Close-up of female hand touching illuminated display screen, managing investment with financial date. Crypto-asset management. (Getty/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 19h00.
Follow-on é um processo em que uma empresa com capital aberto na bolsa de valores decide vender mais ações no mercado para arrecadar capital.
O follow-on é, de fato, um processo comum na bolsa de valores. Por isso, é fundamental entender como ele ocorre e se ele é positivo.
Follow-on, também conhecido como oferta subsequente de ações, nada mais é do que um evento em que uma companhia que tem capital aberto na bolsa decide emitir mais ações para serem negociadas no mercado de capitais.
Além disso, este pode ser um processo através do qual algum acionista com percentual relevante da empresa se desfaz de sua posição (algo muito comum em fundos de private equity, por exemplo).
Ou seja: esse processo ocorre quando uma empresa decide ofertar mais de suas ações na bolsa - algo muito diferente de um IPO, que é quando a empresa entra na bolsa de valores e passa a ter ações negociadas nas corretoras.
Portanto, é fundamental entender o que é follow-on e todos os seus detalhes para saber se esse é um processo benéfico ou não para a empresa.
O follow-on ações é algo que pode ser muito benéfico para a empresa, pois traz vários pontos positivos relacionados à sua saúde financeira.
Primeiramente, um ponto fundamental é que a empresa aumenta o seu caixa. Ou seja: ela arrecada dinheiro através da venda dessas ações, podendo usá-lo como reserva de emergência, para crescer sua operação, pagar dívidas e outras funcionalidades.
Isso estimula a empresa a crescer, sobretudo, pois ela terá um montante interessante de capital e poderá entrar em novos projetos, novas linhas de produtos, etc. Ou seja, essa é uma importante função do follow-on.
Além disso, ocorre uma mudança da composição acionária da empresa: um investidor anjo ou fundo pode ter alocado capital em algum momento da companhia e agora deseja se desfazer de sua posição para entrar em outros projetos. Sendo assim, ele pode vender parte de suas ações e buscar outras formas de alocar capital.
Por fim, vale notar que as ações da companhia aumentam em liquidez. Ou seja: é possível que o volume dos papéis negociados em bolsa aumente, o que favorece na hora de comprar ou vender esses ativos.
Para saber como funciona follow-on, é preciso saber que existem dois processos por trás desse tipo de oferta de ações.
Primeiramente, existe a oferta primária de ações, que ocorre quando a própria empresa lança novas ações no mercado por um preço definido.
Esse preço é determinado pelo bookbuilding, que avalia a oferta e a demanda das ações, oferecendo então um preço para essa oferta.
Assim, ela emite novas ações e as oferece, ampliando assim a sua base acionária por meio do maior número de papéis.
Por outro lado, pode ocorrer a oferta secundária de ações, que acontece quando algum acionista relevante para a empresa decide vender os seus papéis no mercado para poder aportar capital em outros projetos.
Sendo assim, como é um acionista de peso que se desfaz das ações, é natural que ocorra um follow-on para evitar uma grande volatilidade no preço dos papéis da companhia.
Por fim, vale notar que apenas a oferta primária permite que a empresa invista em novos projetos, pois a secundária apenas dá ações para os investidores que saíram da companhia.
Ou seja: na oferta secundária, não ocorre um aumento da base acionária, apenas uma modificação nos portadores dos papéis. No entanto, ambos os processos são normais para empresas do índice Ibovespa.
Para participar de follow-on, ocorre um processo similar ao do IPO: o investidor deve ter uma conta na corretora que ofereça essa subscrição para o follow-on. Além disso, todo processo é feito de forma online.
Assim, basta ele solicitar à corretora os documentos necessários para fazer o seu pedido para reservar ações. Ele deve especificar para a corretora volume financeiro que deseja alocar, pois assim é possível precificar o ativo durante o processo.
Esse momento chama-se período de reserva. Dessa forma, após esse período, a corretora informa quantas ações o investidor conseguiu para si. Esse valor pode ser maior ou menor do que o inicial, dependendo da oferta e demanda pelos papéis.
Por fim, o investidor precisa apenas pagar à corretora para receber em poucos dias as suas ações caso tenha pago tudo corretamente.
Há uma série de requisitos a se pensar quando se pergunta se vale a pena entrar em follow-on. Afinal, tudo depende da realidade de cada investidor.
De fato, há algumas vantagens no follow-on, mesmo que o acionista já invista na empresa: como a companhia terá mais capital disponível, ela poderá investir em novos projetos e crescer com suas operações.
Sendo assim, aquele que tiver um perfil de investidor mais arrojado pode se beneficiar em acreditar no futuro da empresa.
Por outro lado, há também desvantagens no follow-on. Uma delas é que ocorre a diluição acionária para aqueles que já investem na companhia, pois agora eles serão donos de uma porcentagem menor da empresa. Isso ocorre apenas em ofertas primárias, no entanto.
É possível, no entanto, participar do follow-on e comprar mais papéis para buscar manter o seu percentual de participação na companhia.
Além disso, é preciso notar que deve-se ter atenção ao preço da ação negociada no follow-on: por vezes, ele é realmente mais atrativo do que se comprado diretamente no mercado. Mas, em algumas vezes, o preço fica ainda maior do que se fosse comprado diretamente no home broker!
Além disso, o investidor deve estar ciente do período de lock-up de ações - ou seja, do período pelo qual ele não poderá vender seus ativos. Isso varia em cada processo.
Levando em conta todos esses fatores, pode-se ver que a escolha é muito pessoal e deve ser avaliada caso a caso.
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