Se o objetivo é obter R$ 5 mil líquidos por mês de forma estável, uma alternativa é diversificar entre diferentes tipos de aplicações (TransferWise/Divulgação)
Publicado em 9 de junho de 2025 às 17h05.
Imagine receber R$ 5 mil todo mês, sem depender de salário, negócio próprio ou aposentadoria pública. Esse é o cenário de quem consegue viver de renda — uma meta que parece distante, mas se torna mais alcançável quando os juros estão em patamares elevados, como agora. Com a Selic em 14,75% ao ano, aplicações de renda fixa ganham força e mudam o cálculo do quanto é preciso acumular.
A taxa Selic influencia diretamente os rendimentos de títulos públicos e de diversas aplicações de renda fixa. Os principais investimentos atrelados à Selic são o Tesouro Selic, os CDBs pós-fixados e os fundos DI. Essas opções costumam acompanhar o movimento da taxa básica, oferecendo mais previsibilidade para quem busca segurança.
O Tesouro Selic é um título público do Tesouro Direto, acessível a partir de valores baixos. Já os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são emitidos por bancos e podem oferecer rentabilidades maiores, mas variam conforme a instituição. Fundos DI, por sua vez, reúnem recursos de vários investidores e aplicam principalmente em títulos públicos, com gestão profissional.
Com a Selic em 14,75% ao ano, a rentabilidade bruta estimada gira em torno de 1,154% ao mês. No entanto, para saber quanto receber de fato, é preciso descontar o Imposto de Renda (IR).
Considerando a alíquota de 22,5% (para aplicações de até 6 meses), a rentabilidade líquida mensal seria de aproximadamente 0,894%. Nesse cenário, para receber R$ 5.000 líquidos por mês, o investidor precisaria ter aplicados cerca de R$ 559.000. Se o investimento for mantido por mais de 2 anos e a alíquota do IR cair para 15%, o capital necessário seria menor, em torno de R$ 509.700
O Tesouro Selic é considerado o investimento mais seguro do país, já que é garantido pelo governo. Além disso, possui liquidez diária, o que facilita o resgate do dinheiro a qualquer momento — ideal para quem deseja flexibilidade.
CDBs, especialmente os emitidos por bancos médios, podem oferecer retornos superiores, chegando a 110% ou 120% do CDI. No entanto, sua liquidez costuma ser menor. A vantagem é que esses títulos têm a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
Já os fundos DI são mais indicados para quem prefere delegar a gestão dos investimentos. A desvantagem, nesse caso, são as taxas de administração, que podem reduzir significativamente a rentabilidade, principalmente em fundos com gestão passiva.
Antes de investir, é fundamental avaliar seu perfil de risco, objetivos financeiros e horizonte de tempo. Aplicações que oferecem liquidez imediata geralmente têm retorno menor, enquanto aquelas com prazos mais longos tendem a compensar com maior rentabilidade.
Outro ponto crucial é considerar a inflação. Mesmo com uma Selic elevada, o ganho real só será positivo se a taxa de juros superar o aumento do custo de vida. Investidores que buscam viver de renda também devem estar atentos à sustentabilidade do patrimônio no longo prazo.
Se o objetivo é obter R$ 5 mil líquidos por mês de forma estável, uma alternativa é diversificar entre diferentes tipos de aplicações. A combinação de segurança, liquidez e rentabilidade pode proporcionar não apenas a renda desejada, mas também a tranquilidade financeira que muitos almejam.