Bolsa: Ibovespa sobe 1% e encerra em 117.806 pontos (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 20h56.
Última atualização em 6 de junho de 2022 às 12h42.
Até pouco tempo atrás, os investidores acreditavam que investir na bolsa era algo burocrático e caro demais. Com o crescimento das corretoras e das plataformas de negociação digital (o homebroker), investir em empresas no mercado financeiro ficou muito mais fácil e barato.
Mesmo assim, é importante que o investidor conheça os custos que ainda existem para investir em ações, e como essas despesas podem impactar o valor final da rentabilidade. Neste artigo vamos falar dos custos para investir na bolsa.
Ao investir em ações é preciso considerar não só os preços dos ativos mas também os custos relacionados. Os principais são:
Mas antes de falar sobre cada um desses custos, vamos entender melhor o que é a bolsa e como ela funciona.
A bolsa de valores, também conhecida como mercado de ações, é um ambiente de negociação de frações de empresas. Os investidores compram e vendem participações das companhias de capital aberto na bolsa.
É possível realizar esse processo digitalmente, a partir do celular ou do computador em casa. O investidor pode recorrer ao home broker para fazer essas operações.
No Brasil, a principal bolsa é a B3. Com sede em São Paulo, ela nasceu da união de três empresas do mercado: BM&F, Bovespa e CETIP. O nome é abreviação para Brasil, Bolsa, Balcão.
A B3 exerce diferentes atividades no mercado financeiro brasileiro: administra sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as classes de ativos, de ações a contratos derivativos, de câmbio e juros.
Uma das atribuições mais conhecidas da B3 é operar o ambiente de negociação das ações de empresas que estão na bolsa. São atualmente cerca de 350 companhias com capital aberto na B3, das quais quase 80 fazem parte do Ibovespa. É o principal índice de ações da bolsa brasileira, reunindo os papéis mais negociados entre os investidores.
Ela também organiza o processo de abertura de capital de empresas, a chamada oferta pública inicial (ou IPO).
As negociações das ações entre investidores são feitas durante o pregão da bolsa, o período que normalmente se estende das 10h às 17h. Quando há horário de verão nos Estados Unidos, o horário de fechamento muda para 18h.
As negociações são realizadas com base nas cotações, ou preços dos ativos, que são atualizadas a todo momento.
A B3 também é responsável pela custódia (a guarda de um ativo) de alguns investimentos e possui ainda uma área de certificação para profissionais do mercado.
Como mencionamos acima, algumas aplicações financeiras não são negociadas em uma plataforma centralizada. Títulos de crédito privado, como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) não estão, em geral, disponíveis no home broker.
Por terem liquidez limitada, esses títulos são negociados nas mesas de operações (no mercado balcão). Isso significa que o investidor que quiser comprar ou vender um desses títulos deve entrar em contato com sua corretora por telefone, chat ou e-mail para emitir a ordem da transação.
A partir daí, a corretora buscará um investidor interessado em comprar ou vender aquele mesmo título, e fará toda a operação manualmente.
Esse processo é válido, também, para ativos que são negociados no home broker. Caso o investidor não se sinta confortável em fazer as aplicações pela plataforma, ele pode entrar em contato com a corretora e pedir que a ordem seja feita manualmente.
Qualquer investidor que aplicar recursos em ativos negociados na bolsa ou em mercado balcão deverá pagar os seguintes tributos e taxas:
A taxa de corretagem é uma cobrança feita pela corretora para a negociação de ações e pode ser um valor fixo ou um percentual sobre o valor da transação. O valor varia de acordo com a corretora e algumas não cobram a taxa.
Para quem paga a taxa de corretagem, o valor fixo pode ser mais interessante se o investimento for elevado. Em cima da taxa também existe a cobrança do Imposto Sobre Serviço (ISS), um tributo municipal cuja alíquota varia entre 2% e 5%, dependendo da cidade.
A taxa de custódia é cobrada pela corretora ou outra instituição financeira para a manutenção de ações ou títulos públicos. Também é possível encontrar instituições financeiras que não cobram a taxa de custódia.
O investidor em ações precisa pagar o Imposto de Renda com alíquota de 15% se realizar vendas acima de 20.000 reais no mês e obtiver ganho de capital, que será a base para a cobrança.
Mas, se as vendas ficarem abaixo desse patamar ou ele tiver prejuízo com as operações, ele estará isento de IR. Essas regras se aplicam a ETFs e opções.
Há regras específicas para o investidor que compra e vende ações no mesmo pregão, o day trade. Nesse caso, a cobrança do Imposto de Renda é de 20% sobre todo o lucro obtido no mês. Vale também para fundos imobiliários.
A B3 cobra algumas taxas específicas para negociação de ações, BDRs, ETFs e fundos de investimento em ações. São os chamados emolumentos, os ganhos da B3 com transações no mercado. São cobradas duas taxas, a de negociação e a de liquidação.
No caso da taxa de negociação, a alíquota é de 0,003219% e o percentual é cobrado sobre o valor financeiro da operação e de cada investidor.
A taxa de liquidação tem o custo de 0,0275% para pessoas físicas e de 0,02% para fundos de investimento. Esse percentual também é cobrado sobre o valor financeiro da operação.
Um dos maiores mitos do mercado financeiro é que é preciso ter muito dinheiro para investir na bolsa de valores. Na verdade, o valor mínimo para investir em açõesações é o próprio preço de uma ação, que pode valer apenas alguns reais, mais os custos com taxas.
Para relembrar, uma ação é a menor fração do capital social de uma companhia com capital aberto. Comprando uma ação, também chamada de papel, o investidor se torna sócio minoritário desse negócio.
É possível, portanto, comprar uma única ação de uma companhia, mas, para isso, é preciso acessar o mercado fracionário, que tem menos liquidez.
Para investir na bolsa, o primeiro passo é abrir uma conta em um banco ou em uma corretora. Essas instituições são responsáveis por executar as ordens de compra e venda, mesmo que elas sejam feitas pela internet.
Em seguida, o investidor deverá preencher um questionário de suitability, que serve para descobrir qual é seu perfil de risco. O questionário apresenta perguntas sobre os objetivos do investidor, a sua tolerância às perdas e os prazos para resgate das aplicações.
No fim, o investidor descobrirá se tem perfil conservador, moderado ou arrojado. O perfil sugere a adesão a diferentes aplicações, sendo as de maior risco indicadas para os perfis moderados e arrojados.
Uma vez que o investidor já sabe o seu perfil de risco, basta navegar pelo sistema de negociação de ativos em tempo real, chamado de home broker.
O home broker é uma plataforma digital que conecta seus usuários ao pregão eletrônico da bolsa de valores e permite a negociação de ações e outros ativos financeiros pela internet, de maneira simples e rápida.
Até a criação do home broker, quem negociava ações no mercado de capitais precisava passar uma ordem de operação por telefone para a mesa de operações de alguma corretora.
Mas, desde 1999, quando foram criados os primeiros home brokers, quem quer investir na Bolsa pode fazer isso por meio do próprio computador ou celular.