Fundos cambiais são indicados em momentos de tensão política, crise econômica ou expectativas de valorização do dólar (Designed by/Freepik)
Publicado em 11 de abril de 2025 às 16h02.
Imagine transformar as oscilações do dólar em ganhos financeiros reais, sem precisar comprar a moeda diretamente. Essa é a proposta dos fundos cambiais, uma opção de investimento que se valoriza à medida que o real perde força. Com R$ 50 mil aplicados nesse tipo de fundo, o investidor pode se beneficiar de cenários de instabilidade cambial, desde que compreenda os riscos e os custos envolvidos.
O fundo cambial é um instrumento que expõe o investidor às variações de moedas estrangeiras, principalmente o dólar, por meio de aplicações em ativos atrelados à cotação dessas moedas. Ele funciona como um escudo contra a desvalorização do real — e também como uma estratégia para quem aposta na alta da moeda americana.
Fundos cambiais destinam pelo menos 80% da carteira a ativos relacionados ao desempenho de moedas internacionais, como títulos de dívida externa, derivativos ou contratos cambiais. O restante pode ser alocado em renda fixa para oferecer estabilidade.
Se o dólar sobe, o valor das cotas do fundo tende a acompanhar essa alta, gerando lucro em reais para o investidor. Por outro lado, em momentos de queda da moeda americana, o fundo pode registrar desempenho negativo.
A rentabilidade de um fundo cambial está diretamente atrelada à variação do dólar frente ao real. Quando a moeda americana se valoriza, o fundo tende a acompanhar esse movimento, refletindo a alta nas cotas, desde que descontados os custos operacionais e tributários.
Em um cenário conservador de valorização anual de 15%, uma aplicação de R$ 50 mil poderia gerar um retorno bruto de até R$ 7.500 em 12 meses. No entanto, essa estimativa depende da composição do fundo, da eficiência da gestão e das taxas envolvidas, como administração e performance.
Um exemplo recente ilustra o potencial desse tipo de investimento: em 2024, o dólar saltou de R$ 4,92 para R$ 6,18 — uma alta de cerca de 27% no período. Investidores que estavam posicionados em fundos cambiais nesse intervalo puderam capturar parte significativa dessa valorização, demonstrando na prática o papel estratégico desses produtos em momentos de forte oscilação cambial.
Os fundos cambiais seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda, que começa em 22,5% sobre os ganhos para investimentos com menos de seis meses e chega a 15% após dois anos. Também pode haver incidência de IOF nos primeiros 30 dias e de taxa de administração, que costuma variar entre 0,5% e 2% ao ano.
O rendimento líquido será sempre inferior ao bruto, e o investidor deve considerar esse fator ao calcular seu retorno efetivo.
Fundos cambiais são indicados em momentos de tensão política, crise econômica ou expectativas de valorização do dólar. Também são úteis para quem tem despesas em moeda estrangeira, como viagens ou compras internacionais.
No entanto, a volatilidade é elevada, e o investidor precisa estar ciente de que oscilações abruptas podem impactar negativamente o desempenho do fundo. Por isso, é importante que esse tipo de aplicação componha uma carteira diversificada e alinhada ao perfil de risco.