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O que é Ethereum 2.0 e quais suas vantagens e desvantagens?

Todo criptoinvestidor deve começar a prestar atenção na atualização Ethereum 2.0, pois isso pode mudar todo o mercado no longo prazo

 (Capuski/Getty Images)

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Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 08h01.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2024 às 15h34.

Ethereum 2.0 é o nome da mais importante atualização da rede Ethereum até então, responsável por uma grande mudança em seu funcionamento, mudando tokenomics, mecanismo de consenso e outros dados.

Portanto, todo criptoinvestidor deve começar a prestar atenção na atualização Ethereum 2.0, pois essa atualização pode mudar todo o mercado no longo prazo e abrir precedentes para atualizações de outros protocolos.

O que é Ethereum 2.0?

Ethereum 2.0 é uma atualização na blockchain Ethereum. Também é chamada por outros nomes, como Serenity ou Eth2. O objetivo dessa atualização é melhorar a velocidade, eficiência e escalabilidade da rede.

Ou seja: é uma atualização que está buscando mais eficiência nas transações, que terão menos problemas e poderão processar mais transações de forma simultânea.

Além disso, a atualização da Ethereum veio para solucionar uma crítica repetida por diversos críticos das criptomoedas: a de que estas poluem muito o meio ambiente.

A sua mudança no mecanismo de consenso vai diminuir drasticamente a emissão de gás carbônico ocorrida durante as transações, como o artigo explicará.

O objetivo dessa atualização é fazer com que as transações ocorram de forma mais eficiente, uma vez que a rede é conhecida por suas elevadas taxas e capacidade reduzida de transferências simultâneas.

Ainda que a Ethereum Foundation (responsável pela rede) tenha preferido não utilizar esse termo por achar que ele pode passar a impressão de que será criada uma nova criptomoeda, o termo acabou se popularizando na mídia e entre os investidores de criptoativos.

O que muda com a atualização do Ethereum?

Com previsão para ocorrer no dia 13 de março, a atualização do ethereum, denominada Dencun, tem como foco aumentar a escalabilidade dentro da rede, que é a segunda maior dentro do mundo das criptomoedas.

O grande intuito da atualização é acabar com um dos questionamentos que acompanham a rede desde a sua criação: a falta de capacidade de processar grandes volumes de dados. Essa incapacidade impacta diretamente as taxas dentro da rede, o que desestimula os seus usuários.

Desse modo, os desenvolvedores da atualização consideram ela crucial para que a rede continue prosperando mesmo com um grande aumento no número de transações, usuários e projetos.

Toda a atualização ainda irá gerar para a rede um maior potencial para lidar com os aplicativos descentralizados, o que tende a auxiliar até mesmo os projetos de DeFi, isto é, as finanças descentralizadas.

Em virtude da atualização, é de se esperar que antes e depois da sua implementação a cotação do ethereum sofra grandes oscilações, que podem ser impulsionadas pela aprovação dos ETFs da moeda, que deve ocorrer em meados do mês de maio.

Qual a diferença entre Ethereum e Ethereum 2.0?

A principal diferença entre Ethereum e Ethereum 2.0 é o mecanismo de consenso através do qual ela processa suas transações.

Ou seja: o mecanismo deixará de ser o Proof-of-Work (PoW), que usa poder computacional para processar as operações, e passará a ser o chamado Proof-of-Stake (PoS), que processa as operações com base nos tokens ETH que os usuários detêm.

Qual a diferença entre Proof-of-Stake e Proof-of-Work?

No Proof-of-Work (PoW), os mineradores usam poder computacional para resolver problemas matemáticos extremamente complexos e verificar novas transações. O primeiro minerador que resolvê-los valida a transação e é recompensado com tokens por isso. 

Por outro lado, o Proof-of-Stake (PoS), ao invés de usar poder computacional dos mineradores, permite que usuários individuais consigam fazer staking de suas criptomoedas e se tornar validadores, garantindo que a rede está processando as transações da forma correta.

Staking é quando um usuário deixa suas moedas “paradas” para contribuir com a validação de transações. Em troca de deixar as moedas em staking, ele recebe uma recompensa. Quanto mais moedas em staking, mais criptos eles recebem.

Ou seja: pode-se ver que essa é uma grande atualização para a rede Ethereum, uma vez que modifica o seu funcionamento de forma relevante.

Como surgiu o Ethereum?

A rede Ethereum e, consequentemente, a criptomoeda foi criada por um jovem cientista da computação, de 17 anos, chamado Vitalik, que é conhecido como o pai do Ethereum.

Vitalik pensou em desenvolver a rede após conhecer o Bitcoin e abrir o seu blog, no ano de 2011. Importante lembrar que o Bitcoin foi a primeira criptomoeda do mundo e, que diferente do Ethereum, não tem a figura de seu criador conhecida pela sociedade.

Após entender como funcionava o Bitcoin, Vitalik decidiu que era necessário criar algo que fosse além da mera troca de valores e, com isso, deu origem aos chamados contratos inteligentes.

Esses contratos, que já possuem aplicação prática há alguns anos, ficam registrados dentro da blockchain e são a grande diferença da rede.

Em virtude da forma como foi criado e, principalmente, pelo que VItalik queria desenvolver, a rede Ethereum permitiu que ocorresse um grande avanço na chamada Fiança Descentralizada (DeFi).

O seu lançamento ocorreu cerca de 6 a 7 anos depois do surgimento do Bitcoin, após a realização de um ICO em julho de 2014, que conseguiu uma arrecadação de US$ 18 milhões, a rede ganhou vida em 2015.

Quais são as desvantagens da Ethereum 2.0?

Há algumas desvantagens da Ethereum 2.0, segundo críticos do acontecimento:

  • Centralização: o PoS dá mais poder a quem tem mais tokens ETH. Como há muita concentração de ETH na mão de poucas carteiras, o argumento é de que a rede tenderia a ficar mais centralizada.
  • Prejuízo aos mineradores: como a mineração não será mais necessária para a Ethereum, os mineradores perderão sua fonte de renda e terão que migrar suas operações para outras criptomoedas ou vender suas placas de vídeo.
  • Bugs: algumas redes com sistema de PoS (ou similar a este), como Cardano (token ADA), Solana (token SOL) e Binance Smart Chain (token BNB), já apresentaram problemas em suas redes. 

No entanto, ainda é preciso esperar para verificar se estes problemas ocorrerão ou não, uma vez que todo o mercado espera a atualização.

Quais são as vantagens da Ethereum 2.0?

Por outro lado, entusiastas da mudança apontam para vantagens da Ethereum 2.0:

  • Escalabilidade: de fato, atualmente a rede Ethereum suporta apenas 30 transações por segundo, gerando congestão e aumentando as taxas. Com a atualização shard chains,especula-se que será possível realizar até 100 mil transações por segundo;
  • Taxas menores: como mais operações por segundo ocorrerão, a rede não ficará congestionada e as taxas serão muito menores.
  • Eficiência energética: a maior vantagem do PoS é sua eficiência energética quando comparada com o PoW, fazendo com que use-se muito menos poder computacional para a validação;
  • Benefícios ao meio ambiente: como há muito mais eficiência na energia necessária para validar as operações, menos energia elétrica é gasta e, consequentemente, há muito menos consumo energético (cerca de 99% de economia frente ao PoW);
  • Descentralização: os críticos da Ethereum 2.0 alegam que haverá centralização. No entanto, os defensores alegam que o PoS necessita de pelo menos 16.384 validadores, e isso aumenta a sua descentralização;
  • Valorização de preço: uma vez que mais transações ocorreriam, a rede deve se popularizar, o que aumentaria então o preço do token Ether.

Para verificar se esses benefícios serão verídicos ou não, é preciso esperar para avaliar as mudanças que ocorrerão na Ethereum e no mercado de criptoativos.

Quando a Ethereum 2.0 vai acontecer?

As fases da Ethereum 2.0 são três, e duas delas já foram concluídas:

Beacon Chain: essa atualização introduz o sistema de staking para a blockchain Ethereum, fundamental para a mudança de PoW para PoS. Ela entrou no ar no dia 1 de dezembro de 2020.

The Merge: em segundo lugar, a mudança efetiva para o Proof-of-Staking ocorreu no dia 15 de setembro de 2022 - bem depois do que era inicialmente previsto.

Shard Chains: a última fase, responsável por aumentar a escalabilidade da Ethereum através do processamento das operações em múltiplas chains, o que resulta em uma maior facilidade de rodar um node da Ethereum em seu computador. A atualização está prevista para 2023.

Ou seja: a atualização ainda não está completa, pois é preciso implementar a terceira fase da atualização.

Portanto, é fundamental ficar de olho na atualização da rede e no token ETH, que pode mudar de preço para cima ou para baixo de acordo com a reação do mercado.

Por fim, é importante notar que não é porque a rede vai atualizar e trazer benefícios que esse é um investimento 100% seguro. Na verdade, nenhum investimento é isento de riscos, então o ideal é diversificar com ativos de renda fixa, renda variável e outros.

Você ainda tem dúvidas sobre a Ethereum 2.0? Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como:

O que são criptoativos e como funcionam?
Como é a tributação de criptomoedas?
O que é mineração de criptomoedas e como minerar Bitcoin?

Acompanhe tudo sobre:Guia de InvestimentosEthereum

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