(sakchai vongsasiripat/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 1 de abril de 2024 às 11h00.
Última atualização em 1 de abril de 2024 às 14h28.
Criada há mais de 20 anos, a Taxa Referencial (TR) desempenha um papel importante para quem aloca recursos em determinados produtos financeiros, pois utiliza a taxa de juros como forma de rentabilidade.
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No entanto, nem todos sabem exatamente para que serve a TR, como é calculada a Taxa Referencial e como isso afeta sua vida financeira. Portanto, neste artigo, essas informações básicas serão fornecidas para esclarecer as principais preocupações dos investidores.
A TR é uma taxa de referência utilizada para determinar a taxa de retorno de determinados tipos de investimentos no Brasil. Foi criada em 1991 com dois objetivos claros: desindexar e combater a hiperinflação, como parâmetro da taxa de juros cobrada no Brasil, que atua semelhantemente à atual taxa Selic.
Atualmente, porém, a TR é utilizada como indicador de rentabilidade para determinados tipos de investimentos e ativos como poupança, títulos do Tesouro, FGTS e alguns financiamentos imobiliários. Por isso, na hora de escolher determinados investimentos, é preciso entender como funciona a TR e se ela é benéfica para ganhar dinheiro.
Para que seja possível estimar o valor da taxa referencial é necessário, anteriormente, encontrar a Taxa Básica Financeira, que foi criada pelo Conselho Monetário Nacional no ano de 1995 e tem seu valor calculado e divulgado pelo Banco Central.
Em linhas gerais, a Taxa Básica Financeira é uma média de índices de juros que são pagos pelos títulos pré-fixados emitidos pelo Tesouro Nacional, conhecidos como Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Além disso, importante lembrar, que essa taxa tem como principal função ser referência para o cálculo das taxas de juros que são praticadas dentro do mercado financeiro.
Assim, ele irá definir qual deve ser o valor médio de juros para que seja possível, às instituições financeiras, realizar as trocas de recursos entre tomadores e credores.
Hoje, já computando a queda da nossa taxa básica de juros, a Selic, a taxa referencial está sendo cotada para o mês de março em 0,03%.
Aqui é fundamental lembrar que esse valor da TR tem impacto direto do número de dias úteis em cada mês, tanto que em janeiro ela foi de 0,09% e em fevereiro foi de apenas 0,01%.
No acumualdo do ano a taxa referencial apresenta um percentual de 0,13% e, nos últimos 12 meses (abril de 2023 a março de 2024), 1,35%.
Tal como a taxa Selic, o órgão responsável pela definição do valor da TR é o Banco Central do Brasil (Bacen). Desde 2018, a instituição financeira implementou um novo método de cálculo. Assim, a TR passou a ser baseada na taxa de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Portanto, para calcular TR, primeiro é preciso calcular o valor do redutor, projetado para remover o impacto dos impostos sobre TR. Portanto, a fórmula para calcular o redutor é:
R= a+b x TBF
Onde:
Após calcular o valor do redutor, basta substituir seu valor e TBF na seguinte fórmula para encontrar o valor de TR:
TR = 100 x [(1 + TBF) ÷ R) – 1]
É importante observar que se o valor calculado da TR apresentar resultado negativo, ele é tratado como zero, devido à convenção estabelecida pelo próprio Banco Central, razão pela qual não há valores menores que zero na série histórica.
Em relação à poupança, a aplicação financeira mais conhecida associada à TR, a taxa de juros só terá impacto na rentabilidade se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano. A regra foi promulgada em 2012, quando o cálculo da rentabilidade da poupança mudou. Como resultado, se a Selic estiver acima de 8,5%, o retorno é de 0,5% ao mês mais TR.
No caso dos títulos de capitalização, a rentabilidade do produto ofertado pelo banco é exatamente o índice TR durante o período de investimento do produto. Isso também vale para o FGTS, exceto que o valor do fundo rende 3% ao ano, mais a TR do período.
Em suma, é importante ressaltar que não existem mais títulos públicos que usam a Taxa Referencial (TR) para obter lucro, embora algumas pessoas ainda possam tê-los em sua carteira se levarem os títulos até o vencimento.
A taxa referencial exerce um papel significativo na remuneração da poupança. Como parte da fórmula de cálculo da caderneta, a taxa referencial influencia diretamente os rendimentos. Alterações na taxa referencial podem impactar a rentabilidade da poupança, tornando essencial para os investidores acompanhar as mudanças nesse indicador.
A taxa referencial desempenha um papel crucial nos rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os depósitos realizados nas contas vinculadas ao FGTS são corrigidos pela taxa referencial e, em determinadas situações, são somados a uma taxa adicional. Assim, as variações na taxa referencial têm um impacto direto nos ganhos dos trabalhadores com contas ativas no FGTS.
A taxa referencial influencia diretamente os Títulos de Capitalização, uma vez que muitos desses instrumentos utilizam a TR como componente de cálculo para determinar os rendimentos ou a correção monetária. Investidores que possuem Títulos de Capitalização devem estar atentos às mudanças na taxa referencial, pois estas podem afetar os ganhos ou a rentabilidade desses instrumentos financeiros.
A taxa referencial desempenha um papel significativo nos financiamentos imobiliários. Muitas vezes, ela é utilizada como indexador para corrigir o saldo devedor e as prestações dos contratos. Mudanças na taxa referencial podem impactar diretamente o custo total do financiamento, influenciando as condições e custos para quem busca crédito imobiliário.
A taxa referencial diária, como o próprio nome permite entender, é o valor percentual de cada dia que representa os valores das taxas dos títulos pré-fixados para um dia e que são divulgados pelo Banco Central do Brasil todos os dias.
Por outro lado, a taxa referencial mensal é a soma das taxas diárias divulgadas pelo nosso Bacen e, ainda, divididas pelo número de dias úteis que cada um dos meses possuem.
As duas taxas existem, uma vez que cada uma delas é utilizada para um objetivo, sendo que a taxa mensal é para a correção do FGTS e da caderneta de poupança, enquanto a diária é utilizada para as operações de crédito com prazo curto.
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