Invest

O que é o financiamento imobiliário com carência e como ele funciona?

Este tipo de financiamento oferece vantagens para quem precisa de mais tempo para começar a pagar as parcelas mensais do crédito imobiliário.

O financiamento imobiliário com carência é uma alternativa que pode ajudar quem enfrenta dificuldades financeiras no início do financiamento. (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

O financiamento imobiliário com carência é uma alternativa que pode ajudar quem enfrenta dificuldades financeiras no início do financiamento. (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Publicado em 25 de abril de 2025 às 17h32.

O financiamento imobiliário é uma das formas mais comuns de adquirir a casa própria no Brasil. Por meio dessa modalidade, o comprador obtém um crédito bancário para pagar o imóvel, dividindo o valor em parcelas mensais, que podem ser pagas em um prazo de até 35 anos, dependendo da instituição financeira.

O sistema de amortização mais utilizado para diminuir as parcelas é o Sistema de Amortização Constante (SAC) ou a Tabela Price, sendo que a primeira resulta em parcelas decrescentes, enquanto a segunda mantém parcelas fixas ao longo do tempo.

Esse tipo de crédito permite que o consumidor adquira um imóvel sem precisar pagar o valor integralmente de imediato, mas com a obrigação de quitá-lo ao longo dos anos, com juros e encargos. Contudo, há diversas opções de modalidades dentro do financiamento, e uma delas é o financiamento imobiliário com carência.

A principal diferença desse modelo para o convencional é que, durante o período de carência, o mutuário (quem recebe o crédito) não paga as parcelas de amortização do empréstimo, mas sim os encargos financeiros, como os juros.

Em outras palavras, as parcelas podem ser reduzidas ou até mesmo suspensas por alguns meses, proporcionando uma folga financeira no início da dívida.

Essa opção pode ser útil em diversos cenários, como quando o comprador precisa de mais tempo para se estabilizar financeiramente ou quando o imóvel financiado ainda está em construção e não pode ser habitado imediatamente.

A carência geralmente varia entre 6 a 12 meses, dependendo do contrato e da instituição financeira, como é o caso do modelo oferecido pela Caixa Econômica Federal.

Quando vale a pena fazer um financiamento imobiliário com carência?

Essa modalidade é mais indicada para quem enfrenta desafios financeiros temporários, como um desemprego ou uma readequação de orçamento.

A carência oferece ao mutuário um respiro nos primeiros meses após a contratação, permitindo que ele organize melhor sua situação financeira sem comprometer os pagamentos do financiamento. Além disso, para quem compra imóveis na planta, a carência pode ser vantajosa, já que, enquanto o bem não está pronto, o comprador pode aguardar sem precisar pagar o financiamento integralmente.

Também é relevante para quem possui uma renda variável ou instável, já que o período sem grandes compromissos financeiros pode ser usado para buscar mais estabilidade.

Como fazer esse financiamento?

O financiamento com carência pode ser solicitado durante a negociação do contrato do processo imobiliário. O trâmite segue as mesmas etapas de um financiamento tradicional, como a análise de crédito, a avaliação do imóvel e a formalização do contrato.

A diferença principal está na negociação do período de carência, que será acordado entre o banco e o cliente antes da assinatura do contrato.

É importante que o interessado consulte o banco sobre a possibilidade dessa modalidade, já que nem todos os agentes financeiros oferecem essa opção ou podem ter restrições quanto a tipos de imóveis, valores ou prazos.

Como funciona a carência de seis meses da Caixa?

Nesse modelo, o mutuário começa a pagar apenas os juros durante o período de carência, e as parcelas de amortização são adiadas para um momento posterior. A carência é ideal para quem compra imóveis novos ou em construção, pois, enquanto o imóvel não está finalizado, o comprador não precisa pagar as parcelas completas.

Após o período de carência, a dívida é atualizada e as parcelas voltam a ser cobradas, já incluindo as parcelas de amortização. O valor das parcelas iniciais após o fim da carência pode ser ajustado, dependendo da valorização do imóvel e do saldo devedor.

Dicas e cuidados para fazer um financiamento imobiliário com carência

Embora o financiamento com carência seja vantajoso, é essencial ter alguns cuidados ao optar por essa modalidade. Primeiramente, é importante entender que a carência não significa isenção de pagamento: o mutuário deve pagar os juros durante esse período. Além disso, o valor das parcelas após a carência pode ser maior, já que o saldo devedor estará atualizado.

Outro ponto a considerar é que, embora a carência seja uma ajuda momentânea, o financiamento se estenderá por mais tempo, o que pode resultar em um custo total mais alto.

O ideal é calcular com antecedência se o orçamento pessoal comporta o aumento nas parcelas após o término da carência. Além disso, vale a pena comparar as condições de carência oferecidas por diferentes bancos e avaliar qual é a mais adequada para o seu perfil financeiro.

Por que você deve saber disso?

Entender o funcionamento do financiamento imobiliário com carência é essencial para quem planeja adquirir um imóvel, mas não tem condições financeiras de arcar com as parcelas de imediato.

Essa modalidade pode ser uma boa alternativa para aliviar o orçamento nos primeiros meses, oferecendo tempo para que o comprador se organize financeiramente.

No entanto, como qualquer outra decisão financeira, exige planejamento e análise detalhada dos custos e benefícios ao longo do tempo. Ao conhecer todas as opções disponíveis, o consumidor pode tomar decisões mais informadas, evitando surpresas no futuro.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Bandeira amarela: quanto vai ficar a conta de luz em maio?

Quando a Vale (VALE3) vai pagar dividendos extraordinários?

Pix vai substituir o vale-refeição? Possibilidade derruba donas da Ticket e da Pluxee na Europa