(Classen Rafael/EyeEm/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 8 de março de 2023 às 16h13.
Última atualização em 10 de março de 2023 às 15h03.
O Tesouro Direto é um dos lugares mais seguros para investir no Brasil. Isso ocorre porque os títulos contam com o suporte de crédito do governo brasileiro. Portanto, quase o risco de inadimplência é pequeno.
A compensação pela segurança são taxas de juros menores no Tesouro Direto quando comparado a alguns títulos privados, por exemplo. Porém, com o aumento da taxa Selic, que fechou em 13,75% ao ano em 2022, muitos investidores deram mais atenção para a renda fixa.
Mas afinal, o que é Tesouro Direto e como funciona? Veja a seguir a resposta para essas e outras perguntas.
O Tesouro Direto é uma plataforma online de compra e venda de títulos públicos federais desenvolvida pelo governo brasileiro em cooperação com a Bolsa de Valores brasileira (B3). Lançado em 2002, o programa visa democratizar os títulos públicos, permitindo investimentos a partir de R$ 30,00.
Em outras palavras, a ideia por trás do Tesouro Direto é fornecer aos investidores individuais e institucionais um lugar para comprar títulos do Tesouro diretamente do governo, sem passar por um corretor ou outro intermediário.
Atualmente, os investidores podem adquirir títulos pré-fixados, atrelados à variação da inflação ou à variação da taxa Selic, com vencimentos variados e diferentes fluxos de remuneração, de modo a atender aos objetivos de cada investidor.
Os investidores “emprestam” dinheiro ao governo investindo em títulos do Tesouro Direto. Em troca, ganham juros equivalentes ao valor depositado, com remunerações que variam entre prefixadas, pós-fixadas ou híbridas.
Como mencionado anteriormente, o Tesouro Direto possui três tipos de títulos que os investidores podem planejar sua estratégia de investimento em renda fixa, com base na previsibilidade, liquidez, segurança e rentabilidade.
Como foi possível observar, cada título possui características distintas, na qual a escolha dependerá dos objetivos, horizonte de investimento e perfil de cada investidor.
O Tesouro Direto cobra taxas de custódia, pagas pela B3 Serviços, que mantém a custódia dos títulos públicos e fornece informações e movimentação de saldos aos investidores, conforme informações obtidas no site do Tesouro Nacional.
Vale ressaltar que a cobrança da taxa ocorre semestralmente e equivale a 0,20% do valor investido ao ano. No entanto, o Tesouro Selic não cobra taxa de custódia de investidores com menos de R$ 10.000. Portanto, uma vez ultrapassado o limite, a taxa de hospedagem será aplicada apenas para o valor excedente. O RendA+ possui tarifa diferenciada. Cobra apenas se o investidor fizer o resgate antecipado do título e possui uma tabela de cobrança exclusiva.
Além disso, as instituições financeiras contratadas por investidores para realizar negócios junto ao Tesouro Direto podem cobrar taxas de administração anuais. Além disso, cobram a referida taxa por operações de resgate antecipado e no pagamento de juros semestrais.
Para saber se sua instituição financeira cobra tais taxas, basta acessar este link.
Para ajudar o investidor a descobrir o título que melhor se adequa às suas realidades e objetivos, o site do Tesouro Direto dispõe de um simulador.
O simulador do Tesouro Direto funciona de forma extremamente simples, auxiliando o investidor a selecionar um determinado título por meio de questionários ou visualizando as informações correspondentes ao título selecionado, como rentabilidade anual, valor mínimo de investimento, preço unitário e vencimento.
Assim, uma vez selecionado um título, o investidor deve informar quanto quer investir hoje ou quanto quer resgatar no futuro. Caso opte pela primeira opção (quanto quer investir hoje), o simulador perguntará quanto será o valor total investido ou qual valor mensal.
Porém, se o investidor escolher a segunda opção (quanto quer resgatar no futuro), o mesmo terá um espaço para inserir o valor a ser resgatado na data de vencimento do título. Feito isso, o simulador perguntará ao investidor se ele deseja contribuir em um único aporte ou se deseja investir mensalmente.
Após selecionar uma opção, deve-se informar o valor correspondente, e o simulador então mostrará qual deverá ser o valor da contribuição e quantas vezes ela deve ser feita para que a meta seja atingida.
Atualmente, há duas formas de acessar o Tesouro Direto, sendo elas o cadastro simplificado e o fluxo tradicional.
Nessa modalidade, o investidor deve se cadastrar pelo gov.br, após isso, basta selecionar parceiros qualificados no cadastro simplificado, a saber: Banco Inter e Órama. Dessa forma, o processo utiliza um single sign-on para serviços governamentais, o Portal Gov.br, com nível de autenticação que oferece segurança para identificação.
Além disso, o novo cadastro é integrado ao PagTesouro da Secretaria do Tesouro Nacional, sistema que permite pagamentos via PIX.
No fluxo tradicional, os cadastros do Tesouro Direto devem ser realizados diretamente nos bancos e corretoras credenciados. Assim, o investidor deve se cadastrar em uma das instituições financeiras e solicitar seu cadastro e senha diretamente para acessar o Tesouro Direto.
Finalizado o processo, basta transferir o valor da conta bancária para a conta da instituição cadastrada no Tesouro Direto.
A rentabilidade do Tesouro Direto é marcada a mercado diariamente e existe uma grande variação dependendo das condições macroeconômicas (pode aumentar o valor ou diminuir). A rentabilidade contratada (aquela que você vê ao comprar o título) é garantida apenas na data de vencimento do título.
Porém, caso seja pós-fixado, a rentabilidade será definida por um indexador, seja a Selic ou o IPCA. Desse modo, tais títulos podem sofrer perdas caso sejam resgatados antes do vencimento, pois os preços desses títulos oscilam dia a dia.
Ao resgatar títulos do Tesouro Direto antes do vencimento, é importante observar que os preços são afetados pelo mercado antes prazo, que pode ou não ser positivo.
Em suma, o lucro ou prejuízo no resgate dos títulos do Tesouro Direto dependerá da estratégia de cada investidor.
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