O credor preferencial é aquele que, por lei, tem prioridade sobre outros credores em caso de falência da empresa (Tom Werner/Getty Images)
Publicado em 17 de novembro de 2024 às 09h00.
Investir é uma ótima maneira de fazer o dinheiro render, mas é essencial conhecer os diferentes tipos de credor que você pode se tornar ao aplicar seu capital e entender as garantias oferecidas em cada investimento. Saber o tipo de credor e o nível de proteção disponível ajuda a tomar decisões mais informadas e a minimizar riscos. Abaixo, veja quais são os principais tipos de credores e como as garantias variam nas ofertas de investimento.
O credor quirografário é aquele que não possui garantias específicas em caso de inadimplência. Em uma eventual falência ou liquidação de uma empresa, esse credor entra na fila de pagamento, mas sem preferência sobre os ativos do devedor. Esse tipo de credor pode correr mais riscos, especialmente em investimentos sem garantias explícitas, como algumas debêntures e outros títulos de dívida. A falta de prioridade de pagamento exige cautela, e o investidor deve estar atento à saúde financeira da empresa antes de aplicar seu dinheiro.
Exemplo: ao investir em debêntures sem garantia, o investidor se torna um credor quirografário e deve considerar a situação financeira da empresa emissora.
O credor real tem prioridade em receber o pagamento sobre determinados ativos que foram dados como garantia. Em caso de inadimplência, esse credor pode reaver parte ou todo o valor investido ao se apropriar desses bens específicos, como imóveis ou máquinas. Os investimentos com garantia real oferecem uma camada adicional de segurança, pois o credor tem direito sobre o ativo em questão antes dos credores quirografários.
Exemplo: em um contrato de financiamento imobiliário, o credor (banco) tem garantia real sobre o imóvel financiado, podendo tomá-lo de volta em caso de falta de pagamento.
O FGC é uma instituição que protege investidores em caso de quebra de uma instituição financeira, cobrindo valores até R$ 250 mil por CPF e por instituição. Esse fundo garante o pagamento de investimentos em produtos como CDBs, LCIs e LCAs, tornando esses investimentos mais seguros. Quem aplica em produtos garantidos pelo FGC tem a tranquilidade de contar com essa proteção caso o banco emissor enfrente problemas financeiros.
Exemplo: ao investir em um CDB de um banco, o investidor conta com a garantia do FGC para até R$ 250 mil, reduzindo o risco de perda do capital.
O credor subordinado tem uma posição ainda menos privilegiada em caso de recuperação judicial ou falência. Esse tipo de credor fica no final da fila de pagamento, atrás dos quirografários e dos credores com garantia real. Em geral, esse perfil de credor é comum em investimentos de alto risco, onde a prioridade de pagamento é baixa, mas o potencial de retorno pode ser maior. Os investidores subordinados devem estar cientes de que, em caso de problemas financeiros, há um risco maior de não receberem seu capital de volta.
Exemplo: investir em títulos subordinados de uma empresa pode trazer retornos elevados, mas o investidor deve aceitar o risco de estar no final da ordem de pagamento.
O credor preferencial é aquele que, por lei, tem prioridade sobre outros credores em caso de falência da empresa. Esse tipo de credor geralmente está associado a dívidas trabalhistas e tributárias, o que significa que, antes que qualquer outro credor receba pagamento, as obrigações preferenciais são liquidadas. Para investidores, essa posição é rara, mas conhecer a prioridade de pagamento ajuda a entender o cenário de recuperação de crédito em uma empresa.
Exemplo: dívidas trabalhistas e tributárias são exemplos de créditos preferenciais, pois têm prioridade sobre outros tipos de credores.
Entender seu perfil de credor e as garantias oferecidas é essencial para escolher investimentos alinhados aos seus objetivos e ao seu nível de tolerância ao risco. Produtos com garantia do FGC, como CDBs, LCIs e LCAs, são indicados para investidores conservadores que buscam segurança. Por outro lado, debêntures e títulos subordinados podem atrair investidores dispostos a correr mais riscos em troca de uma rentabilidade maior.
Avaliar o histórico e a saúde financeira da empresa ou instituição emissora é outra etapa importante, especialmente para investimentos sem garantias específicas. Assim, o investidor toma uma decisão informada e reduz o risco de inadimplência.