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Quanto preciso investir por mês para ter R$ 1 milhão em 20 anos?

Com aportes a partir de R$ 700 por mês, é possível atingir o valor investindo em renda fixa

Entre as opções de investimento estão as aplicações de renda fixa e variável (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

Entre as opções de investimento estão as aplicações de renda fixa e variável (Rudzhan Nagiev/Getty Images)

Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 14h36.

Planejar o futuro financeiro exige disciplina e estratégia. Guardar dinheiro na conta corrente não é suficiente, pois a inflação reduz o poder de compra ao longo do tempo. Por isso, investir é essencial para proteger e fazer o patrimônio crescer .

O primeiro passo para alcançar o objetivo de ter R$ 1 milhão após 20 anos de investimentos, é definir qual valor depositar por mês e escolher as melhores aplicações de acordo com o perfil de risco. Veja quais rendimentos te dão a oportunidade de alcançar esse valor e o que fazer para que isso aconteça.

Quanto preciso investir por mês para ter R$ 1 milhão em 20 anos?

O valor do aporte mensal depende da taxa de retorno do investimento. Considerando aplicações de renda fixa, como CDBs, poupança e Tesouro Selic, com base na Selic atual de 13,25% ao ano, veja quanto seria necessário investir:

1. Poupança 

A poupança tem uma rentabilidade fixa e segue as seguintes regras:

  • Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano (como no cenário atual), rende 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR).
  • Quando a Selic está em 8,5% ou menos, o rendimento passa a ser 70% da Selic + TR.

Atualmente, com a Selic em 13,25% ao ano, a poupança rende cerca de 6,17% ao ano + TR. Isso significa que, para atingir R$ 1 milhão em 20 anos, seria necessário investir cerca de R$ 2.150 por mês.

A vantagem é que não há cobrança de Imposto de Renda, mas o rendimento é inferior a outras opções de renda fixa. Além disso, a rentabilidade só é creditada uma vez por mês, na "data de aniversário" do depósito.

2. CDB 100% do CDI 

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são títulos emitidos por bancos que oferecem rendimento baseado no CDI (Certificado de Depósito Interbancário), uma taxa que acompanha de perto a Selic.

  • Um CDB que paga 100% do CDI tem um retorno muito próximo da Selic;
  • Com a Selic atual de 13,25% ao ano, um CDB de 100% do CDI rende cerca de 12,9% ao ano antes dos impostos;
  • Há incidência de imposto de renda sobre os rendimentos, variando de 22,5% (resgate em até 6 meses) a 15% (após 2 anos).

Após os descontos de impostos, a rentabilidade líquida de um CDB 100% do CDI fica em torno de 11% ao ano, o que exigiria um aporte mensal de R$ 1.000 para chegar a R$ 1 milhão em 20 anos.

A principal vantagem é que alguns oferecem liquidez diária, permitindo resgate a qualquer momento. Além disso, são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

3. Tesouro Selic 

O Tesouro Selic é um título público emitido pelo Governo Federal, considerado um dos investimentos mais seguros do país. Ele acompanha a Taxa Selic, com rendimento diário.

  • Com a Selic a 13,25% ao ano, o Tesouro Selic rende praticamente o mesmo que um CDB 100% do CDI, mas com menor volatilidade.
  • O Imposto de Renda segue a tabela regressiva, variando de 22,5% a 15% sobre os rendimentos.
  • Há também uma taxa de custódia de 0,2% ao ano cobrada pela B3 em investimentos acima de R$ 10 mil.

Considerando os descontos, o retorno líquido do Tesouro Selic gira em torno de 10,5% a 11% ao ano, exigindo aportes mensais de cerca de R$ 1.050 para alcançar R$ 1 milhão em 20 anos.

E nas opções de renda variável?

Investir em renda variável, como ações e fundos imobiliários, pode oferecer retornos maiores no longo prazo. No entanto, os rendimentos são incertos e há riscos de perdas de capital.

  • Ações: considerando um retorno médio de 12% ao ano, é possível atingir R$ 1 milhão investindo cerca de R$ 700 por mês.
  • Fundos Imobiliários (FIIs): com um retorno estimado de 10% ao ano, seria necessário investir cerca de R$ 850 por mês.
  • ETFs (Fundos de Índice): seguem o desempenho da Bolsa e podem ter retorno semelhante ao das ações, exigindo um aporte próximo de R$ 700 a R$ 800 por mês.

Apesar do potencial de valorização, a renda variável não garante retornos fixos e exige uma estratégia de longo prazo para minimizar riscos, por isso é indicada para investidores mais arrojados e que têm mais experiência no mercado financeiro.

O que considerar na hora de investir o dinheiro?

Antes de investir, é fundamental analisar quatro fatores principais: perfil de risco, liquidez, rentabilidade líquida e objetivo financeiro.

O perfil de risco indica a tolerância do investidor às oscilações do mercado. Quem busca segurança pode optar por renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs, enquanto investidores dispostos a assumir riscos optam por escolher ações e fundos imobiliários, que podem oferecer retornos mais altos no longo prazo.

A liquidez define quão rápido o dinheiro pode ser resgatado sem perdas significativas. Aplicações como poupança e Tesouro Selic permitem retiradas imediatas, enquanto CDBs e fundos de investimento podem ter prazos de carência.

Já a rentabilidade líquida considera os descontos de Imposto de Renda, taxas e inflação, que reduzem os ganhos reais.

Por fim, é essencial ter um objetivo financeiro bem definido: investimentos para aposentadoria exigem estratégias de longo prazo, enquanto reservas de emergência devem estar aplicadas em ativos com liquidez imediata.

Avaliar esses fatores ajuda a tomar decisões mais seguras e eficientes, garantindo que o dinheiro trabalhe a favor do investidor.

Por que você deve saber disso?

Quem começa a investir cedo precisa de aportes menores para atingir grandes objetivos . Saber como planejar o patrimônio permite alcançar a independência financeira no futuro e protege contra perdas causadas pela inflação. Ter R$ 1 milhão em 20 anos é possível com disciplina e boas escolhas de investimento.

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