2023 às 11h31.
À medida que nos aproximamos de 2024, as expectativas em torno das taxas de juro em 2024 ganham destaque, moldando o cenário econômico global.
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Entenda as previsões para o próximo ano, analisando como as mudanças nas taxas de juro podem impactar diversos setores, desde investimentos e finanças pessoais até o panorama macroeconômico.
A taxa de juro exerce um papel fundamental na economia, influenciando diversos aspectos. Quando o banco central aumenta os juros, busca-se conter a inflação, desencorajando o consumo e os investimentos.
Isso ocorre porque o custo do crédito se eleva, desestimulando empréstimos e gastos, o que, por sua vez, reduz a demanda agregada.
Por outro lado, taxas de juro mais baixas incentivam o consumo e os investimentos, pois tornam o crédito mais acessível.
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Empresas podem financiar expansões, e consumidores podem adquirir bens duráveis a custos menores. Contudo, taxas muito baixas podem gerar bolhas especulativas e aumentar o endividamento.
Além disso, as taxas de juros impactam câmbio e investimentos estrangeiros. Por isso, quem deseja investir no exterior deve estar ciente desses fatores. Taxas mais altas podem atrair capital estrangeiro em busca de melhores retornos, fortalecendo a moeda nacional, mas também tornando as exportações menos competitivas.
O ano de 2023 foi marcado pelo início do ciclo de redução da taxa de juros no Brasil, com a Selic encerrando o ano em 11,75%. Para 2024, as projeções indicam a continuidade desse movimento, com apostas de queda para 9%, conforme o último Boletim Focus do ano.
Internacionalmente, mesmo com o Federal Reserve mantendo sua taxa entre 5,25% e 5,5% ao ano, as declarações recentes do presidente Jerome Powell sugerem a possibilidade de início de corte nos Estados Unidos. Dados otimistas apontam para uma desaceleração da inflação americana, alimentando expectativas de redução de juros já em março de 2024.
No Brasil, avanços político-fiscais, como a aprovação do arcabouço fiscal, da reforma tributária e do Orçamento Federal para 2024, aumentaram o otimismo entre os investidores. Isso contribui para um retorno do apetite ao risco, com o mercado vislumbrando até mesmo a retomada das ofertas públicas iniciais (IPOs), ausentes no país desde 2021.
Os especialistas apontam que este pode ser um momento propício para os investidores voltarem os olhos para a bolsa de valores e outros ativos de renda variável, como fundos imobiliários. Apesar da queda da Selic, analistas destacam que a renda fixa ainda se mostra atrativa, considerando a persistência de uma taxa em dois dígitos.
Em 2024, com a perspectiva de manutenção de alta nas taxas de juro e a possibilidade de inflação, investidores podem considerar diferentes opções para proteger seus portfólios.
Investir em títulos públicos pode ser uma escolha atraente, destacando-se o Tesouro IPCA+, devido à sua capacidade de proporcionar rendimentos vinculados à inflação. Essa é uma estratégia eficaz para proteger o investidor contra a erosão do poder de compra decorrente da alta de preços.
Além disso, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) se apresentam como opções interessantes, principalmente se oferecerem taxas pós-fixadas vinculadas à taxa Selic ou ao CDI, proporcionando um potencial retorno competitivo.
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Outra alternativa a ser considerada é o ouro, que mantém sua reputação como ativo de refúgio durante períodos de incerteza econômica e inflação, por conta de sua capacidade de preservar valor ao longo do tempo.
Da mesma forma, o bitcoin, embora mais volátil, ganhou reconhecimento como uma reserva de valor digital, oferecendo diversificação em relação aos ativos tradicionais. Vale notar que, para ativos mais arriscados, deve-se reservar um percentual menor de sua carteira.
Uma carteira bem diversificada, combinando ativos atrelados à taxa de juro com outros mais resilientes às oscilações econômicas, pode ser uma estratégia eficaz para enfrentar a volatilidade e proteger o capital em 2024.
A taxa de juro exerce um impacto significativo nos investimentos de renda fixa, influenciando diretamente o rendimento e o valor dos ativos.
Quando as taxas de juro sobem, os investimentos em renda fixa, como títulos e certificados de depósito, geralmente oferecem retornos mais atrativos, atraindo investidores em busca de ganhos seguros.
No entanto, o lado negativo é que os ativos já existentes, emitidos a taxas mais baixas, podem desvalorizar no mercado secundário.
Por outro lado, em um cenário de queda nas taxas de juro, os investimentos em renda fixa podem apresentar rendimentos mais modestos, mas os ativos já adquiridos podem se valorizar, proporcionando ganhos de capital.
Isso ocorre porque os investidores estão dispostos a pagar mais por ativos que oferecem retornos superiores aos da nova conjuntura de taxas mais baixas.
Portanto, as mudanças nas taxas de juro impactam diretamente a rentabilidade e a avaliação de ativos de renda fixa, criando desafios e oportunidades para os investidores, que devem ajustar suas estratégias conforme as condições econômicas e as perspectivas de política monetária.
A taxa de juro exerce também influência em cima de ativos de renda variável, afetando os mercados de ações de maneiras complexas.
Quando as taxas de juro estão altas, os investidores podem preferir ativos de renda fixa mais seguros em detrimento de ações, pois estes oferecem retornos atrativos com menor risco.
Nesse cenário, as empresas podem enfrentar custos de financiamento mais elevados, impactando negativamente seus lucros e, por conseguinte, o desempenho das ações.
Por outro lado, em períodos de taxas de juro mais baixas, a renda variável tende a se tornar mais atraente. Empresas podem se beneficiar de custos de empréstimos mais acessíveis, impulsionando o crescimento e os lucros.
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Além disso, investidores podem buscar retornos mais altos nas ações quando as alternativas de renda fixa oferecem rendimentos mais modestos.
Contudo, é essencial considerar a complexidade do ambiente econômico e as múltiplas variáveis que afetam a renda variável.
Políticas monetárias, condições macroeconômicas e eventos geopolíticos também desempenham papéis cruciais, tornando o cenário de investimentos dinâmico e sujeito a mudanças.
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