Você conhece o custo de oportunidade do seu negócio? (Getty/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 22 de março de 2023 às 12h02.
Cada escolha que fazemos também significa renunciar outra escolha. Essa noção é baseada no conceito de custo de oportunidade, que permeia todos os aspectos da vida, inclusive os investimentos.
Isso porque toda vez que uma pessoa escolhe uma opção em detrimento de outra, ela pode estar perdendo alguma coisa. Portanto, quando um investidor se depara com diferentes opções, ele deve avaliar o custo de cada opção para fazer uma escolha estratégica. Sendo assim, o custo de oportunidade é a diferença entre os custos das duas opções.
Custo de oportunidade é o valor que uma pessoa perde ao escolher entre duas ou mais alternativas. É um conceito central no investimento e na vida em geral. Quando investimos, o custo de oportunidade pode ser definido como o dinheiro que podemos não ganhar adquirindo um ativo em detrimento de outro.
Custos de oportunidade podem ter custos financeiros explícitos, como escolher gastar dinheiro em uma coisa em detrimento de outra, ou custos implícitos. Este último não prejudicará o portfólio, mas pode se tratar de uma perda de tempo ou energia fazendo outra coisa, o que pode ter um impacto financeiro indireto.
Em suma, entender o que é custo de oportunidade não é a parte mais complicada. O foco é não ignorá-los e analisar as oportunidades perdidas, sendo crucial para uma melhor tomada de decisão nos negócios e investimentos.
O custo de oportunidade nem sempre é totalmente quantificável ao decidirmos. Em vez disso, os tomadores de decisão podem estimar apenas aproximadamente os resultados de várias alternativas, o que implica que o conhecimento imperfeito leva a custos de oportunidade que só se tornam aparentes após o fato.
No entanto, embora o custo de oportunidade não seja uma medida exata, uma forma de quantificá-lo é estimar o valor futuro potencial da escolha não realizada e compará-lo com o valor da escolha realizada.
Sendo assim, aqui está uma fórmula para calcular o custo de oportunidade:
Se, por exemplo, um investidor está decidindo entre um fundo negociado em bolsa com um retorno esperado de 10% ou alugar um imóvel que fornecerá um retorno de 8%, seu custo de oportunidade de escolher o imóvel alugado em vez do fundo é 2%.
No entanto, ao calcular os custos de oportunidade, é importante considerar mais do que apenas retornos fixos. O investidor deverá também deve pesar o nível de risco envolvido em suas escolhas.
De modo geral, quanto maior o risco de perder dinheiro em um investimento, maior o retorno. Portanto, é difícil comparar o custo de oportunidade de um investimento de alto risco (como as ações) com um investimento quase sem risco (como títulos do Tesouro Direto).
Em teoria, pode haver um enorme custo de oportunidade de escolher títulos do Tesouro Direto em vez de ações, mas a segurança oferecida pelo primeiro pode torná-los a melhor opção dependendo das circunstâncias.
O conselho de “cortar o cafezinho” é um dos exemplos de custo de oportunidade mais populares nos últimos anos. Segundo ele, ao comprar um café caro em uma cafeteria por R$ 12,00 a R$ 20,00, o custo de oportunidade de investir aquele capital para o indivíduo seria maior.
Digamos que uma pessoa tome café todos os dias ao custo de R$ 15,00. Ao longo de 6 anos, o indivíduo terá gastado com o estabelecimento R$ 32.850 (365 dias x R$ 15,00 x 6 anos). Porém, na verdade, a pessoa estaria perdendo R$ 46.822,95 (valor bruto), referente ao retorno de investimento que poderia ser obtido ao alocar o capital no Tesouro Prefixado 2029.
Contudo, é importante enfatizar que o custo de oportunidade pode ser mais difícil de atribuir números quando estamos falando de algo que uma pessoa gosta de fazer, como, por exemplo, tomar um café.
Mas afinal, quais são os benefícios de tomar um café mais caro todos os dias? Essa resposta pode variar dependendo da importância disso para essa pessoa e como a mesma valoriza aquele momento em relação ao seu dia-a-dia.
Ao olhar para os tipos custos de oportunidade, é possível observar quatro opções principais. Sendo eles:
Os custos escondidos são indiretos e podem ser difíceis de identificar. Eles representam renda ou outros benefícios que poderiam ter sido gerados se o investidor tivesse feito escolhas alternativas.
O custo de oportunidade aberto é o oposto do escondido, sendo aquele incorrido quando se adota um curso de ação específica. Em outras palavras, são custos embutidos automaticamente nas operações financeiras.
O custo de oportunidade contábil refere-se ao escopo das operações, ou seja, quanto lucro um investidor ou empresa sacrifica ao investir em um recurso em vez de outro. Em resumo, trata-se de calcular os custos escondidos ou abertos por meio das demonstrações contábeis.
O custo de oportunidade ambiental é o resultado máximo que pode ser obtido usando um determinado recurso natural. Por exemplo, o custo de oportunidade em desmatar florestas para desenvolvimento de agricultura resulta na geração de renda dessa atividade.
Por outro lado, o custo de oportunidade de não desmatar resultaria em uma redução significativa no acúmulo de CO₂ atmosférico.
Claramente, as decisões sobre o que investir são inerentemente impulsionadas pelo custo de oportunidade. Mas, novamente, entenda que o custo de oportunidade é um fator que todo investidor deve avaliar.
Afinal, ninguém quer escolher a opção de investimento errada e incorrer no custo de oportunidade errado.
Assim, uma carteira bem construída fornece orientação sobre a porcentagem de cada tipo de ativo que um investidor deve manter para mitigar a incerteza sobre se um determinado ativo ou classe de ativos, podendo ter um desempenho positivo ou negativo ao longo do tempo.
A fórmula do custo de oportunidade é comparar o benefício líquido de uma escolha com o benefício de outra opção.
Em suma, se a diferença entre esses benefícios for zero, o custo de oportunidade será zero, o que significa que o investidor obterá o mesmo benefício em qualquer uma das opções.
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