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Quanto rende R$ 7.000 na poupança com a Selic a 14,75%?

Descubra se a tradicional caderneta ainda vale a pena ou se outras opções entregam mais dinheiro no bolso

O mercado oferece alternativas que podem superar a poupança, mesmo com a incidência de impostos (Freepik)

O mercado oferece alternativas que podem superar a poupança, mesmo com a incidência de impostos (Freepik)

Publicado em 17 de junho de 2025 às 15h56.

Com a Selic em alta, muitos brasileiros se perguntam se vale a pena manter o dinheiro na tradicional caderneta. A questão é mais complexa do que parece: embora a poupança seja prática e segura, outras alternativas conservadoras podem oferecer rendimentos superiores, mesmo descontando impostos. Para entender melhor essa dinâmica, é preciso primeiro compreender como funciona a remuneração da aplicação mais popular do país.

Como funciona o rendimento da poupança

A poupança segue uma regra específica estabelecida pelo governo. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, como acontece atualmente, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está zerada.

Na prática, isso significa que quem deixa R$ 7.000 na poupança recebe mensalmente 0,5% sobre o valor aplicado. O cálculo é simples e previsível, sem surpresas ou variações bruscas.

A grande vantagem da poupança é sua isenção total de Imposto de Renda. Todo rendimento vai direto para o bolso do investidor, sem descontos. Além disso, o dinheiro fica disponível a qualquer momento, sem carência.

Quanto renderia na poupança?

Aplicando R$ 7.000 na caderneta, os rendimentos ficam assim:

  • 6 meses: R$ 212,11 de rendimento líquido
  • 1 ano: R$ 431,84 de rendimento líquido

Esses valores já consideram os juros compostos, ou seja, o famoso "juros sobre juros". A cada mês, o rendimento é calculado sobre o montante anterior, incluindo os ganhos acumulados.

Outras opções conservadoras que rendem mais

O mercado oferece alternativas que podem superar a poupança, mesmo com a incidência de impostos. Duas opções se destacam pelo perfil conservador: o Tesouro Selic e os CDBs bancários.

O Tesouro Selic acompanha diretamente a taxa básica de juros da economia. Com a Selic a 14,75%, essa aplicação oferece rentabilidade próxima a esse patamar, antes dos impostos.

Já os CDBs que pagam 105% do CDI superam ligeiramente o Tesouro Selic. O CDI geralmente fica muito próximo da Selic, então um CDB a 105% do CDI oferece um pequeno prêmio adicional.

O Tesouro Selic renderia:

  • 6 meses: R$ 384 líquidos (após IR de 22,5%)
  • 1 ano: R$ 826 líquidos (após IR de 20%)

Um CDB a 105% do CDI entregaria:

  • 6 meses: R$ 402 líquidos (após IR de 22,5%)
  • 1 ano: R$ 861 líquidos (após IR de 20%)

Mesmo descontando o Imposto de Renda, essas alternativas superam a poupança em mais de 80% no período de um ano. A diferença é significativa e merece atenção.

O que você deve considerar

A escolha entre poupança e outras aplicações não depende apenas do rendimento. Alguns fatores práticos influenciam a decisão e merecem análise cuidadosa.

A poupança possui liquidez diária, mas o rendimento só é creditado na data de aniversário da aplicação. Já o Tesouro Selic permite resgates diários com rendimento proporcional ao período mantido. Ambos garantem acesso rápido ao dinheiro em caso de emergência.

CDBs podem ter carência, dependendo da instituição financeira, mas muitos bancos oferecem produtos com liquidez diária. Vale verificar as condições específicas antes de decidir. A segurança também conta: poupança e CDBs contam com garantia do FGC até R$ 250.000 por CPF e instituição. O Tesouro Selic tem garantia do governo federal, considerada ainda mais sólida.

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