Para reserva de emergência, o Tesouro Selic oferece praticamente a mesma liquidez da poupança, mas com rendimento muito superior (Lai leng Yiap/Thinkstock)
Publicado em 23 de junho de 2025 às 16h19.
Com a Selic em patamares elevados, aqueles R$ 20 mil parados na conta podem trabalhar de forma bem mais eficiente. A diferença entre deixar o dinheiro na poupança tradicional ou migrar para outras aplicações pode chegar a milhares de reais em apenas um ano. Entender essas opções é fundamental para não deixar dinheiro na mesa.
A poupança funciona como uma conta especial que remunera seu dinheiro mensalmente. Quando a Selic está acima de 8,5%, ela rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). É como ter uma conta corrente que paga juros, sem limite de valor ou prazo para sacar.
O Tesouro Selic é um empréstimo que você faz ao governo brasileiro. Como o nome sugere, sua rentabilidade acompanha exatamente a taxa Selic — se ela sobe para 15%, você ganha 15% ao ano. É vendido pelo Tesouro Direto, plataforma oficial do governo.
Para resgatar, basta solicitar pela internet e o dinheiro cai na conta no próximo dia útil. A diferença é que você não pode sacar em caixas eletrônicos como na poupança — precisa acessar o sistema do Tesouro Direto ou sua corretora.
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um empréstimo que você faz aos bancos. Quando oferece 105% do CDI, significa que o rendimento será 5% maior do que o valor do próprio CDI — ou seja, equivale a 1,05 vez o CDI. Com o CDI girando próximo de 15% ao ano, isso representa uma rentabilidade de aproximadamente 15,75% ao ano, podendo variar levemente para menos.
Os cálculos apresentam o rendimento bruto, antes da tributação e eventuais taxas.
A poupança oferece conveniência absoluta. Você pode sacar a qualquer hora, sem perder rendimento ou enfrentar burocracias. Porém, sua rentabilidade fica muito aquém das outras alternativas em cenários de juros altos. Uma vantagem tributária importante: a poupança é isenta de imposto de renda para pessoas físicas.
Já o Tesouro Selic combina segurança com boa liquidez. Como título público federal, possui garantia do governo e permite resgates rápidos. Sua desvantagem está nos horários de funcionamento do sistema, que não opera 24 horas.
O CDB com 105% do CDI entrega a maior rentabilidade, mas pode exigir comprometimento de prazo. Alguns bancos oferecem liquidez diária, enquanto outros estabelecem carências. A garantia do FGC protege até R$ 250 mil por CPF e instituição.
Sobre a tributação: tanto o Tesouro quanto o CDB sofrem incidência do imposto de renda pela tabela regressiva - 22,5% até 180 dias, 20% de 181 a 360 dias, 17,5% de 361 a 720 dias e 15% acima de 720 dias. Há também IOF para resgates em menos de 30 dias.
Todas as três opções são seguras, mas manter dinheiro na poupança em cenário de juros altos significa literalmente perder dinheiro.
Para reserva de emergência, o Tesouro Selic oferece praticamente a mesma liquidez da poupança, mas com rendimento muito superior. Em 24 horas você tem acesso ao dinheiro, tempo suficiente para qualquer emergência real. Mesmo descontando o IR de 22,5% para resgates rápidos, o rendimento líquido ainda supera a poupança na maioria dos cenários.
O CDB com 105% do CDI vale a pena quando você tem certeza de que não precisará do dinheiro no prazo estipulado. Mesmo com carência, a diferença de rentabilidade justifica o comprometimento para recursos de médio e longo prazo. Estratégia tributária: manter por mais de 2 anos reduz o IR para 15%, maximizando o rendimento líquido.
Com a Selic em patamares elevados, cada mês na poupança representa dinheiro deixado na mesa. A migração para alternativas mais rentáveis pode ser a chave para quem busca fazer o dinheiro trabalhar de verdade.