Aplicações que antes rendiam pouco agora oferecem retornos mais atrativos, especialmente quando comparadas à tradicional caderneta de poupança. (AaronAmat/Getty Images)
Publicado em 23 de junho de 2025 às 17h12.
Com a Selic em alta, quem tem R$ 12 mil na conta se pergunta: onde aplicar? A diferença entre deixar na poupança ou migrar para outros investimentos pode representar centenas de reais extras ao final do ano. A escolha certa depende do seu perfil e dos seus objetivos financeiros.
A alta da taxa básica de juros tem transformado o cenário dos investimentos. Aplicações que antes rendiam pouco agora oferecem retornos mais atrativos, especialmente quando comparadas à tradicional caderneta de poupança.
A poupança segue uma regra simples: quando a Selic está acima de 8,5%, rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). É o investimento mais básico do mercado financeiro brasileiro, sem taxas e com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil.
Já o Tesouro Selic acompanha diretamente a taxa básica de juros da economia. Emitido pelo governo federal, oferece rentabilidade pós-fixada que varia conforme as oscilações da Selic. O resgate pode ser feito a qualquer momento, com o dinheiro caindo na conta em um dia útil.
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) funciona como um empréstimo que você faz ao banco. Quando oferece 105% do CDI, significa que rende 5% acima da taxa interbancária — ou seja, equivale a 1,05 vez o CDI. Como o CDI costuma acompanhar a Selic, a rentabilidade tende a superar ligeiramente a taxa básica de juros. Com o CDI por volta de 15% ao ano, 105% do CDI representa cerca de 15,75% ao ano, podendo variar levemente.
Cada aplicação tem suas particularidades de funcionamento. A poupança credita os rendimentos mensalmente, sempre no dia do depósito. O Tesouro Selic tem rentabilidade diária, assim como o CDB, permitindo que os juros sejam reinvestidos automaticamente.
Poupança (0,5% ao mês):
Tesouro Selic (15% ao ano):
CDB 105% do CDI (15,75% ao ano):
Os cálculos representam o rendimento bruto, antes do Imposto de Renda e eventuais taxas.
A poupança oferece conveniência absoluta. Você pode sacar a qualquer momento, mas o rendimento só é garantido se o dinheiro for mantido até a data de aniversário da aplicação. Porém, sua rentabilidade fica muito aquém das outras alternativas em cenários de juros altos. Uma vantagem tributária importante: a poupança é isenta de imposto de renda para pessoas físicas.
Já o Tesouro Selic combina segurança com boa liquidez. Como título público federal, possui garantia do governo e permite resgates rápidos. Sua desvantagem está nos horários de funcionamento do sistema, que não opera 24 horas.
O CDB com 105% do CDI entrega a maior rentabilidade, mas pode exigir comprometimento de prazo. Alguns bancos oferecem liquidez diária, enquanto outros estabelecem carências. A garantia do FGC protege até R$ 250 mil por CPF e instituição.
Sobre a tributação: tanto o Tesouro quanto o CDB sofrem incidência do imposto de renda pela tabela regressiva - 22,5% até 180 dias, 20% de 181 a 360 dias, 17,5% de 361 a 720 dias e 15% acima de 720 dias. Há também IOF para resgates em menos de 30 dias.
Todas as três opções são seguras, mas manter dinheiro na poupança em cenário de juros altos significa literalmente perder dinheiro.
Para reserva de emergência, o Tesouro Selic oferece praticamente a mesma liquidez da poupança, mas com rendimento muito superior. Em 24 horas você tem acesso ao dinheiro, tempo suficiente para qualquer emergência real. Mesmo descontando o IR de 22,5% para resgates rápidos, o rendimento líquido ainda supera a poupança na maioria dos cenários.
O CDB com 105% do CDI vale a pena quando você tem certeza de que não precisará do dinheiro no prazo estipulado. Mesmo com carência, a diferença de rentabilidade justifica o comprometimento para recursos de médio e longo prazo. Estratégia tributária: manter por mais de 2 anos reduz o IR para 15%, maximizando o rendimento líquido.
A diferença entre as aplicações pode parecer pequena no curto prazo, mas se torna significativa ao longo do tempo. Com R$ 12 mil investidos, escolher o CDB em vez da poupança representa cerca de R$ 1.150 extras em um ano — dinheiro suficiente para uma boa viagem ou para ampliar ainda mais seus investimentos.