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Poupança x Tesouro Direto: qual rende mais com R$ 1 milhão em 6 meses?

Com a Selic em 13,25% ao ano, aplicações em renda fixa apresentam retornos diferentes; veja qual opção é mais vantajosa

Tesouro Direto é mais seguro e oferece mais rentabilidade que a poupança (Juj Winn/Getty Images)

Tesouro Direto é mais seguro e oferece mais rentabilidade que a poupança (Juj Winn/Getty Images)

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 16h04.

A escolha entre poupança e Tesouro Direto é uma dúvida comum para quem busca segurança e rendimento. Com a taxa Selic em 13,25% ao ano, os retornos dos investimentos de renda fixa variam, influenciando a decisão de quem tem valores altos para aplicar.

Se um investidor aplicar R$ 1 milhão por seis meses, a rentabilidade será muito diferente entre os dois produtos. Veja qual é a melhor opção e quais alternativas podem garantir um retorno ainda maior.

Quanto rende o valor na poupança?

A poupança tem uma regra de rendimento atrelada à Selic. Atualmente, quando a taxa está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da caderneta fica fixa em 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).

Considerando um investimento de R$ 1 milhão por seis meses, o cálculo do rendimento seria:

  • 0,5% ao mês → aproximadamente 3,06% em seis meses
  • TR média em torno de 0,10% ao mês → cerca de 0,61% em seis meses
  • Total: 3,67% no período

Isso significa que, ao final do período, o investidor teria cerca de R$ 1.036.700,00, um lucro de R$ 36.700,00. Vale lembrar que a poupança tem isenção de Imposto de Renda, e esta é uma de suas principais vantagens perante outros investimentos de renda fixa.

E no Tesouro Direto?

No Tesouro Direto, a rentabilidade varia conforme o título escolhido. O Tesouro Selic, por exemplo, acompanha a taxa básica de juros e rende próximo à Selic líquida.

Considerando um rendimento de 13,25% ao ano, a taxa semestral seria de aproximadamente 6,44%. No entanto, há incidência de Imposto de Renda regressivo, que, para resgates em até seis meses, é de 22,5% sobre o lucro.

Fazendo os cálculos:

  • Rendimento bruto em seis meses: R$ 64.400,00
  • Imposto de Renda (22,5% sobre o lucro): R$ 14.490,00
  • Rendimento líquido: R$ 49.910,00
Ao final dos seis meses, o investidor teria cerca de R$ 1.049.910,00, um lucro líquido de R$ 49.910,00, superior ao da poupança.

Qual o investimento mais seguro?

Ambos os investimentos são considerados seguros, mas há diferenças importantes. A poupança é protegida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira em caso de falência do banco.

O Tesouro Direto, por sua vez, é garantido pelo Governo Federal e, por isso, considerado o menor risco de crédito do país. Apesar da proteção do FGC, o Tesouro Direto é visto como mais seguro, pois sua garantia é soberana, ou seja, depende do governo, que tem maior capacidade de honrar pagamentos do que um banco individual.

Para prazos mais longos, o Tesouro Direto também tem opções que podem oferecer ganhos maiores que a poupança:

  • Tesouro IPCA+: Rende a inflação mais uma taxa fixa, garantindo ganhos acima da inflação no longo prazo.
  • Tesouro Prefixado: Rendimento fixo, podendo ser vantajoso se a Selic cair no futuro.

5 dicas para o dinheiro render mais

Se o objetivo é maximizar o retorno dos investimentos sem abrir mão da segurança, existem opções mais rentáveis do que a poupança e o Tesouro Selic. A seguir, veja alternativas que podem fazer o dinheiro render mais:

1. CDBs de bancos médios: rendimento acima do Tesouro Selic

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos emitidos por bancos para captar dinheiro dos investidores. Eles podem pagar um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa que acompanha de perto a Selic, e também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira.

  • CDBs de grandes bancos costumam pagar entre 90% e 100% do CDI, o que pode ser inferior ao Tesouro Selic.
  • CDBs de bancos médios podem pagar entre 110% e 120% do CDI, tornando-se mais vantajosos.
Um CDB que paga 120% do CDI renderia aproximadamente 13,8% ao ano, acima dos 13,25% do Tesouro Selic.

2. LCIs e LCAs: rendimento sem pagar imposto

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa que funcionam de forma semelhante aos CDBs, mas com um diferencial: são isentas de Imposto de Renda para pessoa física.

  • Se um CDB paga 100% do CDI, um LCI ou LCA de 90% do CDI pode ser mais vantajoso, já que a rentabilidade líquida é maior.
  • Bancos médios oferecem LCIs e LCAs que pagam até 97% do CDI, sendo opções interessantes para quem busca rendimento maior e isenção fiscal.
LCIs e LCAs também são protegidas pelo FGC, garantindo segurança ao investidor.

3. Fundos de renda fixa: diversificação automática

Os fundos de renda fixa são carteiras gerenciadas por especialistas que investem em títulos públicos e privados, buscando um bom equilíbrio entre risco e retorno.

  • Fundos DI investem majoritariamente em Tesouro Selic e têm liquidez diária, sendo uma alternativa para quem busca segurança.
  • Fundos de crédito privado aplicam em debêntures, CDBs e LCIs, podendo render mais que o Tesouro Direto.
A vantagem dos fundos é a diversificação, mas é importante observar as taxas de administração, que podem reduzir a rentabilidade.

4. Debêntures incentivadas: rendimento isento de IR

As debêntures incentivadas são títulos emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura e são isentas de Imposto de Renda para pessoa física.

  • Normalmente pagam juros acima do Tesouro IPCA+, garantindo rentabilidade acima da inflação.
  • Podem oferecer rendimentos superiores a 7% ao ano mais IPCA, dependendo do emissor.
Apesar da rentabilidade atrativa, as debêntures não são cobertas pelo FGC e podem ter risco de crédito, exigindo análise da solidez da empresa emissora.

5. Fundos imobiliários (FIIs): renda passiva mensal

Para quem busca rendimentos periódicos, os Fundos Imobiliários (FIIs) são uma alternativa interessante. Esses fundos investem em imóveis comerciais, shoppings e galpões logísticos, distribuindo aluguéis mensais isentos de IR para os cotistas.

  • Muitos FIIs oferecem dividend yield de 8% a 12% ao ano, o que pode superar investimentos de renda fixa.
  • Como são negociados na Bolsa de Valores, os preços das cotas podem variar, trazendo potencial de valorização no longo prazo.
FIIs são uma opção para quem quer diversificar o patrimônio e ter uma renda passiva mensal, mas exigem atenção à escolha do fundo e ao risco de mercado.

Por que você deve saber disso?

Com juros altos, escolher o investimento correto pode fazer uma grande diferença no retorno do seu dinheiro. O Tesouro Direto se mostra mais vantajoso que a poupança para aplicações de seis meses, mas há alternativas que podem oferecer rendimentos ainda maiores.

Saber onde investir garante melhor planejamento financeiro e maior rentabilidade no longo prazo, sem abrir mão da segurança.
Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

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