(Nora Carol Photography/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 10h00.
Última atualização em 4 de janeiro de 2024 às 14h20.
Em 2022, a poupança continua sendo um dos investimentos mais populares entre os brasileiros. Isso se deve principalmente à sua simplicidade: basta depositar o dinheiro na conta e esperar os juros acumularem.
Além disso, a poupança é considerada um investimento de baixo risco, logo, é uma das opções mais seguras para quem quer investir.
Apesar de ser uma das maneiras mais populares de economizar dinheiro, nem todo mundo entende como ela funciona.
Para descobrir o que é a poupança, suas vantagens e desvantagens e muito mais, acompanhe esse artigo!
A poupança é uma modalidade de investimento da renda fixa que tem como objetivo acumular recursos para um determinado fim. Ela é uma das opções mais tradicionais de investimento e também uma das mais seguras, pois não envolve riscos.
Na prática, você deposita seu dinheiro e o banco o mantém em segurança, rendendo juros sobre o valor depositado.
O rendimento da poupança é calculado pelos bancos a partir da taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. A Selic é definida pelo Banco Central (Bacen) e serve como parâmetro para as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras.
Há duas maneiras principais de se investir em poupança: a poupança tradicional e a poupança automática. Na poupança tradicional, o cliente decide quanto irá depositar na conta e quando irá resgatar os recursos.
Já na poupança automática, o cliente determina um valor mensal que será depositado automaticamente na conta, permitindo que o montante acumule mais rapidamente.
Vale lembrar que, seja qual for a instituição financeira escolhida, não é necessário comprovar renda nem pagar taxa para abrir conta poupança.
A poupança no Brasil é um meio popular de economizar. Ao abrir uma conta poupança em um banco brasileiro, os depositantes recebem juros mensais sobre seus saldos, proporcionando crescimento gradual.
Embora os retornos sejam modestos em comparação com investimentos mais arriscados, a poupança oferece segurança e liquidez imediata. Sua simplicidade a torna atrativa para objetivos de curto prazo
Além disso, os ganhos são isentos de imposto de renda, destacando a vantagem fiscal que contribui para a popularidade da poupança como uma forma básica de investimento no Brasil.
Sobre a rentabilidade da poupança, ela fica em 0,5% por mês quando a meta da taxa Selic excede 8,5% ao ano ou é 70% dessa meta, mensalizada, no início do período de rendimento, desde que a meta anual seja igual ou inferior a 8,5%. Ela é isenta de taxas e de imposto de renda.
A liquidez da poupança é alta, permitindo a retirada imediata dos fundos. Essa característica facilita o acesso rápido ao dinheiro depositado, tornando-a adequada para necessidades emergenciais e objetivos de curto prazo.
O dinheiro investido na Poupança segue uma destinação específica. A maior parte é direcionada para o financiamento de habitação, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Essa alocação visa subsidiar programas de construção e aquisição de imóveis, impulsionando o setor imobiliário. Uma parcela menor vai para o crédito rural, favorecendo o agronegócio.
O governo utiliza os recursos da poupança para estimular setores-chave da economia. Mas é possível financiar atividades econômicas através de diversos ativos (incluindo os melhores investimentos para o ano de 2024).
A poupança é uma das formas mais antigas de economizar dinheiro e, no Brasil, ela tem um longo histórico.
Seu surgimento se deu durante o Brasil Império, quando Dom Pedro II criou, em 1861, a Caixa Econômica Federal. A ideia era permitir que as pessoas depositassem dinheiro em uma instituição e recebessem juros por isso.
Com o passar dos anos, a poupança foi evoluindo e se adaptando às necessidades da população.
Em 1915, por exemplo, um decreto autorizava mulheres casadas a abrir sua própria caderneta de poupança, desde que com a permissão do marido.
Ainda em meados do século XX, com a criação do Banco Central do Brasil, a poupança ganhou novas regras e passou a ser regulamentada pelo governo.
Em 1990, muitos brasileiros com dinheiro na poupança passaram por uma experiência muito traumática.
Isso porque o Plano Collor determinou o congelamento por 18 meses de 80% dos depósitos das contas correntes e poupanças que excedessem o valor de 50 mil cruzados novos. Com o confisco, muitos poupadores ficaram impedidos de resgatar seu dinheiro.
As regras de remuneração da caderneta mudaram em 4 de maio de 2012. Antes dessa data, quem fizesse depósitos recebia um rendimento de 0,5% ao mês mais a variação da TR.
Já para os depósitos realizados a partir do dia 5 de maio de 2012, o rendimento da poupança seria calculado pelo desempenho da taxa Selic.
Nesses termos, atualmente o rendimento da poupança é calculado levando em conta uma dessas duas situações:
Lembrando que julho de 2022, a Selic se encontra em 13,25% ao ano. Nesse caso, o rendimento da poupança hoje é de 6% ao ano + TR.
Isso significa que, se você possui R$ 1.000,00 em sua conta poupança, seu rendimento será de R$ 60 por ano. Se você tiver R$ 50.000,00 na sua conta poupança, o seu rendimento será de R$ 3.000,00 por ano.
Calcular o rendimento da poupança envolve adicionar a taxa mensal ou somar o valor total à taxa anual.
Por exemplo, com R$5.000 na poupança, após um ano, o rendimento seria R$359, totalizando R$5.359,00. Se depositar R$100 com uma taxa mensal de 0,58%, o valor após um mês seria R$1.005,80, gerando R$0,58 de juros.
Apesar das previsões de diminuição na taxa de juros em 2024, a previsão é de pouca mudança na aplicação nos próximos anos, seguindo a dependência da taxa Selic.
Em primeiro lugar, vale destacar que a poupança é simples e acessível. Qualquer pessoa que tenha um CPF consegue abrir uma conta bancária desse tipo. Também não há cobrança de taxas, nem de manutenção da conta.
Outra vantagem da poupança é que ela é uma das maneiras mais seguras de investir seu dinheiro. Logo, você não corre o risco de perder parte do seu dinheiro caso haja uma queda nos mercados financeiros.
Seu dinheiro acumulado na poupança está protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Dessa forma, caso o banco onde você tenha conta quebre, o FGC assegura a devolução do seu dinheiro. Porém, isso é feito respeitando o limite de até R$ 250.000,00 por CPF e conta em cada instituição, limitado ao teto de R$ 1 milhão.
No entanto, as desvantagens associadas à poupança pesam sobre os pontos positivos.
Uma delas é que a poupança rende menos do que outros tipos de investimentos da renda fixa como títulos do Tesouro Direto e CDBs.
Além disso, outro ponto negativo é que os juros da rentabilidade só incidem sobre o saldo no chamado “aniversário da poupança“. Em outras palavras, os depósitos são remunerados a cada 30 dias.
Sendo assim, se você aplicar R$ 5.000 hoje na poupança e sacar todo o dinheiro em até 29 dias, não receberá nenhuma rentabilidade pelo tempo em que o dinheiro ficou depositado.
Além disso, não poderíamos deixar de falar da inflação, que é um dos principais fatores que afetam a poupança. Ela pode ser definida como o aumento generalizado de preços de bens e serviços.
A inflação faz com que o valor da moeda caia, o que significa que cada unidade de moeda comprará menos bens e serviços do que antes. Como resultado, as pessoas tendem a economizar menos, pois precisam gastar mais para comprar os mesmos bens e serviços. A inflação também reduz o valor real da poupança, uma vez que os juros pagos pelas instituições financeiras não acompanham o ritmo da inflação.
Como a inflação impacta a poupança?
A inflação afeta a poupança ao reduzir o poder de compra do dinheiro. Os ganhos da poupança, geralmente atrelados a taxas fixas, podem não acompanhar o aumento dos preços.
Isso resulta em uma perda de valor real. Se a inflação supera os rendimentos, a capacidade do dinheiro na poupança de adquirir bens e serviços diminui.
Investidores podem buscar opções mais rentáveis para proteger seu capital da erosão causada pela inflação, como investimentos atrelados a índices inflacionários ou ativos que historicamente superam a inflação
A compreensão desse impacto é crucial para uma gestão financeira mais eficaz e estratégica.
Investir na poupança pode ser adequado para objetivos de curto prazo, dada sua liquidez imediata e segurança. No entanto, a poupança oferece retornos modestos, muitas vezes abaixo da inflação, resultando em perda de poder de compra ao longo do tempo.
Para objetivos de longo prazo, outras opções de investimento, como Tesouro Direto, CDBs e até mesmo renda variável, podem proporcionar retornos mais expressivos.
Por isso, avaliar o horizonte temporal, tolerância ao risco e buscar diversificação é muito importante para uma estratégia de investimento mais eficiente – tudo isso se feito com o devido planejamento financeiro.
Existem diversos investimentos mais rentáveis que a poupança. Na renda fixa, títulos como Tesouro Direto, CDBs e LCIs oferecem melhores taxas.
Já nas opções de renda variável, ações e fundos de investimento podem proporcionar retornos mais expressivos, embora envolvam maior risco. Fundos imobiliários e debêntures também são opções.
É crucial diversificar a carteira considerando objetivos, horizonte temporal e apetite ao risco. Montar uma alocação de portfólio é importante ao invés de investir sem critérios.
Assim, para manter o valor real da sua poupança, é importante investir em produtos financeiros que possam render mais do que a taxa de inflação. Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como: